Paridade entre euro e dólar é fator de atração de turistas dos Estados Unidos para a Europa
Pela primeira vez em duas décadas, o euro e o dólar estão a par – a título de exemplo, esta segunda feira o Banco de Portugal cotava 1€ a $1,01. Esta situação está a levar a que muitos norte-americanos se sintam atraídos pelas viagens à Europa, até porque vários meios de comunicação dos EUA anunciam as melhores férias por menos dinheiro.
A Europa pode muito bem vir a ser o grande destino de verão para os norte-americanos: primeiro porque muitos desejavam, desde há muito tempo, atravessar o atlântico mas o valor do euro não era convidativo – nos anos anteriores à pandemia 1€ custava 1,60 dólares, em média -, depois porque este ano, tudo na Europa está mais barato para os turistas dos Estados Unidos, dada a paridade entre as duas moedas. Daí que, para muitos, a Europa seja, neste verão de 2022, o grande destino de verão.
A edição de julho da Tourism Review Media o impacto desta paridade nas companhias aéreas que comercializam combustíveis em dólares e na bolsa dos turistas dos EUA, para quem, viajar este verão para a Europa se tornou uma oportunidade única já que terão maior poder económico para gastarem mais, ao contrário do que acontecerá com os europeus que decidam viajar para os Estados Unidos.
Dentro da Europa, Itália, França e Alemanha, destinos tradicionalmente caros, estão agora a atrair cada vez mais as atenções dos norte-americanos. A comunicação social dos Estados Unidos dá uma “ajudinha”: a agência de notícias financeiras Bloomberg, deixa claro que “agora é o melhor momento para uma viagem à Europa”, enquanto a CBS promete que “tudo, de croissants a uma corrida de táxi e produtos de luxo, será mais barato do que em décadas”. O New York Times faz coro com a concorrência afirmando que na Europa se pode agora ter “mais férias pelo mesmo dinheiro” e um dos analistas da Moody’s, aconselha: “Se quer viajar e tem dinheiro a sobrar, faça isso agora”.
Do lado do consumidor existes vontade, tanto que o portal de viagens Expedia, na primeira semana de julho, registou um aumento de 25% nas consultas de pesquisa de voos para cidades como Paris e Frankfurt, confirmando a apetência dos turistas dos Estados Estados Unidos por estes destinos, aliás, de Janeiro a abril a Alemanha registou cerca de 800 mil dormidas de norte-americanos.
Por cá, quando se fala com hoteleiros que antes da pandemia recebiam turistas dos Estados Unidos, sempre é dito que este é um mercado em que se nota grande recuperação, embora ainda esteja longe dos números de 2019, ano em que os turistas dos Estados Unidos foram responsáveis por cerca de sete milhões de dormidas na Europa – um número que caiu drasticamente em 2020 e em 2021, devido à pandemia.