Presidente da ADHP espera que momento político não faça “cair por terra” o trabalho de valorização dos profissionais do setor

Na abertura do XXI congresso da ADHP, o presidente da Associação, Fernando Garrido, aludiu à resiliência dos diretores de hotéis e dos profissionais do setor, de um modo geral, falou do trabalhado feito e mostrou-se preocupado com o atual momento político pelo atraso que pode implicar em decisões indispensáveis para o crescimento sustentado da atividade turística.
Na sua intervenção na sessão de abertura do XXI Congresso da Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal, o seu presidente, Fernando Garrido, começou por falar de resiliência, a do turismo e a da própria ADHP: “O Turismo é reconhecido por todos, como uma atividade extremamente resiliente, sendo que a Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal é o verdadeiro exemplo desta resiliência”, afirmou, referindo-se às contingências que, nos últimos anos, têm marcado a realização do congresso da Associação, desde a Covid até à “depressão Martinho que esteve em vias de condicionar o XXI congresso, mas resilientemente estamos todos aqui”, para dar corpo a um congresso que “é uma referência, reconhecido pelo sector, como um dos principais eventos do turismo”.
Fernando Garrido referiu-se, depois, aos bens resultados da atividade turística que em 2024 bateram todos os recordes, para deixar claro que “estes resultados só são possíveis de alcançar graças a todos os profissionais do turismo”.
No mesmo âmbito destacou que “num momento em que passamos por uma dificuldade de contratação de mão de obra qualificada, as chefias e direções assumem um papel fulcral na qualidade do serviço, tal como têm vindo a assumir nos últimos anos” – um papel que, afirmou, “tem de ser reconhecido, e valorizado”.
Sublinhando que Associação tem desenvolvido um trabalho conjunto com outras associações e com o Governo, no que se refere à revisão do RJET, com o objetivo de “valorizar os profissionais do sector”, o presidente da ADHP manifestou a sua preocupação face ao atual momento político que o país vive e às repercussões que pode ter neste trabalho de valorização das profissões: “Num momento de incerteza política não podemos deixar de chamar a atenção, para que este trabalho que foi desenvolvido não caia por terra e se perca uma vez mais a oportunidade, de reconhecer os profissionais”, defendeu.
Ao nível da formação de recursos humanos, disse que “a associação tem feito o seu trabalho, em conjunto com as escolas”, lembrando que a ADHP faz parte de diversos conselhos consultivos, onde contribui para a criação dos conteúdos pedagógicos dos diferentes cursos, Além disso, tem apoiado os profissionais diversas formações, no sentido de “formar e capacitar os diretores”, como acontece com o Curso de Especialização Em Direção hoteleira, que “só em 2024 formou perto de 60 profissionais”.
Fernando Garrido mostrou-se ainda preocupado com o atraso que poderão ter vários dossiers “fundamentais para o crescimento sustentado do turismo nacional”, como o Aeroporto de Lisboa e a ferrovia de alta velocidade.
O presidente da ADHP deixou ainda uma palavra sobre o local onde decorre o congresso, a Costa de Caparica, no concelho de Almada, um destino com “grande tradição turística, em especial no turismo balnear” mas que “sofre de uma elevada sazonalidade”, para concluir que “este congresso é a prova de que este concelho tem condições para receber eventos MICE, tornando-se extremamente interessante pela sua proximidade do aeroporto Internacional”.