Receitas da Vila Galé em 2024 atingiram valor recorde de 290 M€. Lucros deverão rondar os 105 a 106 M€

O ano de 2024 foi, novamente, um ano de recordes para o Grupo Vila Galé que, no conjunto dos seus 45 hotéis, alcançou receitas da ordem dos 290 milhões de euros que se comparam com os 275 milhões obtidos em 2023. Uma subida que tem a ver com o aumento do número de hóspedes, de dormidas e de preço médio.
Os hotéis do Grupo Vila Galé tiveram um comportamento positivo em 2024, tanto em Portugal como no Brasil, começou por destacar Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do grupo, durante um almoço de trabalho com a comunicação social, esta terça-feira, 28 de Janeiro.
Relativamente a Portugal, a taxa de ocupação cresceu 3,5% para 55%, enquanto o número de hóspedes aumentou 5%, números que, segundo Gonçalo Rebelo de Almeida, “estão mais ou menos em linha com aquilo que são os números expectáveis de Portugal em 2024 versus 2023”. E se, como disse, “crescemos mais em hóspedes do que em quartos ocupados” é porque “temos mais hotéis” e também porque as novas unidades do Grupo no interior do país são caracterizados por “estadas relativamente mais curtas face a unidades do Algarve ou da Madeira”. Por isso, justificou, “crescemos mais em hóspedes do que crescemos em número de quartos ocupados”.
Ainda em Portugal, as receitas cresceram 9% face a 2023, totalizando os “ 172 milhões de euros na atividade hoteleira” que foram “complementados com mais 6,6 milhões de euros da Unidade de Espanha” [Isla Canela], ou seja, “estas duas geografias de Portugal mais Espanha dão qualquer coisa como 180 milhões de euros”.
Este aumento de 9%, frisou, “vem de um crescimento do preço médio na casa dos 8%, a que se soma o aumento da ocupação”.
Já no Brasil, a taxa de ocupação manteve-se em linha com a de 2023, mas o preço médio cresceu “cerca de 7%”, resultando num aumento de 6% nas receitas, para um total de 682 milhões de reais, cerca de 110 milhões de euros.
Somando as várias geografias, as receitas de 2024 ascendem a 290 milhões de euros, um recorde absoluto para o Grupo Vila Galé, e um aumento de cerca de 15 milhões de euros face ao ano anterior.
Apesar de as contas do ano ainda não estarem fechadas, Gonçalo Rebelo de Almeida antecipou uma subida nos lucros face a 2023. Assim, os lucros em 2024 deverão rondar os 105 a 106 milhões de euros, números que se comparam aos 100 milhões obtidos em 2023.
Lembrou ainda que em 2024, a Vila Galé abriu dois hotéis em meados do ano. Um foi Isla Canela, uma nova geografia para o grupo, de que fez um balanço positivo, apesar de não ter termos de comparação. “conseguimos levar os portugueses a descobrirem Isla Canela”, comentou, assinalando que o mais importante foi que a abertura deste hotel não canibalizou a procura dos hotéis do Algarve: “Os nossos números de portugueses no Algarve durante o verão ainda cresceram e em cima disso houve uma movimentação adicional de portugueses no nosso hotel de Isla Canela”, garantiu.
Outro hotel que o grupo abriu em meados do ano foi o da Figueira da Foz, onde a Vila Galé está a tentar fazer um trabalho não só de colocar o hotel no mercado, mas também de relançar um pouco a Figueira da Foz enquanto o destino turístico”.
Perspetivas para 2025
Para este ano, as perspetivas mantêm-se positivas. “Do ponto de vista de 2025, aquilo que os números indicam a esta data, é que são positivos. As reservas que já temos em carteira, e o movimento de reservas a que estamos a assistir estão a apontar para um crescimento (…) tanto nas taxas de ocupação como nas receitas”, afirmou Gonçalo Rebelo de Almeida.
O administrador disse não esperar grandes alterações ao nível dos mercados, seja nos europeus como nos norte-americanos. “Não identificamos à data muitas mudanças nos mercados emissores e, portanto, o perfil do turista e do tipo de turista deverá ser muito parecido com aquilo que aconteceu em 2024”, disse, sem no entanto esquecer que o turismo, em Portugal como na Europa enfrenta vários desafios motivados pela conjuntura internacional.
Otimista, mas tendo em conta que se vive num “mundo conturbado”, Gonçalo Rebelo de Almeida destacou que “Portugal não perdeu competitividade face a outros destinos europeus”, apesar da “evolução positiva do ponto de vista dos preços dos serviços.
Mercado nacional continua a ser o número 1 e mercado dos EUA cresceu mais de 30%
“Contrariamente a algumas notícias que foram saindo ao longo do ano, de que o mercado português apresentava sinais de recessão os nossos números indicam que isso não aconteceu e que o mercado português continuou a crescer”, frisou Gonçalo Rebelo de Almeida, adiantando que “no nosso caso, o mercado português cresceu 6%” e “continua a ser o nosso principal mercado com uma média de 40 a 45% da nossa ocupação”.
O segundo mercado continua a ser o inglês, com um peso entre os 14 a 16%, com a grande diferença a residir no mercado dos EUA que cresceu mais de 32% e no do Canadá que cresceu quase 26%. Outro mercado que registou um grande crescimento em 2024 foi o alemão, com uma subida de 23%.
Já no polo oposto, o destaque vai para as quebras de 5% no mercado espanhol e de 10% no mercado francês.
“Se recuarmos cinco ou seis anos, os EUA nem entravam no Top 10 dos nossos principais mercados emissores. Hoje está prestes a disputar o 3º, 4º ou 5º lugar”, afirmou administrador do Grupo, frisando que o aumento da procura por parte do mercado dos EUA e também do Canadá traz consigo várias vantagens: “Os americanos têm demonstrado um grande interesse em explorar Portugal. Não se limitam a visitar Lisboa e Porto, têm apetência para descobrir outras regiões e têm penetrado um bocadinho no Alentejo, no Douro e até no Algarve”, ou seja, “não só fica mais noites, como alarga a sua presença a todo o território”.