Principal desafio de 2024 será “ultrapassar as cifras alcançadas em 2023”, considera o presidente da AHP
Na segunda-feira, num almoço promovido pela AHP que teve como convidado o presidente do Turismo de Portugal, o presidente da Associação, Bernardo Trindade, reafirmou a importância de 2023 para a recuperação do setor mas chamou a atenção para o aumento da despesa e dos encargos financeiros que aconteceu em paralelo com o aumento da receita.
Começando por afirmar que 2023 “foi um ano muito importante no que diz respeito à recuperação do setor, nomeadamente ao nível das receitas”, um ano em que “mês após mês, os números foram batendo recordes relativamente a nos anteriores”, o presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) sublinhou que não só “recuperámos a confiança dos nossos clientes” mas também “reposicionámos, cada vez mais, a nossa atividade no quadro da economia portuguesa”, o que considerou “indiscutivelmente importante”.
Ainda assim, Bernardo Trindade fez questão de lembrar que, apesar de a receita ter crescido “a despesa também cresceu em todos os meses” e em todos os ângulos, desde a remuneração do trabalho, aos bens alimentares, passando pela eletricidade e pelo gás.
Além disso, e embora tenha admitido que os EBITDA cresceram mais do que a despesa e que os resultados foram positivos, o responsável chamou a atenção para o facto de também os encargos financeiros para a exploração das unidades hoteleiras terem registado igualmente uma enorme subida. Hoje, “em alguns casos, para um mesmo nível de dívida, temos mais do dobro dos encargos financeiros”, alertou.
Para os hotéis, que “são mão-de-obra intensiva mas são muito capital intensivo, a componente dos encargos financeiros aumentou substantivamente”, reforçou Bernardo Trindade, avançando que a AHP se mantém “muito disponível para trabalhar com o Turismo de Portugal no que diz respeito aos apoios ao setor”. A propósito recordou que durante o período da pandemia, as linhas de apoio lideradas pelo Turismo de Portugal foram aquelas que mais rapidamente chegaram às empresas.
Referindo-se a 2024, disse ser “um ano que tem como principal desafio ultrapassar as cifras alcançadas em 2023”. Consegui-lo “não vai ser fácil porque temos um contexto internacional incerto, um conjunto de interrogações cuja resposta ainda tarde” mas Bernardo Trindade assegurou existir, da parte dos hoteleiros “uma determinação férrea no cumprimento destes objetivos”.