Ser um hotel de “uma empresa portuguesa” leva canadianos ‘em força’ ao Vila Galé Cayo Paredón, diz Pedro Ribeiro
A Vila Galé foi uma das empresas envolvidas na 1ª edição da Bolsa Turística Destinos Cuba que decorre em Albufeira. O Turisver aproveitou para falar com Pedro Ribeiro, diretor de marketing e vendas do Grupo, sobre o seu primeiro hotel em Cuba, o Vila Galé Cayo Paredón que abriu portas em finais do ano passado.
Pedro, como é que estão delineadas as ações comerciais, junto dos diferentes mercados, para o vosso hotel em Cuba?
O desenvolvimento de contactos comerciais foi dividido em duas áreas. Nós temos a equipa Brasil, com a Adriana Borges, que é a diretora comercial no Brasil, e a equipa de Portugal que tem como diretora comercial a Manuela Ribeiro.
Com esta divisão, Portugal assumiu os contactos do mercado europeu – de certa forma - podemos dizer que assumiu praticamente tudo, com exceção da América Latina, que ficou com o Brasil.
Neste momento, é assim que estamos a desenvolver a nossa presença: operacionalmente, Cuba depende do Brasil, em termos comerciais, a comercial que está em Cuba também depende do Brasil. Depois, em termos estruturais de promoção, mantivemos esta divisão, porque é mais lógica. Portugal está mais presente na Europa, na Ásia e mesmo no Canadá, porque já temos todo o histórico do mercado canadiano aqui em Portugal e os contactos com os operadores turísticos, e o Brasil manteve o mercado brasileiro e o mercado latino-americano, que é importante, como o argentino, o colombiano, o mexicano.
Concretamente, vocês, quando olharam para o hotel, para definir a vossa estratégia tiveram que analisar, de entre todos os mercados que trabalham convosco, quais iriam ser os prioritários para esta unidade. Quais são esses mercados?
Obviamente, nós temos o histórico dos fluxos turísticos para aquele destino, e também temos uma realidade que é difícil nós alterarmos, e que tem a ver com os voos que há para aquele destino. Olhando para estas duas situações, o que há e o histórico, salta à vista que 90% do mercado é canadiano. Há fortes operações dos operadores canadianos, ligações aéreas, especialmente na época alta deles, que é o inverno, muito consistente e com bastantes operadores com operações. Portanto, o canadiano é o primeiro mercado de Cuba.
Com a nossa entrada há um interesse muito forte das entidades, da Gaviota e das entidades oficiais, em desenvolver o mercado brasileiro – e é nesse sentido que se está a trabalhar -, e todo o mercado latino-americano. Obviamente, há que ter em conta o mercado português que é um caso já de sucesso, e eu penso que a nossa entrada teve muito a ver com essa situação, nomeadamente com a operação charter de Lisboa para Cayo Coco, ou seja, despoletou uma maior rapidez nesta situação da entrada da Vila Galé, sem dúvida.
“A partir de meados de Janeiro andámos com ocupações já acima dos 80%, ou seja, essencialmente, com 500 quartos vendidos. Foi uma surpresa muito interessante mas acho que houve várias situações que ajudaram: primeiro, o facto de ser um hotel recente, novo, com uma estrutura moderna, e depois um ponto muito, muito importante para o mercado canadiano, foi sermos uma empresa portuguesa”
Como é que correram estes primeiros meses em termos de ocupação, e como é que está a procura para futuro próximo?
Foi realmente uma surpresa. O hotel abriu em outubro, até o hotel estar pronto os operadores canadianos não quiseram fechar os contratos, pelo que começámos a finalizar os contratos no início de Novembro e começámos a vender, talvez, no início de dezembro. E a rapidez com que se conseguiu, num curto espaço de tempo, vender o hotel é surpreendente, a partir de meados de janeiro andámos com ocupações já acima dos 80%, ou seja, essencialmente, com 500 quartos vendidos. Foi uma surpresa muito interessante mas acho que houve várias situações que ajudaram: primeiro, o facto de ser um hotel recente, novo, com uma estrutura moderna, e depois um ponto muito, muito importante para o mercado canadiano, é sermos uma empresa portuguesa
Como sabemos, a nossa comunidade no Canadá é muito forte, e essa comunidade, ao saber que era uma empresa portuguesa, adotou o hotel, e são centenas e centenas as pessoas de primeira, de segunda, de terceira geração que escolheram o hotel por causa de ser português. O facto de a marca Vila Galé ser portuguesa e de as pessoas a conhecerem, fez com que houvesse este aumento exponencial de reservas, rapidamente.
A partir de 4 de Junho inicia-se a operação charter do mercado português. Que indicações é que têm já desse charter? Muitas reservas?
O charter de Portugal começa numa altura em que o mercado canadiano desce, pelo que a pressão que os portugueses vão encontrar no hotel será menor, não vão encontrar o hotel com 500 quartos ocupados, vão estar aí com uma ocupação de 50%.
Por outro lado, apesar de nós sermos uma marca portuguesa, o charter dividiu-se entre várias marcas, vários hotéis, vários destinos, porque à partida do aeroporto de Jardines del Rey são servidos vários destinos, como Cayo Coco, Cayo Paredón, Cayo Guillermo e outros. Ou seja, as pessoas dividem-se um pouco, mas nós estamos no top 3 dos hotéis mais vendidos, e está a correr bem. As primeiras chegadas são aquelas em que nós temos um share do avião maior, mas no geral estamos satisfeitos.
Para o destino ser vendido à partida de Portugal em voos regulares, ainda é complicado porque os voos internos ainda não funcionam muito bem, não é?
Esse é um dos principais problemas. Existe o aeroporto de Santa Clara, que é bastante mais perto do que Havana, que já dá um transfere aceitável em termos de tempo. Temos tido algum mercado latino-americano, principalmente argentinos e colombianos, com o voo da Copa, porque a Copa tem um grande hub Panamá, e serve todo o continente americano. O voo da Copa vai para Santa Clara, e estamos a falar de um transfere à volta de 3 horas. Temos tido, especialmente, algum movimento de grupos de argentinos nos voos da Copa para Santa Clara, mas não é o mesmo do que termos um voo direto de vários mercados para Jardines del Rey, e há um certo interesse de alguns mercados em fazer um combinado com Havana.
Eu fiz de carro, é possível fazê-lo, não é o fim do mundo, e a estrada tem pouco trânsito, não é complicado, mas, obviamente, o voo é importante. Fala-se neste momento que há um operador privado que irá iniciar os voos internos em Cuba, no prazo de 1 ou 2 meses, se acontecer, será importante para os combinados com Havana.