Portugal e Espanha com estratégia comum para o turismo nas zonas de fronteira
No âmbito da 33.ª Cimeira Luso-Espanhola que decorreu sexta feira, 4 de novembro, em Viana do Castelo, foi assinado um memorando de entendimento sobre a Estratégia de Sustentabilidade do Turismo Transfronteiriço 2022-2024. Os dois países vão, assim, traçar planos de sustentabilidade turística para inovar os destinos fronteiriços.
De acordo com o Ministério da Economia, Portugal e Espanha vão desenvolver uma estratégia comum para o turismo nas zonas de fronteira, para valorizar e promover destinos e produtos e formar recursos humanos. Neste sentido, foi assinado, entre os dois países um memorando de entendimento sobre a Estratégia conjunta para a Sustentabilidade do Turismo Transfronteiriço.
No âmbito desta estratégia, e para o período em referência (2022-2024) são propostas ações a serem desenvolvidas de ambos os lados da fronteira com impacte em quatro áreas: destinos, produtos, recursos humanos e promoção externa.
As ações a implementar visam, segundo uma nota do Ministério da Economia, “promover o desenvolvimento de produtos turísticos e experiências na fronteira que sejam uma manifestação das peculiaridades territoriais na Raia, como ponto de encontro da cultura, património histórico e natural, gastronomia e artesanato das populações fronteiriças”.
O documento identifica as seguintes áreas de intervenção: Turismo cultural (Caminho de Santiago e outras rotas culturais europeias; dinamização do Programa de Castelos e Fortalezas de Fronteira, entre outros); Turismo de natureza (Parques naturais, Turismo ornitológico e observação de fauna e flora, estrelas, etc.); Turismo ativo (Caminhadas, Cicloturismo, Rios ativos); Turismo gastronómico e enoturismo; e Turismo termal.
São também apostas desta estratégia comum, a formação de agentes do setor e a investigação sobre cooperação turística transfronteiriça.
Numa resposta escrita enviada à agência Lusa, a propósito deste documento, o Ministério da Economia especifica que a estratégia conjunta abrange diversas áreas, como “planos de sustentabilidade turística” para melhorar os destinos fronteiriços e aumentar a procura ao longo de todo o ano, e o “desenvolvimento de produtos e experiências turísticas na fronteira”, que “espelhem as peculiaridades territoriais na raia”, indicou o Ministério da Economia, especificando ainda que “a nível de recursos humanos, a estratégia prevê formação e “geração de conhecimento e investigação em turismo transfronteiriço”.
Para isso, estão previstas ações de formação no âmbito da cultura, da história, do património, dos recursos naturais, da gastronomia e do artesanato dos destinos fronteiriços; incentivos aos centros de estudo dos dois lados da fronteira para aprofundarem conhecimentos “sobre os recursos turísticos“; e a promoção da “investigação no domínio da cooperação transfronteiriça, abordando os desafios das comunidades residentes e propondo oportunidades para o seu desenvolvimento”.
O último eixo da estratégia é a promoção externa “do destino ibérico em geral e do destino fronteiriço em particular”, em mercados internacionais, sobretudo, mais distantes, cujos turistas consideram a visita a Portugal e a Espanha numa única deslocação.
Para o Governo português, ao nível destes mercados internacionais, há “um grande potencial que Portugal e Espanha podem e devem explorar em conjunto“, em particular na América do Norte e na Ásia.
No mesmo texto, o Ministério da Economia sublinha que as quatro regiões que fazem fronteira com o território nacional (Andaluzia, Extremadura, Castela Leão e Galiza), já “são importantes parceiros” das regiões portuguesas “no desenvolvimento de projetos comuns relacionados com a estruturação de oferta, a formação de profissionais, a promoção conjunta, a inovação e conhecimento, a sustentabilidade (económica, ambiental e social) e outras áreas de intervenção críticas para o setor do turismo, como é por exemplo o caso da cultura”.
Navegação de Recreio
Ainda no âmbito da Cimeira Luso-Espanhola, foi assinada, pelo ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, e a ministra dos Transportes, da Mobilidade e da Agenda Urbana, Raquel Sánchez Jiménez, uma declaração que visa “lançar as bases para um memorando de entendimento entre os Governos de Portugal e Espanha no domínio da navegação de recreio”.
De acordo com a nota do Ministério da Economia e do Mar, esta declaração visa promover os trabalhos de conciliação e harmonização de procedimentos, bem como a regulação transfronteiriça da navegação de embarcações de recreio, desporto e turismo, de forma a chegar a uma solução comum aplicável a estas embarcações, eliminando as diferenças entre os requisitos aplicáveis às embarcações, habilitações e formação, amarrações e serviços portuários, e a promoção da atividade.