Paulo Andrade: “Nos programas à medida compete-nos a nós dar apoio aos agentes de viagens”

Proporcionar ao viajante uma experiência inesquecível indo ao encontro das suas expectativas é o foco da Catai, como fica expresso na entrevista que publicamos com Paulo Andrade, delegado comercial da Catai Portugal que deixa, no entanto, claro que o operador tem viagens para vários tipo de bolsas, não se limitando às viagens de topo.
O catálogo lançado pela Catai tem uma vasta proposta ao nível das grandes viagens. Que tipo de programas estão a ter mais procura?
Já existem poucos catálogos em papel no mercado e este ano foi um desafio termos lançado o nosso catálogo de grandes viagens que já resume aqueles destinos e programas que têm maior procura no mercado português. No que toca aos destinos “estrelas” que são os que mais comercializamos em Portugal, falamos em primeiro lugar das Maldivas e há também de uma grande fatia de clientes que procuram o produto safaris, nomeadamente, para o Quénia, Tanzânia, Botswana, Namíbia e África do Sul.
Decidimos incluir alguns destinos na Europa, principalmente circuitos, para que o mercado pudesse também associar a Catai a um operador que programa circuitos na Europa. Incluímos a Ásia que com a abertura, passou a registar um aumento de procura.
Temos a América do Sul, com Argentina, Peru e Costa Rica. No caso da Costa Rica temos uma vantagem competitiva porque temos o voo da Iberojet – a companhia aérea do grupo – à partida de Madrid, três vezes por semana (terças, quintas e sábados) e conseguimos tarifas muito boas para a ligação de Lisboa. A maior parte dos nossos programas tem partidas diárias, pelo que os clientes podem partir quando quiserem.
Temos também Cuba, com voo direto da Iberojet de Madrid para Havana e temos ligações de Lisboa e do Porto com a Air Europa, o que também é uma vantagem muito interessante, tanto a nível das ligações como das tarifas.
Também programam a Patagónia?
Programamos, tanto a Patagónia argentina como a chilena. Durante algum tempo as fronteiras entre o Chile e a Argentina estiveram fechadas mas neste momento já podemos vender os combinados, mas como agora é inverno na América do Sul, o ideal para viajar para a Argentina e para o Chile e fazer a Patagónia é a partir de outubro. Também se pode fazer a região dos Grandes Lagos, na Patagónia, que fica na fronteira entre o Chile e a Argentina. Neste caso, o cliente entra e sai por Buenos Aires, enquanto para fazer a Patagónia da Argentina e do Chile, entra-se por um país e sai-se por outro.
Além da programação que publicamos no nosso catálogo, podemos também adaptar àquilo que o cliente pretende, adicionando extensões ao programa, ou seja, montando os programas à medida dos clientes.
As Seychelles em iate é viagem ‘top’
Um dos programas que propõem é um cruzeiro nas Seychelles em iate. Esta é uma viagem muito exclusiva, não?
O objetivo é que o cliente possa, numa única viagem, conhecer as várias ilhas das Seychelles. Começámos a sentir um aumento da procura pelos combinados entre várias ilhas, que podiam ser feitos de ferry ou de avião e decidimos programar esta opção de cruzeiro que dá ao cliente a oportunidade de conhecer muitas das ilhas, durante uma semana, hospedando-se a bordo de um barco com quartos bastante confortáveis, com casas de banho privativas. O programa, em si, é muito diversificado porque inclui tanto visitas às ilhas como almoços na praia, observação de aves, mergulho, snorkeling, além de que no final do cruzeiro pode adicionar a estadia num hotel de praia.
Relativamente à Ásia, os países já estão praticamente todos abertos e já se pode viajar tranquilamente para todo o lado?
A Tailândia exigiu durante muito tempo os PCR, entre outros procedimentos, mas neste momento já exige apenas o certificado de vacinação completo. O mesmo se passa com todo o sudeste asiático – Vietname, Singapura, Malásia, Indonésia e Bali, são tudo países que já estão a receber turistas. Os países que ainda continuam com restrições são a China e o Japão. O Japão tem mesmo um procedimento que é muito injusto para Portugal já que continua a obrigar a quarenta à chegada devido ao número de casos de Covid, enquanto um turista espanhol pode entrar apenas com o certificado de vacinação. Adaptámos todos os nossos circuitos às condições impostas pelo governo do Japão, mas com a obrigatoriedade de quarentena fica difícil.
Em relação aos circuitos na Europa, o que é que distingue a vossa oferta da que é proposta por outros operadores do grupo?
Relativamente à Nortravel – penso que é a isso que se refere – a diferença é que a maior parte dos circuitos da Nortravel são fechados, com um guia a acompanhar o cliente durante todo o circuito e sabemos que há muitos clientes que gostam dessa opção, apesar de ficarem condicionados em termos de datas de partida. No caso da Catai, os circuitos têm partidas semanais e o cliente tem toda a flexibilidade para escolher a semana em que deseja viajar, combina com outros clientes da Catai que viajam à partida de Espanha, tem guia em castelhano e, além das visitas e do alojamento tem algum tempo livre para poder desfrutar das cidades.
“Não menosprezando o que é a programação charter, sabemos que um programa em que se conhece o destino e basta escolher o hotel é muito mais simples mas a profissão de agente de viagens é muito mais do que isso e nós, Catai, conseguimos dar o apoio necessário para que possam desenhar um programa à medida do cliente”
O norte da Europa está contemplado na vossa programação?
Mais a norte temos a Islândia que já o ano passado teve muita procura e este ano continua a ser muito procurada, tanto no verão em circuito e em fly & drive, como no inverno. Também programamos a Escandinávia, com cruzeiros nos Fiordes.
Apesar de em Portugal a Catai só ter um catálogo de grandes viagens, a programação da Catai é muito mais vasta, temos autoférias na Escandinávia, circuitos fechados, programas à medida. O que costumo dizer quando visito uma agência é que se tiverem um cliente digam-nos o que pretendem porque provavelmente nós temos, aliás, mesmo que eu não consiga responder de imediato falo com a equipa que, dentro da Catai, é responsável pelo destino – na Catai cada destino tem uma equipa e há um grande sistema de apoio.
Nos programas à medida compete-nos a nós dar esse apoio aos agentes de viagens, principalmente quando se trata de destinos que não são tão conhecidos. Quando um operador quer distinguir-se no mercado pela qualidade e não pela quantidade tem que dar este apoio.
Há agências que preferem ir pelo lado da quantidade, pelo preço e estão muito formatadas para os pacotes já feitos. O tipo de trabalho que está por trás da venda de uma viagem à medida é muito mais elaborado…
Não menosprezando o que é a programação charter, sabemos que um programa em que se conhece o destino e basta escolher o hotel é muito mais simples mas a profissão de agente de viagens é muito mais do que isso e nós, Catai, conseguimos dar o apoio necessário para que possam desenhar um programa à medida do cliente. Quanto ao preço, todos nós procuramos preço, na Catai tanto conseguimos dar um safari com uma base regular – os nossos safaris são sempre em jipes – por 1.500 ou 1.800€ na África do Sul ou por pouco mais de 2.000€ no Quénia, como conseguimos fazer um safari à medida, com os melhores hotéis. O que temos é que perceber até onde é que o cliente pode ir porque não somos um operador exclusivo, essa é uma ideia errada que as pessoas fazem da Catai ao associá-la a um segmento de luxo.
O nosso foco não é o preço mas sim entender qual é a expectativa do cliente porque, ao contrário do que se diz muitas vezes, existe capacidade económica em Portugal e nós, operadores, temos é que conseguir absorver o máximo de informação para que a agência se possa sentir confortável na venda e nas informações a dar ao seu cliente.
Estamos num ano que todos estão a considerar bom em termos de vendas. Passa-se o mesmo com a Catai?
Sim, aliás a partir da Páscoa e até ao final de junho foram meses “loucos“ porque as pessoas queriam viajar e queriam fazê-lo de imediato e muitas vezes fazendo combinados que não eram fáceis de confirmar em poucos dias. O interessante é que tem-se vendido mais e melhor e temos vendido destinos que antes da pandemia não eram vulgares, como a Austrália, a Nova Zelândia, até mesmo safaris na Antártida – viagens interessantes, fora da caixa, que dão gosto programar.
A Catai trabalha muito com voos regulares. Estão a ser afetados pelos constrangimentos que têm ocorrido em muitos aeroportos europeus e pelo que se está a passar com a aviação?
Claro que tenho conhecimento das irregularidades mas até à data temos conseguido lidar com isso e não temos nenhum cliente que tenha perdido serviços ou que tenha chegado mais tarde do que o previsto. Tivemos situações nas Maldivas dado haver hotéis em que o hidroavião termina ao final da tarde e os clientes tiveram que pernoitar em Malé, mas são situações pontuais de atrasos de voos que conseguimos resolver. Nós temos sempre o cuidado de colocar períodos de ligação de voos que dão algum conforto aos clientes e de lhes fornecer sempre um contacto telefónico de apoio, seja através do contacto 24 horas ou do nosso representante local, para que o cliente se sinta mais seguro. Com a Catai as viagens envolvem valores consideráveis e os clientes merecem consideração, tanto da nossa parte como dos fornecedores
Para o próximo inverno vão programar algo especial?
Há três anos tivemos um voo para a Lapónia à saída de Lisboa e este ano decidimos reforçar a programação mas à partida de Madrid – é o que temos em programação especial exclusiva da Catai. A Lapónia tem tido cada vez mais procura, seja pela observação das auroras boreais, seja pela magia do Pai Natal que é ideal para famílias. Para quem procura um destino de magia, a Lapónia pode ser uma boa sugestão e o preço, se à primeira vista pode parecer caro, não o é quando se tem em conta os serviços incluídos porque além do voos, transferes, alojamento e refeições tem o vestuário que é necessário para o cliente poder desfrutar de um destino de neve, tem todas as atividades desde passeios em trenós puxados por huskies e por renas, safaris de motas de neve, pesca no gelo, ida à casa do Pai Natal, passeios com raquetes de neve… é um programa de cinco dias, intenso, ativo e muito divertido. Há muitos clientes que viajam com crianças e vêm sempre maravilhados, mas não é aconselhável que sejam crianças com menos de quatro anos, por causa do frio e dos tamanhos dos fatos de neve.
Gosto dos programas catai