Pedido já foi feito ao SET: ANAV quer ter Provedor do Cliente para as suas agências
Na abertura da 20ª Convenção da Airmet, que decorreu até domingo em Angra do Heroísmo (Ilha Terceira, Açores), Miguel Quintas, chairman da Airmet e presidente da ANAV, falou, sobretudo, desta Associação e anunciou ter sido já endereçado ao secretário de Estado do Turismo, um pedido para que a ANAV possa também ter a figura do Provedor do Cliente, à semelhança da associação congénere.
Na sessão de abertura da Convenção da Airmet, Miguel Quintas começou por dizer que esta “é a maior convenção da Airmet sempre, e eu arriscar-me a dizer a maior convenção de agências de viagens, do nosso setor privado em Portugal”, para logo após centralizar a sua intervenção na ANAV – Associação Nacional de Agências de Viagens, à qual preside, porque “muitos dos que estão aqui presentes são associados da ANAV”.
Justificando que “a ANAV surge no mercado porque concorrência faz falta, ajuda a crescer o mercado, ajuda a crescer a capacidade de inovação” e a “servir melhor o cliente”, Miguel Quintas frisou que esta é uma “associação combativa” que, por isso mesmo, precisa de “conseguir garantir que os seus clientes e os clientes dos seus clientes, das agências viagens, os clientes finais, sejam bem servidos”.
Neste sentido, anunciou que foi já endereçado ao secretário de Estado do Turismo, “um pedido de provedor do cliente para a ANAV”, associação que está já “preparada, dentro dos seus estatutos, para receber no seu seio a figura do provedor do cliente”.
Dirigindo-se ao SET, que estava presente na abertura da Convenção, reforçou o pedido, justificando que a figura do Provedor do Cliente da ANAV “vai garantidamente facilitar e dirimir os assuntos ou problemas que possam eventualmente surgir entre as nossas agências de viagens e os clientes finais”.
A propósito, referiu que “a nossa associação congénere possui essa figura”, pelo que a ANAV sente que tem “uma pistola para concorrer contra uma metralhadora, no que toca a garantir os direitos dos clientes finais”. Por isso, “precisamos, claramente, de um provedor do cliente, para que o nosso cliente final seja bem atendido”, afirmou, sublinhando que o cliente final, quando vai a uma agência de viagens vai à procura de serviço, de valor e de proteção.
Ainda no que concerne à ANAV, Miguel Quintas recordou a ação legal colocada contra a Ryanair que coloca problemas às agências de viagens: “A Ryanair afeta-nos a todos os presentes, no sentido em que dificulta o serviço que nós prestamos ao cliente final. É uma questão de transparência, é uma questão de apoio ao nosso cliente final que nos procura”, defendeu, declarando que “a ANAV está a finalizar uma ação no Tribunal da Concorrência, justamente para proteger as agências de viagens”
Agências de viagens são “operadores transversais do Turismo”
Mais diretamente sobre as agências de viagens, o chairman da Airmet afirmou que são “operadores transversais do setor do turismo”, uma vez que “nós vendemos aviação, nós vendemos hotelaria, nós vendemos renta-carro, consumimos serviços terrestres, trazemos pessoas, enviamos pessoas, e, portanto, somos quase omnipresentes no setor do turismo”.
Referiu-se igualmente às muitas declarações que vão sendo feitas de que há turismo a mais, para dizer que neste ponto a Airmet está ao lado da tutela, defendendo que se trata de uma ideia errada: “O turismo representa 20% do PIB. Ninguém poderá dizer que haverá turismo a mais quando uma dependência de um país é de 20%. Poderão querer, seguramente, garantir que outros setores também aumentem o seu peso no PIB”.
O Alojamento Local foi outro dos temas focados, com Miguel Quintas a manifestar-se contrário à limitação na concessão de licenças: “A quebra na emissão de licenças faz com que os empresários se afastem do nosso setor. E nós precisamos justamente do contrário. Precisamos de um setor estável, que permita os próprios empresários continuarem a reinvestir, e nós, aqui que estamos, continuar a reinvestir dentro da estabilidade necessária”.
O Turisver viajou para os Açores a convite da Airmet