Retoma do Turismo em Lisboa apoiada por 6,1M€ em programas de promoção
O Turismo de Lisboa e as empresas suas associadas estão a investir 6,1 milhões de euros em programas de promoção, com o objetivo de promover a retoma do setor. Elaborados em fevereiro e apresentados esta quinta feira pela direção da Associação, a maior parte deles está em curso e tem candidaturas já aprovadas, embora alguns estejam ainda abertos.
Os programas apresentados são apenas para o ano de 2022 e o seu financiamento está a ser feito pelas próprias empresas e por diversas entidades públicas, através da ATL, como detalhou Vitor Costa, diretor-geral do Turismo de Lisboa. Assim, precisou, as empresas associadas da ATL contribuíram com 1,8 milhões de euros, o Fundo de Desenvolvimento Turístico de Lisboa (verbas provenientes da taxa turística), com 2,5 milhões, a Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa (ETR-RL) com um milhão, enquanto os restantes 810 mil euros são assegurados pelo Turismo de Portugal, no âmbito da contratualização da Promoção Turística Externa.
“O investimento da ERT-RL tem como um dos objetivos fomentar o crescimento de polos a potenciar ou a desenvolver na região, como o Tejo, a Costa da Caparica, a Arrábida e Mafra, bem como de produtos turísticos transversais, incluindo Surf, Sol e Mar, Golfe e Natureza”, explicou Vitor Costa, que preside a este organismo.
A maior parte da verba, três milhões de euros, foi direcionada para planos de comercialização e vendas das empresas nos mercados externos (PCVs), nomeadamente participação em eventos internacionais campanhas online e ações de promoção e venda junto de operadores e outros canais. No âmbito deste programa, que já está fechado, foram aprovadas 46 candidaturas com participação de 101 empresas, sendo a comparticipação máxima de 50%.
Para o apoio à captação de congressos, eventos corporativos e eventos associativos está já comprometida uma verba de cerca de 510 mil euros para 2022 e anos seguintes, para financiar o aluguer de salas, espaços e venues no âmbito de reuniões e congressos, bem como audiovisuais, alojamento, transfers e catering. Até ao momento, já foram aprovadas 78 candidaturas, continuando o programa aberto.
“Tornar Lisboa mais competitiva de forma a que as opções para a realização de eventos recaiam sobre Lisboa e não sobre outras cidades” é, segundo Vitor Costa, o grande objetivo do programa de apoio à captação de congressos e eventos, até porque a cidade quer manter a posição que conquistou no ranking da ICCA, onde ocupa segunda posição, tanto em termos europeus como mundiais.
Outro dos programas de promoção é para apoiar a internacionalização de festivais e outros eventos culturais na cidade de Lisboa. Trata-se, disse o diretor-geral da ATL, de um programa “destinado a potenciar o mais possível os clientes internacionais destes festivais”. Este programa tem disponível uma verba de 250 mil euros, destinada a cofinanciar, em 50%, planos de publicidade no estrangeiro suscetíveis de captar público internacional adicional para estes eventos. Neste âmbito, foram aprovadas as candidaturas dos festivais Rock in Rio, NOS Alive, Kalorama e Jazz em Agosto.
Soma-se ainda um plano de comercialização e vendas no mercado interno, que contempla uma verba de 392 mil euros e “é destinado a apoiar PCVs de empresas em produtos emergentes e áreas menos desenvolvidas da região de Lisboa”. É o caso dos polos turísticos a potenciar ou em desenvolvimento definidos no plano estratégico (Tejo, Costa da Caparica, Arrábida e Mafra), bem como para os produtos transversais (Surf, Sol e Mar, Golfe e Natureza). Este programa, que está ainda em aberto, inclui ações de promoção e contactos comerciais no mercado nacional propostas e desenvolvidas pelas empresas participantes, tendo sido já aprovadas 14 candidaturas, com a participação de 18 empresas. O financiamento é a 60%.
Os restantes quase dois milhões de euros são destinados a financiar as ações organizadas diretamente pela Associação Turismo de Lisboa, com a participação dos seus associados, nomeadamente feiras internacionais (FITUR, WTM, ITB, IMEX, IBTM, ILM, IMTM), workshops e webinares internacionais, roadshows, sales blitz, materiais promocionais e dinamização da comercialização no portal www.visitlisboa.com.
Vitor Costa adiantou que, no âmbito deste programa foram já realizados workshops direccionados aos mercados da Alemanha, França e Reino Unido; webinars sobre as temáticas de city e short breaks, com a Itália, Alemanha, França e Reino Unido e vocacionados para a Meeting Industry com os mercados da França e Alemanha. Ainda este ano serão realizados workshops online direcionados a mercados mais longínquos como os Estados Unidos e o Brasil.
Até ao momento, os programas de promoção conjunta com as empresas contam com a participação de 367 entidades, bem como a participação de 333 buyers internacionais em workshops e webinares, organizados diretamente pela Associação Turismo de Lisboa através do Lisboa Visitors Bureau e do Lisboa Convention Bureau e com a participação dos seus associados.
Carlos Moedas: Turismo é central para Lisboa
Na apresentação dos programas de promoção, Carlos Moedas, presidente da Câmara de Lisboa e da Associação de Turismo de Lisboa, afirmou que “o Turismo é central para a nossa cidade e é central como prioridade para a Câmara Municipal de Lisboa”, acrescentando que “só todos juntos [público e privado] é que conseguiremos ter o turismo que queremos e esse turismo tem que ser um turismo que contribua para os lisboetas, que traga algo aos lisboetas e um turismo de atração de talento”.
Como exemplo de um contributo do turismo para a cidade de Lisboa citou o Museu do Tesouro Real. Trata-se, afirmou, de “um exemplo extraordinário de como o turismo contribuiu para a cidade porque foi o turismo, foi a taxa turística que pagou aquele museu” que representou um investimento de 30 milhões de euros. “Sem o turismo, aquele museu não existiria”, afirmou.
Carlos Moedas defendeu que os programas de promoção apresentados, no valor de 6,2 milhões de euros, representam também um contributo do turismo para cidade de Lisboa, aproveitando para realçar o contributo e o esforço que as empresas estão a fazer para pôr de pé estes programas.
Afirmando que Lisboa está cada vez mais na moda, o autarca deixou claro que esta situação não pode ser desaproveitada. Por isso, defendeu, “não podemos continuar a dar esta má imagem que está a acontecer no Aeroporto de Lisboa”. Carlos Moedas disse saber que “o governo está a trabalhar para resolver esta situação” mas alertou que ela tem que ser resolvida rapidamente pois se o não for poderá “ter um efeito devastador” pela “má imagem” que causa.