“Precisamos de um Ministério da Economia forte”, diz o presidente da AHRESP

Na sessão de abertura do Congresso da AHRESP, que se iniciou sexta feira em Coimbra, o presidente da AHRESP, Carlos Moura, fez a radiografia dos problemas que enfrenta a restauração e a hotelaria, defendeu que “precisamos de um Ministério da Economia forte” e de “melhor Estado”.
Começando por enfatizar que os “mais de 1.100 participantes” e “mais de 60 oradores” fazem deste congresso da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares “provavelmente o maior congresso empresarial de sempre” do setor, Carlos Moura afirmou que o evento assenta em três conceitos chave: mobilizar, reflectir e agir.
No que se refere à mobilização, um dos objectivos é ”atrair a atenção sobre estas importantes actividades” que a Associação representa (restauração, hotelaria, alojamento), com Carlos Moura a sublinhar que “julgo que conseguimos” atrair a atenção e “pôr o país a falar das nossas actividades”.
Analisar e refletir é o que o presidente da AHRESP deseja que seja feito durante todo o congresso porque, assumiu, “precisamos de saber o que vamos fazer para a frente” e, face a isso, agir em conformidade. Assinalou, no entanto, que a AHRESP nunca se furtou a agir: “não nos resguardamos nas paredes da instituição”, vincou, exemplificando com o facto de a Associação ter apresentado “há um mês, o 15º caderno da era pandémica, com soluções e medidas, algumas das quais foram acolhidas no acordo com os parceiros sociais”.
Do passado não falou por considerar que “é história, é estatística, é experiência”, deixando claro que “o que importa hoje é olhar para o novo mundo que nos convoca para novas formas de estar na vida e nos negócios”. Porque “temos que nos preparar para o futuro”, o presidente da AHRESP adiantou que vai propor a realização de um estudo sobre “que modelo as nossas empresas deverão ter para o futuro”.
Sobre o atual e difícil momento que enfrentam os sectores representados pela AHRESP, Carlos Moura enumerou algumas dos principais entraves. Enfrentamos, afirmou, um ciclo inflacionista; elevados custos de transporte de mercadorias – “hoje, as commodities até estão num planalto e algumas até a baixar mas os custos e transporte de mercadorias triplicaram”, garantiu – elevados custos do gás e eletricidade, os custos de produção estão elevados, tal como os preços matérias primas alimentares, que “cresceram o mês passado 16,9%”.
Acresce a escassez no mercado de trabalho – “precisamos de mão de obra”, afirmou – e uma “necessária evolução salarial”.
Assegurando que “somos daqueles que não pedimos nem mais Estado nem menos Estado, o que nós queremos é melhor Estado”, deixou um pedido: “Precisamos de um Ministério da Economia forte”, porque “sem um forte crescimento económico perdemos todos”.
Considerou ainda, sobre a Associação a que preside, que “temos a força e a importância que resulta do perfil dos sectores que representamos e que soma hoje 115 mil empresas e 370 mil trabalhadores”. Por isso, Carlos Moura exigiu “respeito” pelas atividades económicas que a AHRESP representa e que tanto significam para a economia do país.
Foto: AHRESP