Portugal entre os destinos do Mediterrâneo mais resilientes ao aquecimento global

Dados da Mabrian revelam que Portugal é o destino do Mediterrâneo que apresenta uma melhor perceção global do Índice Climático (média de 90,8 pontos em 100 possíveis), ainda que o calor do verão empurre o índice para baixo em julho e agosto.

Os dados da Mabrian indicam que a França, o Reino Unido e os Estados Unidos são os principais mercados emissores mais sensíveis à perceção climática, mostrando a importância de revelar insights baseados em dados fidedignos para alinhar as expectativas dos viajantes com a sua experiência real e a procura futura.

Empresa fornecedora de serviços de “travel intelligence”, a Mabrian considera que a prontidão e a compreensão dos dados para lidar com os efeitos das alterações climáticas e o seu impacto na perceção dos destinos podem fazer a diferença na conceção e execução de estratégias promocionais, para garantir que as expectativas dos viajantes não diminuam.

Para o estudo, a empresa usou como exemplo a influência das alterações climáticas, em particular do aquecimento global, na perceção dos viajantes de cinco países mediterrânicos concorrentes (Espanha, Itália, Grécia, Turquia e Portugal), durante o verão de 2023.

Durante a última Arabian Travel Market, a Mabrian apresentou dados sobre o Índice de Perceção Climática (PCI) para os principais mercados emissores desses destinos mediterrâneos (Reino Unido, França, Itália, Alemanha, Estados Unidos, Holanda, Suécia e Dinamarca). Quanto maior o índice, mais satisfeitos os viajantes ficam com o clima do destino, uma vez que as suas expectativas são atendidas.

Ao analisar a época de verão de 2023, o Índice de Perceção Climática de Portugal apresenta o desempenho mais consistente, proporcionando assim uma melhor perceção a este respeito entre todos os mercados emissores analisados.

Portugal é, aliás, o destino que apresenta uma melhor perceção global do Índice Climático (90,8 pontos em 100 possíveis), ainda que o calor do verão tenha um efeito claro, empurrando o índice para baixo em julho e agosto.

A análise desenvolvida também se concentrou na sensibilidade aos efeitos das alterações climáticas nos principais mercados emissores, sendo que os mais sensíveis à perceção climática são França, Reino Unido e Estados Unidos, bem como Espanha e Alemanha.

Uma tendência relevante observada é que os três mercados mais sensíveis ao clima (França, Reino Unido e Estados Unidos) tendem a estar menos satisfeitos com os produtos e serviços turísticos nos países com índices de perceção climática mais baixos, nomeadamente Espanha e Itália.

Este facto demonstra a importância de monitorizar esta questão, uma vez que influencia diretamente a experiência dos viajantes globais, e pode afetar a procura. Neste sentido, torna-se também importante que os países mediterrânicos realizem campanhas promocionais capazes de gerir as expectativas climáticas nestes mercados, para não penalizar o resto da experiência.

Como explica Carlos Cendra Cruz, Diretor de Marketing e Comunicação da Mabrian: “Ser ágil na adaptação às mudanças climáticas implica compreender as ameaças e oportunidades numa perspetiva de gestão dos destinos, utilizando a inteligência de dados para não ficar cego na tomada de decisões sobre estratégia, adaptação e desenvolvimento de produtos turísticos, infraestruturas, comunicações e promoção de destinos”.

“A preocupação com as alterações climáticas é uma tendência social e de viagens cada vez mais relevante e é estratégica para compreender, com base na inteligência de dados, como é que estão a influenciar as decisões, as reservas e, sobretudo, os hábitos de recomendação dos viajantes”, conclui.

• Gráficos: Mabrian
• Imagem: Freepik