Rafael Fernandez: Pela importância do mercado a Costa Cruzeiros criou um folheto específico para o cruzeirista português
Um cruzeiro de oito dias e sete noites no Costa Venezia com partida e chegada a Istambul, uma das principais apostas da Costa Cruzeiros no mercado português para o verão de 2022, foi a oportunidade para estarmos à conversa com Rafael Fernandez, diretor de Comunicação para Portugal e Espanha da companhia italiana, realçando para o sucesso dessa aposta a importância dos voos diretos da Turkish Airlines desde a cidade do Porto e de Lisboa para a capital turca e do cruzeirista português para a Costa Cruzeiros.
Por Fernando Borges
Que importância tem o mercado português para a Costa Cruzeiros?
Sendo Portugal uma nação com um grande litoral faz com que Portugal seja um país com gente mais orientada a viajar como acontece em Espanha onde as pessoas mais perto da costa viajam mais, fazendo por exemplo mais cruzeiros do que as pessoas do interior. No caso de Portugal há uma curiosidade que me fascina. Sendo um país de 12 milhões de habitantes, representando 2,5 % da população da comunidade europeia, os portugueses representam 4% das pernoitas dos europeus fora dos seus países, o que quer dizer que de cada 100 europeus que deixam o seu país para dormir num outro quatro são portugueses, significando que em proporção os portugueses viajam mais que outras nacionalidades da Europa. Logo, um bom valor acrescentado, como este, o dos cruzeiros, tem que funcionar muito bem em Portugal. Digo um bom valor acrescentado porque se olharmos para o custo e o que é oferecido, como gastronomia, percursos, entretenimento e agora com as excursões dentro do preço, o valor acrescentado é muito alto perante outras soluções como ficar uma semana num hotel ou resort de praia, por exemplo. Sem esquecer o pacote “super tudo-incluído” que significa isso mesmo, estar tudo mesmo incluído, como três excursões. Exceto, claro, se o passageiro quiser ir jantar a um dos restaurantes temáticos, onde encontramos chefs três estrelas Michelin, ou utilizar os serviços de spa. E assim não tem surpresas no final do cruzeiro.
Como estão os portugueses a reagir a este itinerário Istambul-Istambul?
A realidade e a perspetiva de Portugal como mercado neste itinerário é alta. É alta olhando para as reservas que já temos e as que esperamos ter. E isto acontece por duas razões. Em primeiro pelo produto em si, porque é um itinerário muito único, posicionado em Istambul e fazendo cada semana um percurso diferente, com uma semana a fazer um percurso mais Turquia e na seguinte um mais Grécia. E a segunda razão é a ligação direta desde o Porto e de Lisboa, oferecendo ao consumidor uma enorme facilidade na reserva para fazer esta viagem. E ainda existe a vantagem de na Costa até aos 18 anos o passageiro não pagar nada, a não ser as taxas, o que é uma forte mais valia relativamente a outras companhias, um grande benefício económico, como por exemplo para uma família de quatro pessoas em que apenas os pais pagam.
Quais as rotas mais procuradas pelos portugueses?
Os portugueses em termos muito gerais estão a procurar rotas pelo Mediterrâneo e tradicionalmente as rotas pelo norte da Europa. Na realidade, e como este ano cancelámos o Báltico por razões geopolíticas, estamos a oferecer os fiordes. E a pensar nos portugueses temos um folheto feito especificamente para o mercado português que se vai atualizando e onde falamos das principais vantagens de reserva com a Costa e principais itinerários, sejam eles os ditos “normais”, de oito dias e sete noites, mini cruzeiros ou os mais longos, os de 12 ou de 15 dias. Claro que há ainda muito caminho a percorrer para o mercado português, como os nos Emiratos Árabes, Caraíbas e América do Sul.
E Lisboa como ponto de partida de cruzeiros Costa? Há intenção de aumentar o número que já existe?
Temos cruzeiros a partir de Lisboa em setembro, outubro e novembro com um itinerário pelo Mediterrâneo até Savona, em Itália. A ideia de aumentar o número de partidas em Lisboa logicamente depende da procura. Se colocares mais um barco em Lisboa estás a desviá-lo de outros portos. E aí tens que ter a certeza que irá ter muita procura. Mas há muitas soluções em aberto, incluindo realizar mini cruzeiros como de Lisboa ao Porto ou a Faro, de norte a sul de Portugal. O que acontece é que dar aos portugueses cruzeiros para os Açores ou Madeira é como ensinar “a missa ao padre”. Assim, seguramente que o melhor, e num mundo tão globalizado e tão interconectado, a solução para oferecer algo diferente e novo aos portugueses passa por um avião. E a prova é esta, este cruzeiro a partir de Istambul, que está a correr muito bem em Portugal devido em grande parte ao facto de haver voos diretos a partir de Lisboa e do Porto para Istambul, pois não tens que voar primeiro para Madrid, Londres ou outra capital europeia.
O Turisver viajou a bordo do Costa Venezia a convite da Costa Cruzeiros