Pedro Reis: Turismo coloca Portugal “na ponta da economia mundial” e o desafio é “colocar os outros setores” ao mesmo nível

No congresso da APAVT, que terminou sábado em Huelva, o ministro da Economia, Pedro Reis, disse que o país tem que encontrar um caminho de crescimento e que o desafio é colocar as outras atividades económicas no patamar de topo onde está o turismo. Anunciou ainda a disponibilização da nova linha de apoio “Turismo + Sustentável”, com uma dotação de 50 milhões de euros.
No painel “À conversa com…” em que o ministro da Economia falou com o presidente da APAVT, o governante começou por defender que “o que nos falta para dar o salto transformacional no país é crescimento”, salientando que a este nível “tem faltado ambição”.
Afirmando que o país evoluiu muito, Pedro Reis sublinhou que falta ainda “encontrar uma rota de crescimento” e, acima de tudo, falta “falar menos de finanças e mais de economia”. Considerando que o crescimento vem das empresas, realçou que faltam políticas públicas que facilitem esse mesmo crescimento.
Em referência direta ao turismo, o ministro da Economia sublinhou o papel desta atividade económica que, pela sua transversalidade, contribui para “puxar por outros setores”, sublinhando mesmo a “sorte” que é “termos em Portugal as condições e profissionais de um setor que nos coloca na ponta da economia mundial”.
Pedro Reis desmistificou a ideia da existência de demasiados apoios para o turismo e afirmou que o desafio que se coloca “é colocar os outros setores no ponto em que está o turismo”, que é na “primeira linha”.
Como vem sendo seu timbre, chamou uma vez mais a atenção para a necessidade de evitar o excesso de turistas, para que a reação à massificação do turismo passe a ser rejeição, o que só se consegue através da “diluição” do número de turistas por todo o território, e através da qualificação. A propósito, deixou claro que “preferia ver o reequilíbrio em termos de independência estratégica da nossa economia e das nossas exportações pelo crescimento dos outros sectores e não por pôr um limite ao crescimento do turismo”.
Alegando que o país está farto de anúncios de medidas e quer ver estas medidas em execução, avançou que já esta semana será operacionalizada a nova linha de apoio “Turismo +Sustentável”, dotada de 50 milhões de euros e direcionada para projetos sustentáveis, tendo em vista incentivar as empresas turísticas a adoptar uma agenda ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa).“São estas linhas, estes incentivos de apoio às empresas, principalmente, às PME, que fazem diferença”, afirmou.
Na conversa com o presidente da APAVT, o ministro da Economia, enumerou ainda quatro grandes desafios que se colocam ao turismo nas áreas da fiscalidade – o IRC “é crítico na sinalização do investimento externo”, afirmou -, energia (em que focou a descarbonização), licenciamento (que tem que ser agilizado para “recuperar tempo”) e talento, tendo considerado que o setor e o país só conseguirão atrair e reter talento através de uma política de salários mais elevados.
O Turisver esteve em Huelva a convite da APAVT