Retoma do turismo faz rever em alta previsões económicas para Portugal

Essencial para a recuperação económica do país, o turismo ainda não está a ser afetado pela pressão nos aeroportos, segundo o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni. Ainda assim, em 2023 a guerra na Ucrânia e os problemas na aviação deverão ditar novas ‘regras’.
O comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, afirmou esta quinta feira em Bruxelas afirmou que a economia portuguesa é a que mais cresce na zona euro e que isso fica a dever-se à retoma do turismo internacional. “Temos o crescimento mais forte do que o esperado para Portugal e isto é substancialmente baseado nos resultados do primeiro trimestre, […] e, claro, o que vemos, além disso, é a reabertura do turismo internacional”, afirmou.
As previsões para Portugal apontam para um crescimento de 6,4% no PIB – o mais elevado da zona euro e muito acima do que está previsto como média para a zona euro (2,6%) e Gentiloni associa esse facto à forte recuperação do turismo, atividade “extraordinariamente importante” para o país. Já para 2023 as previsões são bastante mais modestas, em resultado da guerra na Ucrânia “e, mais recentemente, no contexto das crescentes preocupações com a falta de pessoal no setor da aviação, que poderá ter repercussões nas visitas de turistas estrangeiros a Portugal”. Dois fatores que deverão levar a que o PIB português cresça apenas 1,9% quando em maio se perspetivava um aumento de 2,7%.
Admitindo que a Comissão Europeia está ciente das “dificuldades nos setores da aviação, que estão sinalizados em alguns países e em alguns grandes aeroportos” onde a falta de pessoal tem levado a cancelamentos de voos e longas filas de passageiros em espera, o Comissário garantiu, no entanto, que “de momento, os dados que temos sobre alojamentos e voos internacionais para Portugal não são motivo de preocupação”.