Revelados primeiros dados do Barómetro da Restauração e Similares

Os empresários da restauração estão preocupados com a contração do negócio e as dificuldades de recrutamento de profissionais para o sector, principalmente com formação adequada, mas o que mais os preocupa são as questões relacionadas com a fiscalidade.
Ana Paula Barbosa, diretora de Serviços para o Retalho da Nielsen IQ, foi ao congresso da AHRESP, que decorreu em Aveiro no final da semana passada, revelar os primeiros números do Barómetro da Restauração e Similares, realizado em parceria com a AHRESP.
De acordo com o estudo, as dificuldades no recrutamento e a contração do negócio são preocupações para os empresários da restauração, com 1 em cada 3 inquiridos a responder que perceciona que o seu negócio decresceu nos dois primeiros trimestres deste ano.
Cerca de 36% afirma ter sentido quebras no consumo durante este período de tempo, o que pode justificar a percentagem de 42% de inquiridos que se diz pouco confiantes relativamente aos próximos 6 meses. Mais de metade (52%) perceciona que o volume de negócios do setor está a decrescer. Menor poder de compra (80%) é a principal razão apresentada como potencial motivo para as quebras de consumo.
Acresce que, segundo os dados revelados, apenas 22,1% dos clientes habituais são turistas e existe a perceção de que as quebras de negócio foram maioritariamente durante os dias de semana e ao almoço.
A falta de formação ou experiência (66%) é a principal dificuldade sentida no recrutamento de pessoas para trabalhar no setor, seguindo-se a burocracia necessária (24%), os problemas de comunicação (língua portuguesa) e a pouca oferta ou falta de pessoas interessadas.
Mais de metades dos inquiridos (59%) revelou ter trabalhadores estrangeiros, sendo a nacionalidade brasileira a predominante (79%). As questões de mão de obra são um desafio para o canal HORECA – 1 em cada 3 inquiridos diz que precisa de contratar mais trabalhadores, em média cerca de duas pessoas, principalmente para servir à mesa ou balcão, mas também para a cozinha.
No entanto, a temática dos impostos e tributação (48%) é o que mais preocupa os entrevistados nos próximos 6 meses.
O estudo foi elaborado com base num inquérito online realizado durante os meses de agosto e setembro.