Portugueses viajaram menos em 2024 mas viagens ao estrangeiro atingiram máximo histórico

Durante o ano de 2024, os residentes em Portugal realizaram 22,9 milhões de viagens, -3,2% do que no ano anterior. No entanto, as viagens ao estrangeiro aumentaram 6,2%, atingindo “novo máximo histórico”, de acordo com dados divulgados na segunda-feira, 28 de abril, pelo Instituto Nacional de Estatística.
No conjunto do ano de 2024, as viagens realizadas pelos residentes decresceram 3,2% e atingiram um total de 22,9 milhões, um número que foi ‘puxado para baixo’ pelas viagens realizadas “cá dentro” que diminuíram 4,7%, refletindo os decréscimos expressivos dos dois primeiros trimestres do ano.
Já as viagens ao estrangeiro aumentaram 6,2% para 3,43 milhões, merecendo destaque os meses de agosto e de dezembro, em que os residentes realizaram, respetivamente, 626.000 e 370 mil viagens internacionais.
Contas feitas, “na globalidade do ano 2024, 48,7% da população residente em Portugal efetuou pelo menos uma viagem turística, recuando 3,0 p.p. face a 2023 (menos 138,6 mil turistas)”, sublinha o INE.
Embora perdendo alguma força, o “lazer, recreio ou férias” manteve-se como o principal motivo apontado pelos residentes para a realização de viagens, concentrando 50,9% das viagens efetuadas (11,7 milhões, -1,7% do que em 2023). Seguiu-se a “visita a familiares ou amigos” que originou 37,7% das viagens (8,6 milhões de viagens, -4,5% do que no ano anterior). Os motivos “profissionais ou de negócios” representaram 6,5% do total (1,5 milhões de viagens), e segundo os dados do INE, registaram o maior decréscimo face a 2023: -12,9%.
Lazer, recreio ou férias lidera nas viagens nacionais e internacionais
As viagens efetuadas dentro do território nacional, que totalizaram 19,472 milhões (- 4,7% do que em 2023 quando tinham alcançado 20, 440 milhões), representaram 80% do total (-1,3 p.p.), e a maioria teve como motivo o “lazer, recreio ou férias” (peso de 47,5%, +0,3 p.p.).
Os dados do INE indicam que no caso das “viagens cá dentro”, as regiões Centro e Norte reforçaram as 1ª e 2ª posições como principais destinos nacionais em 2024. A região Centro manteve-se como principal destino nacional, concentrando 29,9% do total de deslocações (+0,1 p.p. face a 2023). Seguiu-se a região Norte (25,0% do total), com maior ganho de representatividade face ao ano anterior (+1,3 p.p.). Já em sentido inverso, destacou-se a Área metropolitana de Lisboa, que recuou para 14,9% de representatividade face aos 17,3% que tinha alcançado em 2023.
Nas viagens ao estrangeiro, que aumentaram 6,2% para 3,43 milhões, a principal motivação foi “lazer, recreio ou férias” (peso de 70,3%; +2,1 p.p.), destacaram-se as viagens dentro da União Europeia, que representaram 71,5% do total de viagens ao estrangeiro (+1,8% do que em 2023).
Espanha, França e Itália ocuparam novamente as 3 primeiras posições, com quotas de, respetivamente, 40,6% (-1,0 p.p.), 9,5% (-0,6 p.p.) e 6,2% (-0,7 p.p.). Entre as viagens realizadas ao estrangeiro, as que tiveram como destino o conjunto dos países da União Europeia aumentaram 1,8%, representando 71,5% do total (-3,1 p.p.).
“Marcação prévia de serviços reforçou expressão nas viagens dos residentes em 2024, em ambos os destinos”, sublinha o INE
Os dados divulgados na segunda-feira pelo INE mostram que durante o ano 2024, os residentes optaram por recorrer mais aos serviços das agências de viagens, com o aumento a acontecer tanto ao nível das viagens ao estrangeiro como nas viagens “cá dentro”.
No total, 41% das viagens (+2,1 p.p. face a 2023) foram marcadas previamente, sendo que nas viagens ao estrangeiro esta foi a opção em 93,3% (+1,0 p.p.) das situações. O recurso à internet ocorreu em 28,1% (+2,4 p.p.) das viagens, 20,8% nas que tiveram como destino Portugal (+1,6 p.p.) e 69,6% nas viagens ao estrangeiro (+2,7 p.p.).
No que se refere às preferências em termos de alojamento, e apesar de ter acusado uma descida de 6,6% face a 2023, o dominante foi o “alojamento particular ou gratuito” que correspondeu a 59,4% (61,3% em 2023). Em segundo lugar, com um aumento de 1,0% face ao ano anterior, estiveram os “hotéis e similares” que concentraram 24,6% do total das dormidas, enquanto o alojamento “particular pago” representou 12,0% do total.
Imagem: veerasantinithi em Pixabay