Rita Rosa da agência Oasis Travel: “Nem todos os turistas têm perfil para vir passar umas férias a São Tomé e Príncipe”
Rita Rosa, da Oasis Travel de Lisboa, foi uma das 10 agentes de viagem que disseram “sim” ao convite da Solférias para fazer parte da sua fam trip a São Tomé e Príncipe e com quem a Turisver esteve à conversa para saber as suas impressões finais sobre estas duas ilhas.
Por Fernando Borges
Estamos no final daquele que é o seu primeiro encontro com São Tomé e Príncipe. Que encontro foi esse? O que mais a marcou?
Esta viagem traduziu-se numa viagem muito especial. Primeiro porque este grupo foi incrível e esta terra, estas ilhas, têm uma vibração muito única. O que me marcou mais, para além do verde da natureza, foram e são as pessoas, pessoas que fazem também elas a diferença, mostrando que com pouco se faz muito, e estas ilhas são muito especiais nesse sentido. Vou daqui com o coração a vibrar, porque faz-me muita falta a partilha do que senti, a partilha da cultura, da verdadeira cultura são-tomense destas ilhas totalmente sustentáveis com abundância de tanta coisa mas também com carência de tanta coisa. E assim saímos daqui, na minha ótica, a saber que há um equilíbrio em que os hotéis têm um papel muito importante, que há uma ajuda da parte deles às populações que é real e não uma “fantochada”.
Perante todos estes sentires e aprendizagens que acaba de nos transmitir, posso afirmar que vai mudar a sua forma de vender este destino?
Completamente, agora consigo perceber que nem todos os turistas têm perfil para vir passar umas férias a São Tomé e Príncipe, que nem todos os clientes sabem ao que vêm, e por isso a forma como vou passar a vender este destino vai ser muito mais completa, porque o norte, o sul e o centro de São Tomé, como a ilha do Príncipe, têm as suas particularidades, têm as suas diferenças. Nada como conhecer o lugar para saber falar dele, e convidar os agentes de viagem para fazerem este tipo de familiarização é uma enorme mais-valia para todos: para os operadores, para as agências e no final para os clientes.
“Se houvesse um charter para o Príncipe, isso seria a “destruição” da ilha, porque infelizmente o ser humano está feito para destruir e não para construir. E estamos num sítio em que sentimos que este é um lugar ideal para o chamado turismo regenerativo, que é conseguir melhorá-lo e mudá-lo positivamente”
Durante esta viagem teve igualmente a oportunidade de conhecer diversos hotéis e as ofertas que cada um apresenta. Perante esse conhecimento acha justa a relação preço/qualidade?
Sinceramente acho que sim. Se este destino fosse um destino barato, digamos assim, iria atrair outro tipo de turistas, o que não seria benéfico. Acho que tem que haver uma “seleção natural” e o dinheiro faz aqui esse balanço. Os hotéis são realmente bons. Há poucos, não há uma oferta muito variada, mas os que há estão em sintonia com as ilhas e com a natureza, e por isso penso que a relação qualidade/preço, assente nestes pressupostos, é honesta. E isso consegui perceber agora, porque sempre achei que era um destino caríssimo, mas agora entendo o porquê dessa relação, fazendo com que, na realidade, não seja um destino propriamente barato.
Na minha opinião, por exemplo, se houvesse um charter para o Príncipe, isso seria a “destruição” da ilha, porque infelizmente o ser humano está feito para destruir e não para construir. E estamos num sítio em que sentimos que este é um lugar ideal para o chamado turismo regenerativo, que é conseguir melhorá-lo e mudá-lo positivamente quando cá estamos através de atividades sustentáveis e com um certo espírito de missão. E aqui valorizo imenso o trabalho que é feito pelo HBD e pelas ONG’s que conhecemos, que é um trabalho árduo focado nas comunidades. Por tudo isto, sim, acho justa a relação qualidade/preço.
E que hotéis destaca entre os que visitaste? Quais irá aconselhar aos seus clientes?
Cada cliente é um ser individual, por isso há em São Tomé o cliente para o hotel Pestana, que não foi o que mais me arrebatou a atenção, e há o Omali, que é sem dúvida para um cliente que quer estar num “patamar” bem mais acima, pois é um hotel que está muito bem em termos de gastronomia, de espaços e de serviços, embora o Clube Santana seja o “meu” hotel, aquele que irei recomendar sem pestanejar, muito pelo conceito e localização, um conjunto de bangalós no meio de uma vegetação luxuriante junto ao mar. Para um cliente mais jovem, mais aventureiro, que queira um hotel mais rural, indicarei o Mucumbli, ou ainda no sul da ilha o Eco Lodge. No Príncipe, o Roça Sundy, que nos faz viajar no tempo ao encontro da cultura do seu povo, o Bom Bom e, obviamente o Sundy Praia, um verdadeiro retiro que oferece um equilíbrio perfeito entre design, natureza e conforto.
E agora que já conhece as duas ilhas, e oferecendo a Solférias um programa apenas para São Tomé e um outro que conjuga esta ilha com o Príncipe, como acha que se deverá vender este destino?
Vai sempre depender da carteira do cliente. Se a opção for apenas por São Tomé, o cliente poderá ter a certeza que terá uma semana fantástica sem necessitar de ir à ilha do Príncipe. Mas idealmente, para quem quer ter uma experiência mais completa, fazer as duas ilhas faz todo o sentido. Contudo, a opção está dependente da disponibilidade financeira do cliente.




No geral, muto boas e acertadas opiniões, nomeadamente chamando a atenção para a necessidade de pagar por aquilo que já não se tem noutros destinos e para o ter de se evitar a massificação. Um pouco incompleto sobre as “atrações” e hotéis ou estabelecimentos.
Boa tarde Sra. Rita Rosa.
Desculpe discordar de si.
Acabei de chegar de São Tomé há duas semanas e a conclusão e sumário da minha viagem nada trás de boas recordações a guardar no meu coração.
Visitei as duas ilhas em 10 dias, guardando 4 dias para o Príncipe e 6 para São Tomé.
Sou um viajante conhecedor de muitos locais do mundo incluindo África, (tendo em conta que nasci lá), e nada comparável com este destino.
Devo mencionar que todos os dias havia um ou dois episódios que acabamos por nos habituar como sendo mais um dia ou um momento em que pensas…. O que me vai acontecer hoje? Todos os dias uma peripécia….
Mas como os locais dizem…. “Leve Leve”
E ao terceiro dia já nos habituamos ás surpresas desagradáveis que todos os dias nos são impostas quer queiramos ou não… mas é mesmo assim e não há nada a fazer.
Uma FALTA DE GRANDE RESPEITO pelos preços que praticam e por um serviço em todo lado demasiado precário e sem respeito pelos poucos ou muitos turistas que desejam experiênciar a natureza com condições mínimas para uma experiência africana mas que se merece a atenção, dedicação e empenho por nós, turistas que os estamos a ajudar com a nossa presença e dinheiro.
Este país/Ilha está num patamar de terceiro mundo com estradas que não há palavras para descrever, com uma hotelaria a nível geral sem condições de higiene em muitas delas, falta de água porque a bomba não trabalha, eletricidade que falta durante a noite, falta de respeito em cumprir horários, comércio inexistente, preços inaptados aos locais mas muito adaptados aos europeus (se me faço entender)…
A destacar de bom… as paisagens e florestas virgens, praias e a fruta doce e saborosa.
Não se trata de ter perfil ou não. Trata-se que se nos recebem… se sabem ter um aeroporto a funcionar, então que haja um mínimo para que, no mínimo não termos de dizer mal.
NA MINHA OPINIÃO….NADA MAIS.
-Uma experiência a nunca mais ter
-Um destino a nunca voltar
-Um país não recomendado a todos aqueles que me possam falar nele.
Cumprimentos
Nelson