SET perspetiva que turismo em Portugal cresça 9% em 2025
Portugal deverá atingir “27 mil milhões de euros de receitas turísticas” até ao final deste ano, perspetivando-se que cresça mais 9% em 2025, segundo avançou esta segunda-feira, 11 de novembro, Pedro Machado, secretário de Estado do Turismo, em Aveiro, na conferência “Estratégia de Turismo 2035”.
Na sessão de abertura da conferência, o secretário de Estado destacou o crescimento expressivo do turismo em Portugal, que irá ultrapassar os 27 mil milhões de euros de receitas ainda este ano, meta anteriormente prevista para 2027: “O Turismo é uma atividade que cresce em todo o mundo. Há cerca de 30 anos, o número de pessoas que viajavam era de 500 milhões de pessoas; atualmente são 3 mil milhões. Isto é uma oportunidade para o nosso país, embora seja também um desafio”, afirmou Pedro Machado. “Estamos aqui a receber contributos para estabelecermos uma estratégia que aproveite as oportunidades e diminua os riscos do crescimento turístico”, acrescentou
O governante frisou ainda que o país “não tem turistas a mais”, perspetivando que o turismo continue a crescer. Um crescimento que, no entanto, Pedro Machado não deixou de sublinhar, comporta desafios e riscos que devem ser acautelados, nomeadamente no que diz respeito a mão-de-obra, que é preciso qualificar, à transição digital das empresas e à formação de imigrantes. O envelhecimento e a pressão sobre os recursos, como a água, foram também evocados pelo secretário de Estado do Turismo.
No mesmo painel, Isabel Damasceno, que preside à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, referiu que o setor do turismo “é um trunfo fundamental para o desenvolvimento e coesão territorial”, esclarecendo que no que diz respeito aos fundos que estarão disponíveis, uma parte será alocada às comunidades intermunicipais, com apoios diferenciados cujo elemento agregador será a Entidade Regional de Turismo.
Raul Almeida, presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro, acabou por reclamar a falta de distribuição equitativa dos fluxos turísticos gerados a partir das infraestruturas aeroportuárias de Lisboa e do Porto, recordando que a maior parte dos municípios do Centro se situa no interior do país: “Somos a única região sem aeroporto e é preciso distribuir esses fluxos por todo o território”.
Para tal, o mesmo dirigente avançou que deve ser feita uma aposta na melhoria das acessibilidades, quer ferroviárias quer rodoviárias, relembrando a não existência, por exemplo, de uma autoestrada entre Viseu e Coimbra: “É necessário um Plano de Mobilidade, que permita direcionar os fluxos turísticos que chegam aos aeroportos de Lisboa e Porto para todo o país. Para isso, precisamos de investimento na ferrovia, mas também na rodovia”, afirmou.
Raul Almeida salientou, ainda, a evolução do perfil turístico do país e da região, com um foco crescente nos destinos de interior e turismo de natureza. “Durante muito tempo, privilegiava-se o produto sol e mar. Hoje, promovem-se mais os destinos de interior, a natureza e o turismo cultural. Estamos a transformar a diversidade em oportunidade”, defendeu.