“Percebo que o mercado queira que sejamos [Airventure] um flop” mas segundo Luís Henriques a realidade é outra
Composta em exclusivo por agências de viagens IATA, a Airventure, que iniciou atividade em Janeiro deste ano com seis sócios fundadores (Airmet, Agência Gomes Alves, Consolidador.com, Leiriviagem, Tropical Season e Via São Jorge) conta já com mais quatro associados e está em negociações com outros, segundo avançou o diretor-geral do Grupo Airmet.
Em conferência de imprensa à margem da 19ª Convenção da Airmet Portugal que decorreu na Madeira, Luís Henriques, diretor-geral do Grupo, anunciou que a Airventure tem neste momento 10 associados, mais quatro do que quando iniciou funções. A entrada das novas empresas, concretamente a Dreamgrow, a GoDiscover, a Euromar e a Atlantic2You, “foi assinada aqui no Funchal na passada quarta feira”, precisou o responsável.
Confrontado com a ideia que existe no mercado de que a Airventure é um ‘flop’, Luís Henriques começa por dizer que o volume do BSP em Portugal, no ano de 2021, foi de cerca de 700 milhões de euros, para assumir que “neste momento nós já temos a capacidade de produzir entre oito a 10% desse valor”. Tendo em conta estes valores e respondendo às vozes que dizem que a Airventure é um ‘flop’, o responsável defende que “se apenas uma empresa consegue garantir entre oito a 10% em termos de volume de BSP a nível nacional, acho que é tudo menos um ‘flop’”.
“Estamos a falar de uma empresa que tem meses, que está a iniciar o seu caminho mas a crescer. A Airventure já nesta fase, quando comparada com as empresas grandes produtoras nacionais de vendas BSP, já não está muito longe deles”, garantiu.
O diretor-geral da Airmet assegurou também que a Airventure consegue já hoje “garantir condições comerciais muito boas, temos já vários contratos assinados com companhias áreas, nenhuma nos fechou a porta, conseguimos valores de segmentação com a Travelport que mais ninguém paga no mercado”. Por isso e refutando mais uma vez a ideia de que a Airventure seja um flop, Luís Henriques advogou que dizer que a Airventure é um flop não é mais do que uma estratégia por parte de quem o diz: “Só posso dizer que percebo que o mercado queira que sejamos um flop. É uma estratégia”, afirmou.
Airventure está a recrutar um diretor-geral
Adiantando que estão a ser realizadas “negociações com agências com alguma dimensão” e que segundo semestre do ano haverá algumas agências que irão entrar na Airventure, o responsável disse acreditar que “nessa fase passaremos a sociedade anónima”.
Segundo o responsável, a Airventure está também em processo de recrutamento para um diretor-geral, função que neste momento é assumida pelo próprio. A entrada de um diretor-geral para a Airventure deverá acontecer até ao final de abril, com o objetivo de angariar mais agências até ao final do mês de junho e assim iniciar “um segundo semestre ainda mais fortes do que estamos hoje”, sustentou.
Luís Henriques recordou também que a Airmet é sócia maioritária da Airventure “mas apenas em termos societários, já que em termos operacionais e de gestão a equipa diretiva que é constituída por cinco sócios em que cada sócio tem direito a um voto, e as decisões são por maioria simples”. Neste caso, a Airmet apenas tem direito a 20% dos votos pelo que “o poder de decisão deixa de ser da Airmet”, passando a ser dos sócios.