Segundo a Sonhando é importante os clientes saberem o que oferece Zanzibar antes de viajarem – 2ª parte

Questões práticas sobre a viagem e a oferta hoteleira, informações sobre o que ver e fazer no destino Zanzibar e, claro sobre as suas praias, fizeram parte do webinar que o operador turístico Sonhando realizou para os agentes de viagens do Grupo Airmet. A apresentação foi feita pelo diretor comercial do operador, Fernando Bandrés.
Ilha com cerca de 2.400 Km2, o território de Zanzibar multiplica por três a área da Madeira, que tem 800 km2. Face à dimensão da ilha, os transferes do e para o aeroporto são diretos, ou seja, levam os turistas para um hotel determinado, não tendo estes que “tocar” vários hotéis durante a viagem.
O aeroporto fica na parte oeste da ilha, a cerca de 15 minutos da capital, a cidade de Zanzibar, mas a duração dos transferes tem a ver com a zona geográfica em os hotéis que se encontram localizados. Assim, segundo as informações de Fernando Bandrés, para o sul da ilha, à partida do aeroporto, o trajeto é de pouco mais de uma hora e para norte, por exemplo para a praia de Nungwi, onde se encontram os hotéis da RIU Hotels & Resorts, concretamente o Riu Jambo e o Riu Palace, a distância é um pouco maior, cerca de hora e meia.
O diretor comercial da Sonhando destacou, a propósito, que é nas praias da parte norte da ilha que a diferença entre a maré baixa e maré alta é menos acentuada, fator que pode ser importante esclarecer aos clientes uma vez que os poderá ajudar na altura de optarem por um determinado hotel, como mais à frente será explicado.




Falando ainda das distâncias à partida do aeroporto, no sentido oeste para leste, e indo para a praia de Page, que é uma das praias para onde a Sonhando tem várias opções de alojamento, a viagem dura cerca de uma hora, enquanto percorrer a ilha de norte a sul não demora muito mais de hora e meia.
Segundo o responsável, uma das melhores praias da ilha é Kiwengwa Beach, a cerca de uma hora do aeroporto, onde se concentram vários hotéis, alguns dos quais são programados pela Sonhando. É aliás nesta praia que o operador concentra grande parte da oferta hoteleira que consta da sua programação. Entre as possibilidades está o Meliá Zanzibar “uma referência neste destino”.


Sobre a oferta hoteleira da ilha programada pelo operador, o diretor comercial da Sonhando, afirmou que regra geral é “muito boa, temos hotéis de cadeias internacionais como a RIU, ou a Marijani Resorts de um grupo africano mas com muita qualidade, mas temos alternativas para todos os bolsos”.
Zanzibar para além da praia
Quando se fala de um destino como Zanzibar, o apelo da praia surge em primeiro lugar mas a ilha é muito mais do que apenas praia, como foi referido no webinar da Sonhando. “Zanzibar não é apenas um destino de sol e mar, tem algumas visitas muito interessantes que os turistas podem fazer na ilha”, frisou Fernando Bandrés.
Uma das visitas obrigatórias para qualquer turista é à capital da ilha, onde se destaca a parte antiga, que os locais denominam “Cidade da Pedra”. O nome tem a sua razão de ser já que toda aquela área da cidade é construída numa pedra local, a “rocha coral ”, que existe na ilha em grande abundância apesar de ter um índice de deterioração acentuado. Apesar de algo deteriorada, pela erosão do tempo, a Cidade da Pedra, também conhecida como Cidade Antiga, está classificada como Património Mundial da Humanidade da UNESCO.
Uma das características diferenciadoras desta cidade reside nas portas dos edifícios, muitas delas mais antigas que os próprios imóveis. Isto porque muitos dos edifícios já foram reconstruídos mas as portas, de inspiração árabe ou indiana, foram mantidas.
Em plena Cidade da Pedra há um atrativo a que nenhum turista fica indiferente: a casa onde nasceu, a 5 de setembro de 1946, e onde viveu os seus primeiros anos de juventude, um nome incontornável da história do rock, uma das suas vozes mais características e quase uma lenda, de seu nome Farrokh Bulsara.
O nome não lhe diz nada? Então lembre-se de como demos início à primeira parte do nosso texto, quando postámos o título de um sucesso musical que marcou e continua a marcar gerações: “We Are the Champios”. Junte-lhe outros títulos como, por exemplo, “Love of my Life”, “Don’t Stop Me Now”, “Somebody to Love” ou “Bohemian Rhapsody”…

Chegou lá? Pois é isso mesmo, Farrokh Bulsara é nada menos do que o nome com que nasceu Freddie Mercury. A casa onde viveu pode hoje ser visitada na Cidade da Pedra e é praticamente um museu.
Outra visita quase obrigatória é a do mercado de escravos. Zanzibar foi um dos maiores interpostos de escravos em África e este mercado funcionou até 1873. A visita compreende as instalações, um monumento em memória das pessoas que lá passaram, e ainda que possa ser um pouco “arrepiante” para algumas pessoas, a verdade é que faz parte da memória histórica do mundo e por isso não lhe devemos voltar costas.
A visitar são também os mercados de rua, com as suas cores e cheiros, onde se destaca a comida. Os portugueses que forem de férias a Zanzibar vão ter oportunidade de experimentar alguns alimentos estranhos ao nosso paladar, mas os amantes de fruta comprovarão que este é um destino perfeito, onde podem encontrar-se inúmeras qualidades de frutas, desde as mais comuns como as bananas, o ananás ou a manga até muitas outras que são pouco conhecidas em Portugal.



O que também não pode ser esquecido são as especiarias que, em conjunto com o turismo, são o principal alicerce da economia da ilha. No século XVIII Zanzibar foi o maior produtor de cravinho do mundo mas entre as especiarias que ali se cultivam estão muitas outras como o açafrão, o gengibre, a baunilha, a noz-moscada… A ilha tem mesmo uma Rota das Especiarias que permite visitar quintas especializadas no cultivo destes produtos e em que se pode aprender muito sobre a sua botânica.
Outro dos locais importantes a visitar é a ilha de Changuu que se situa a cerca de 30 minutos de barco partindo da capital, onde foi construída uma prisão e, ainda que nunca tenha sido utilizada para esse efeito, ficou conhecida como Prision Island. A ilha viria, no entanto, a ser utilizada como lugar de quarentena, para os barcos que chegavam a Zanzibar e tinham tripulantes doentes com febre amarela.


Hoje, a ilha de Changuu é visitável e a sua grande atração são as tartarugas gigantes de Aldabra, vindas das Seychelles para presentear um embaixador inglês. As tartarugas adaptaram-se bem ao lugar, procriaram e hoje existe na ilha uma colónia com mais de 200 exemplares o que é por si só um atrativo.
Outro ponto muito visitado pelos turistas é a floresta de Jozani, onde não se encontram os big five de África, mas vêem-se muitos lémures, antílopes pequenos macacos, e outras espécies, sendo, por isso, uma visita muito procurada por casais com filhos.
Uma visita interessante é também a que se pode fazer às quintas de algas que são cuidadas e trabalhadas para fornecer as indústrias farmacêutica e de cosmética.
Uma experiência que os agentes de viagens devem recomendar aos seus clientes, até porque dá sempre para fazer belas fotos, é o passeio a bordo de um dhow, pequena embarcação tradicional, totalmente feita de madeira, sendo que muitos dos exemplares são feitos utilizando apenas uma peça de um tronco de árvore e talhados à mão. Se o passeio for feito ao pôr-do-sol, será “a cereja no topo do bolo”.



Existem também passeios que oferecem o avistamento de golfinhos e os turistas que estejam em melhor forma física e sejam mais afoitos, podem até nadar com eles, sendo que aqui nada-se em mar aberto, no ambiente natural dos golfinhos e não em tanques como em alguns países do Caribe.
Outra das excursões leva os turistas a visitar um banco de areia, formações que aparecem e desaparecem conforme as marés, pelo que Fernando Bandrés disse aos agentes de viagens do Grupo Airmet que é importante avisar o cliente para “checar” esta situação antes de comprar a excursão.
Outra opcional possível é a que leva os turistas até à reserva marinha do pequeno Atol de Mnemba, situado a norte da ilha. O ilhéu é propriedade privada, pelo que não pode ser visitado mas as excursões param nos bancos de areia que ficam em redor do atol. “Esta é uma experiência fantástica porque a cor do mar nesta zona é fabulosa”, frisou Fernando Bandrés, acrescentando que “nesta excursão pode também fazer-se mergulho ou snorkeling na reserva marinha do atol que tem um recife de coral ainda vivo, pelo que pode avistar-se uma fauna e flora muito diversificadas”.
As praias, as marés e as suas características muito especiais
Zanzibar é uma ilha no Oceano Índico, onde as águas são famosas pela sua limpidez e tonalidades, e também pela sua temperatura. Por isso a atração fundamental deste destino turístico são as suas praias e, falando delas, o diretor comercial da Sonhando quis começar por dar resposta a uma pergunta frequentemente feita sobre a existência ou não de algas nas praias de Zanzibar, que surge do facto de se saber que ali há plantações das mesmas. Só que uma coisa não implica outra: “Nas praias da ilha existem algas como em muitas praias que conhecemos, ou seja, surgem poucas, essencialmente na maré baixa e não incomodam quando se entra na água”, afirmou, deixando claro que se trata de pequenas algas e não de sargaço.


Fernando Bandrés deixou algumas sugestões de praias imperdíveis, como Kiwengwa Beach, “uma das praias onde se podem apreciar os melhores pôr do sol da ilha”; Nungwi Beach, muito próxima dos hotéis RIU; Kendwa Beach, uma praia mais tranquila com menos vendedores ambulantes, por ventura por ter menos areal, e por ultimo Page Beach que fica mais no sudoeste da ilha, uma zona mais ventosa e por isso muito procurada por turistas amantes do Kite Surf.
Ponto importante a reter e sobre o qual os agentes de viagens devem falar aos seus clientes tem a ver com as marés de Zanzibar, que são um aspeto característico da ilha. Ali, o ciclo de marés é de cerca de seis horas entre a maré alta e a maré baixa mas há zonas onde o mar pode recuar até cerca de quatro quilómetros e em relação à altura da água chega a haver uma diferença de dois metros. Significa isto que para tomar banho quando a maré está no seu ponto mais baixo há que fazer uma caminhada, em alguns casos longa. “Por isso vos tinha falado que os vossos clientes devem ser avisados para levarem na bagagem um tipo de calçado adequado a caminhar nas rochas para evitarem pisar algum coral e sofrerem danos nos pés”, alertou Fernando Bandrés.
Sobre o facto de esta situação das marés poder representar ou não um problema, o responsável disse que “se nos quisermos colocar na parte negativa, a resposta é sim, porque na maré baixa para tomarmos banhos de mar teremos de caminhar, mas numa visão positiva, diria que não porque isso permite dar passeios incríveis na praia, ver barcos afundados que ficam na superfície na maré baixa, dos quais se tiram umas fotografias magníficas”.



O diretor comercial da Sonhando apontou ainda um lugar que os agentes de viagens devem sugerir aos seus clientes: o restaurante The Rock, que como o nome indica se situa precisamente numa rocha. Trata-se de um restaurante onde se pode entrar a pé e sair de barco (fator marés) já que na maré alta o restaurante fica completamente rodeado de água e na maré baixa é perfeitamente acessível num passeio a pé.
Outro aspeto a que deu relevo foi às pessoas: “Os nativos são um dos atrativos fundamentais da ilha de Zanzibar, são muito amistosos por isso digam aos vossos clientes para não terem receio de conversar com eles, vão descobrir que eles têm muito pouco mas podemos aprender muito da filosofia de vida deles”, assegurou.
Salientou também que, “como foi publicado há poucos dias no Turisver, Zanzibar começa também a fazer o seu percurso da sustentabilidade ambiental, um fator que todos temos que ter em conta” (ler aqui).
Por último, falou um pouco dos safaris, que em breve irão estar disponíveis na programação da Sonhando. “Vamos ter dois safaris, um deles vai ser apenas de um dia, saindo de manhã cedinho do hotel, apanhar uma avioneta para o continente, a Tanzânia, e regressar ao final do dia. Outro será de duas noites / três dias, combinando com quatro noites na ilha de Zanzibar.
Com todas estas informações os agentes de viagens ficam aptos a responder a qualquer pergunta dos seus clientes e a dar-lhes valiosos conselhos sobre a viagem e o destino.
Por isso, Kwaheri!, que o mesmo é dizer “adeus”, até Zanzibar.
- Nota 1: Para ler a primeira parte do artigo, clique aqui.
- Nota 2: Informações sobre a programação da Sonhando para Zanzibar em: https://www.sonhando.pt
- Nota 3: Ilustrações cedidas pelo operador turístico Sonhando