Preços continuaram a subir e estada média a descer no alojamento turístico em fevereiro

Dados publicados pelo INE dão conta da subida de proveitos no alojamento turístico em fevereiro, enquanto o número de dormidas desceu ligeiramente face ao mesmo mês do ano passado, o que indica subida de preços. Ainda assim, o número de hóspedes registou uma subida ligeira, o que reflete uma nova diminuição na estada média.
Os dados do Instituto Nacional de Estatística publicados esta segunda-feira, 31 de março, indicam que em fevereiro, o alojamento turístico contabilizou 1,8 milhões de hóspedes (+0.6% em termos homólogos) e 4,2 milhões de dormidas (-2,5%).
A diminuição registada nas dormidas, deveu-se principalmente aos mercados internacionais (-3,3% para 2,8 milhões de dormidas) mas as dormidas dos residentes também desceram (-0,8% para 1,4 milhões), com o INE a lembrar que ambos os indicadores tinham sido positivos em Janeiro último (+3,9% para os mercados externos e +11% para o mercado interno).
O INE explica, no entanto que os resultados de fevereiro “foram influenciados pela estrutura móvel do calendário, ou seja, por um lado, pelo efeito do período de férias associado ao Carnaval, que este ano ocorreu em março, enquanto no ano anterior se concentrou em fevereiro. Por outro lado, o mês de fevereiro deste ano teve menos 1 dia do que o do ano anterior, uma vez que 2024 foi um ano bissexto”.
O que continua a descer é a estada média, justificando assim a pretensão do presidente da Associação da Hotelaria de Portugal, Bernardo Trindade, que defendeu na passada semana, uma “grande campanha em torno do aumento da estadia média” (ler aqui).

De acordo com os dados divulgados pelo INE, em fevereiro, a estada média diminuiu 3,1% para 2,35 noites. Os valores mais elevados continuaram a observar-se na RA Madeira (4,73 noites) e no Algarve (3,68 noites), tendo as estadias mais curtas ocorrido no Centro (1,58 noites) e no Oeste e Vale do Tejo (1,64 noites).
De referir que a estada média dos residentes foi de 1,68 noites (-3,0%) e a dos não residentes foi de 2,92 noites (-2,6%), e que a Madeira foi a região que registou a estada média mais prolongada, seja ao nível dos mercados externos (5,33 noites) como dos residentes (2,88 noites).
Proveitos aumentaram 4% com base na subida de preços médios
Apesar do decréscimo nas dormidas, os proveitos totais aumentaram 4,0% para 287,7 milhões de euros e os relativos a aposento subiram 3,4% para 208,8 milhões.
“A Grande Lisboa foi a região que mais contribuiu para a globalidade dos proveitos (34,5% dos proveitos totais e 36,0% dos proveitos de aposento), seguida da RA Madeira (17,1% e 16,7%, respetivamente) e do Norte (16,4% e 16,5%, pela mesma ordem)”, indica o INE.
No mês em análise, os aumentos de proveitos mais expressivos ocorreram na RA Madeira (+16,7% nos proveitos totais e +20,7% nos de aposento) e na Península de Setúbal (+12,2% e +15,4%, pela mesma ordem), enquanto os maiores decréscimos foram registados no Oeste e Vale do Tejo (-3,1% e -0,7%, respetivamente) e no Alentejo (-2,4% em ambos).
No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) atingiu 39,6 euros, o que configurou um aumento de 4,5%, enquanto o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 87,9 euros (+4,9%).
O valor de RevPAR mais elevado foi registado na RA Madeira (71,5 euros), seguindo-se a Grande Lisboa (64,7 euros). Os maiores crescimentos ocorreram na RA Madeira (+22,4%) e na Península de Setúbal (+18,0%), enquanto no Alentejo se registou o maior decréscimo (-5,7%).
A Grande Lisboa destacou-se com o valor mais elevado de ADR (110,2 euros), seguida da RA Madeira (100,1 euros), tendo esta última apresentado o maior crescimento neste indicador (+18,6%).
Foto: Turismo do Algarve