“Qualificação da experiência turística” que Portugal oferece “é o grande desafio coletivo” do setor, diz Pedro Machado
O secretário e Estado do Turismo falava na abertura da conferência ‘Turismo +30’, realizada esta quinta-feira pela AHETA. Pedro Machado falou do “momento extraordinário” do turismo português, elencou desafios em como o da chegada de passageiros aos aeroportos e defendeu que “o turismo tem que ser bom para todos”
Pedro Machado começou a sua intervenção por destacar a celebração dos 30 anos da AHETA, para afirmar que com ela é também o movimento associativo do setor que se celebra porque as associações “fizeram com que Portugal chegasse a este momento extraordinário que estamos a viver em 2025” em termos de resultados turísticos. E, segundo as suas palavras, “estão criadas as condições, não só para conseguir continuar este crescimento, mas sobretudo para abraçarmos os grandes desafios que todos temos pela frente” e que passam pelo planeamento, pela mobilidade, conectividade e sustentabilidade, entre outros.
No entanto, assumiu, há um “grande desafio coletivo, que é o da qualificação da experiência turística que Portugal nos oferece. Um processo inacabado e que nos convoca a todos” a começar pelas autarquias e CIMs, por via da transferência de competências quer em matéria de estruturação e valorização do território, quer em termos de promoção, que “exige cada vez mais profissionalização”.
“Os mercados com que competimos exigem que Portugal mantenha altíssima a fasquia da profissionalização”, afirmou, frisando que no âmbito da qualificação de experiência, há que “olhar no domínio da política para ultrapassar aqueles que são constrangimentos evidentes”.
Citou, a propósito, o exemplo prático da chegada dos passageiros aos aeroportos nacionais, nomeadamente a Faro “em que supostamente um sistema chamado RATI neste momento está mais lento do que o sistema anterior”, admitiu. Ainda assim, disse que o Governo está a trabalhar no sentido da sua resolução, tendo decidido “colocar mais de 20 polícias no sentido de facilitar o caso do Algarve em concreto”.
Em ternos de acessibilidades, no entanto, há que olhar para a construção do novo aeroporto de Lisboa, mas também para o aeroporto do Porto, e “reflectir sobre aquilo que são as condições ideais para que continuarmos a crescer”.
E, claro, há o desafio dos recursos humanos e dos salários, que impactam também naquilo que é a qualificação da experiencia turística.
Ao nível da promoção, o governante afirmou que há que continuar a pensar os mercados emergentes e apostar em novos mercados, como o México, a Argentina e a Austrália, sem esquecer o reforço que há que fazer no mercado dos Estados Unidos, “até por força, deste ativo extraordinário da ligação direta aos Estados Unidos” e também do Canadá
“O próximo governo, seja ele qual for, e seja quem for o novo secretário de Estado do Turismo, terá, praticamente pronta – para não dizer pronta – para a poder lançar, já no final do mês de junho”
“Temos que continuar a crescer cumprindo uma agenda que é uma agenda comum” de temas como a mitigação das alterações climáticas e a diminuição da pegada, relacionados com a mobilidade mas também com novas tendências dos turistas que forçosamente levam à estruturação de novos produtos turísticos.
Neste ponto, destacou o trabalho que o Algarve tem feito na dinamização de produtos que vieram complementar os produtos mais conhecidos que “está a ter uma consequência objetiva direta positiva”.
Referiu-se ainda à ET 2035 para dizer que “o próximo governo, seja ele qual for, e seja quem for o novo secretário de Estado do Turismo, terá, praticamente pronta – para não dizer pronta – para a poder lançar, já no final do mês de junho. Uma estratégia que, disse, assenta “num desafio comum, não é só do turismo, é um desafio de todas as atividades económicas, que é o grau de satisfação das nossas comunidades locais”.
“O turismo tem que ser bom para todos”, defendeu, sublinhando que os portugueses são “um dos nossos ativos estratégicos” porque “a hospitalidade é um ativo estratégico de Portugal”.


