Os Açores não são só duas ilhas e não está sempre a chover foram duas mensagens de Rosa Costa na Convenção da Bestravel

Alterar a visão que os portugueses têm dos Açores, mesmo que alguns sejam agentes de viagens, foi a mensagem que a diretora regional de turismo dos Açores, Rosa Costa, deixou na sessão de abertura da XX Convenção da Bestravel, no Faial: os Açores não são duas ilhas, os locais icónicos não se limitam às ilhas mais conhecidas, nos Açores não está sempre a chover e há oferta para todos os segmentos, incluindo Meeting & Incentives.
“Mesmo para os agentes de viagens, há sempre uma ideia dos Açores a das suas ilhas, focadas nos locais icónicos como a Lagoa das Sete Cidades, as Caldeiras das Furnas, se calhar o Algar do Carvão na Terceira, a Cidade de Património da Humanidade, que é a Angra do Heroísmo…” mas essas são, como frisou a diretora regional de Turismo, “as mais vulgares”, as que “ficam na cabeça”, e que levam a pensa que os Açores são um destino para uma visita apenas – e não é, assegurou.
“Os Açores têm uma oferta incrível em todas as ilhas”, exigindo que sejam feitas várias visitas a várias ilhas, como o Faial ou a sua ‘vizinha da frente’, a ilha do Pico – duas ilhas completamente diferentes entre si, e tão diversas das restantes.
Falando de locais surpreendentes, Rosa Costa, citou o centro de Interpretação do vulcão dos Capelinhos que nunca, até à data, tinha servido como palco de um jantar para 200 pessoas, tal como o Mercado da Horta, onde também foi servida uma refeição: dois locais que normalmente não se utilizam para os Meeting and Incentives, mas que foram utilizados na Convenção da Bestravel, mostrando que “durante o inverno, os Açores, e nomeadamente a Ilha do Faial, têm disponibilidade para a realização desses eventos muito especiais, nesses locais icónicos” e hoje, acrescentou, “quem vai a eventos de MI pretende coisas diferentes”.
“Em 2019, tínhamos mais ou menos 3 milhões de dormidas, e em 2024 conseguimos atingir os 4,2 milhões de dormidas”
A diretora regional aproveitou também para deixar alguns números que demonstram o crescimento dos Açores face aos anos da pré-pandemia: “Em 2019, tínhamos mais ou menos 3 milhões de dormidas, e em 2024 conseguimos atingir os 4,2 milhões de dormidas”, números que resultam, disse, de um esforço que envolveu parceiros públicos e provados, empresários de vários sectores que, todos juntos, conseguiram que os Açores ganhassem notoriedade, quer nacional quer internacional.
Tema muito querido aos Açores é a sustentabilidade, e Rosa Costa aproveitou para frisar que “o Arquipélago dos Açores é o primeiro arquipélago do mundo com certificação como destino turístico sustentável pela EarthCheck”, em resultado de um “esforço imenso” que permitiu “ultrapassar patamares”.
Apesar da aposta na sustentabilidade e de não ser um destino massificado, os Açores enfrentam, mesmo assim, em alguns locais de visita onde, em julho e agosto, já existe concentração de turistas. Era o que acontecia na visita à Lagoa do Fogo, em São Miguel, onde o problema foi debelado através do acesso por shuttle, fundamental para “garantir a experiência” do visitante.
Rosa Costa avançou mesmo que está já a decorrer “um estudo de monitorização dos fluxos turísticos” para que seja possível tomar as medidas necessárias à não saturação dos locais. Negando que haja turismo de massas nos Açores, preferiu falar da importância que o turismo tem para o arquipélago: “Os Açores foram a região que mais cresceu em 2024 e isso orgulha-nos muito”, afirmou, sublinhando que o turismo “representa neste momento 17% do VAB na região, 16% do PIB e 17% do emprego, com mil milhões de euros de receitas, o que é extraordinário”.
Para este crescimento do turismo, o mercado interno tem sido muito importante, pelo que Rosa Costa agradeceu aos agentes de viagens presentes “porque são vocês que contribuem para que, sobretudo, o mercado nacional nos visite e que tenha experiências memoráveis”.