Sem serviços de qualidade “de nada vale publicitar o destino” afirmou Fernando Garrido

Os novos corpos sociais da ADHP para o triénio de 2022-2025, tomaram posse esta terça feira, dia 3 de maio, com o novo presidente a sublinhar como grande objectivo o reconhecimento da profissão de diretor de hotel, e a apontar como como grande desafio os recursos humanos.
Na intervenção proferida durante a cerimónia de tomada de posse, algumas das primeiras palavras do novo presidente, Fernando Garrido, foram para o seu antecessor, e agora vice-presidente, Raúl Ribeiro Ferreira, afirmando que o antigo presidente deixou uma “marca na ADHP” pelo que “não é à toa que muitas vezes se confunde a ADHP com o Raúl”, que, sublinhou, “continua a ser futuro”. Isto porque, defendeu, “o futuro da ADHP é o que traçaste em conjunto com a tua/nossa equipa, a qual se mantém”.
Fernando Garrido referia-se não apenas à inversão de papéis – nesta direção o presidente era vice-presidente da anterior e o então presidente passou a vice-presidente – mas, principalmente porque os objetivos de hoje são basicamente os mesmos e passam, desde logo pelo “reconhecimento das profissões de direção hoteleira através da Ordem dos Diretores” de Hotel.
“Não é possível continuar a menosprezar a profissão de diretor de hotel que é o garante da qualidade das unidades hoteleiras e, consequentemente, do sucesso do turismo”, afirmou Fernando Garrido, para quem “o caminho para a Ordem dos Diretores de Hotéis é o percurso natural no sentido deste reconhecimento”.
Para o novo presidente da ADHP, Portugal e o mundo estão perante o renascimento do turismo. “A tão esperada e ansiada retoma está aí”, afirmou, fazendo no entanto notar que “este presente vem embrulhado em inúmeros desafios” a que os diretores de hotel terão que responder. O que Fernando Garrido também sublinhou foi que o crescimento que se está a verificar no turismo e que tudo leva a crer que se reforce no verão, “não está a ser devidamente acompanhado pela Tutela”, apontando como exemplo o impasse relativamente ao novo aeroporto de Lisboa, tema no qual, frisou, o presidente da Confederação do Turismo de Portugal terá ”todo o apoio” da ADHP”.
Ainda sobre o problema do Aeroporto de Lisboa, o responsável apontou que “perderam-se dois anos de pandemia e para além disso recuámos na solução”, defendendo ainda que “uma não decisão é sempre uma má decisão”. À questão do Aeroporto aliou ainda o problema do SEF e da má imagem que se dá aos turistas logo desde a sua chegada.
Recursos Humanos
Continuando a apontar os maiores problemas com que se depara a atividade turística, Fernando Garrido falou daquele que, entre muitos, é o principal para o setor em geral e para a hotelaria, em particular: os recursos humanos. “Neste momento, os diretores de hotel estão a deparar-se com uma escassez de recursos que põe em causa a operacionalização das unidades que dirigem”, disse, recordando que de há muito a ADHP vinha alertando para este problema que hoje tem uma dimensão tal que “antes falávamos na necessidade de reter talentos, neste momento falamos simplesmente em ter recursos, promovendo-se internamente a sua formação”.
Para o presidente da ADHP, o problema dos recursos humanos assenta em várias bases. Uma delas é a remuneração desajustada, com Fernando Garrido a anunciar que a ADHP está a realizar um estudo para obter indicadores que sirvam de guideline ao setor tendo em vista a criação de novos modelos de remuneração. Outro ponto é o desajustamento entre a vida pessoal e a profissional que hoje tem um peso que há uns anos não tinha, tanto assim que, para os jovens “a possibilidade de terem uma maior disponibilidade para a sua vida social é um fator motivacional grande”, o que terá que passar por “uma carga horária diferente”. Neste sentido, avançou mesmo que a ADHP está disponível para ter uma intervenção importante, por exemplo junto dos sindicatos, na “negociação dos contratos coletivos de trabalho”.
O terceiro ponto passa pela necessidade de “tornar as profissões do meio turístico e hoteleiro novamente atraentes”, para o que “tem que ser repensada a abordagem aos recursos humanos”, com as instituições públicas do setor a assumirem “um papel muito mais ativo”, tendo em conta que “se não houver recursos para prestar serviços de qualidade, de nada vale publicitar o destino”. A continuação da aposta na formação e o reconhecimento das profissões, são outros desafios a que o setor tem que responder.
A proximidade ao ensino é outro dos caminhos que continuará a trilhar a Direção da ADHP que vai mesmo criar “um Conselho Pedagógico que reunirá entidades públicas e privadas que ministram cursos no Ensino Superior relacionado com o setor”. A Associação pretende, também, continuar a ser uma referência na formação dos profissionais.
A nova Direção vai manter a realização anual dos congressos da Associação, bem como os prémios Xénios e vai, também, ter a responsabilidade de colocar na agenda do setor a celebração dos 50 anos da ADHP.
Além disso, ficou a promessa de, nas últimas segundas feiras de cada mês, se realizar uma conversa sobre hotelaria, tendo como convidados profissionais de referência.

Corpos Sociais da ADHP 2022-2025
Direção
- Presidente: Fernando Garrido
- Vice-presidente: Raúl Ribeiro Ferreira
- Tesoureiro: Marcos Sousa
- Secretário: João Serrano
- Vogais: Patrícia Correia, Nuno Leandro, António Melo e Miguel Mello Breyner
- Representante da Secção Júnior da ADHP:
Assembleia Geral
- Presidente: Noel Dias
- Primeiro Secretário: Sérgio Simões
- Segundo Secretário: Tiago Pais
Conselho Fiscal
- Presidente: Paulo Lopes
- Primeiro Secretário: Luz Pinto Basto
- Segundo secretário: Carlos Costa