“Os Açores estão bem longe de terem turistas a mais” considera o presidente da Associação Casas Açorianas
Tendo como palco a ilha de Santa Maria, de 14 a 17 de março, o Encontro da Associação de Turismo em Espaço Rural – Casas Açorianas, subordinado ao mote “Açores: Mais ou Melhores Turistas?”, pretendeu gerar uma discussão pró-ativa sobre um problema que, segundo o presidente da Associação, ainda não se coloca no arquipélago.
À pergunta “Açores: Mais ou Melhores Turistas?” que dá tema ao Encontro das Casas Açorianas, Gilberto Vieira, presidente desta Associação de Turismo em Espaço Rural foi peremptório ao afirmar que, na óptica da Associação, não há turistas a mais nos Açores, e justificou: “basta verificar que o maior número dos turistas que nos visitam continua, de longe, a concentrar-se nos meses de verão, depois vêm longos meses de sazonalidade”.
A isto acresce, de acordo com Gilberto Vieira, o facto de “termos ilhas, como São Miguel e a Terceira que concentram a grande maioria dos turistas que nos visitam, enquanto outras continuam a receber um número bastante mais reduzido de turistas, uma pequena parte daqueles que nos visitam ao longo do ano”.
Somadas, as duas situações são demonstrativas de que “os Açores ainda estão bem longe de estarem esgotados em termos turísticos, bem longe de terem turistas a mais”.
O presidente da Associação Casas Açorianas foi claro ao afirmar que “enquanto os números do turismo não forem mais equilibrados ao longo de todo o ano, enquanto o turismo não chegar a todas as nossas ilhas com a força de poder contribuir para o crescimento de cada uma das economias locais, diremos que continuamos a poder crescer em número de turistas”.
Problema que segundo frisou o responsável também ainda não se coloca é o de o turismo estar a comprometer a sustentabilidade do destino, uma vez que a região continua a ser reconhecida “internacionalmente como um destino que preserva o ambiente, como um destino sustentável”, um facto que se reflete nas inúmeras distinções que a este nível os Açores têm recebido e que configuram “mais uma responsabilidade porque não as queremos perder”, disse.
Sublinhando que há uma discussão a fazer sobre “os caminhos que queremos percorrer”, Gilberto Vieira considerou que os Açores precisam de “valorizar ainda mais a oferta” colocada à disposição dos turistas pois só valorizando, qualificando e diversificando o produto, os preços praticados poderão refetir “esses aumentos tão necessários”, considerou Gilberto Vieira, que frisou também que “temos de praticar preços justos no alojamento, na restauração e nos serviços, o que, em média, ainda não acontece”.
“Continuar a crescer, cuidando”, foi a receita deixada por Gilberto Vieira, para quem as “Casas Açorianas (…) são aquilo que de mais genuíno o turismo tem na nossa terra, a par da natureza e das nossas gentes” e os proprietários destas unidades “foram, desde sempre, os impulsionadores do turismo com sustentabilidade nas nossas ilhas”.