Orçamento médio de férias das famílias portuguesas cai 23%, para 1.515€
Este ano, o orçamento médio dos portugueses para férias de verão é de 1.515 euros, menos 23% do que em 2024, segundo revela o Barómetro Anual de Férias de Verão da Europ Assistance. Apesar de o valor estar abaixo da média europeia, que está nos 2.080€, metade dos portugueses que vão de férias afirma que vai gastar mais do que em 2024.
Entre os 11 países europeus que integram o estudo, Portugal cai para a nona posição da tabela, com a Suíça a liderar a classificação com 3.052 euros. Se considerarmos os 23 países inquiridos, que abrangem América do Norte, Oceânia, Médio Oriente e Norte de África, Portugal fica-se pela 18ª posição. A Austrália é o país com o orçamento de férias mais elevado, 3.193 euros.
Ainda assim, 50% dos portugueses que vão viajar afirmam que vão gastar mais do que no ano passado. Portugal destaca-se como um dos países europeus mais entusiasta em relação a viagens, com 83% das pessoas a expressar o desejo de viajar, em comparação com uma média europeia de 81%, apenas superado por Itália (85%) e Inglaterra (84%).
O estudo mostra, também, que Portugal é um dos países com a maior proporção de pessoas (78%, mais 6 p.p. face a 2024) a planear fazer férias de verão. Por outro lado, Alemanha e Bélgica são os países onde há menos pessoas a planear férias de verão, com apenas 72% e 73%, respetivamente, da população a considerar essa possibilidade.
As restrições financeiras continuam a ser o principal impedimento para não viajar, sendo apontada por 44% dos portugueses que não vão de férias. A inflação continua a ser o principal motivo a retrair as pessoas na hora de fazer planos. Portugal é o país europeu onde este receio é mais pronunciado (85%), e é também o país da Europa onde os preços elevados mais impactam o orçamento dedicado ao lazer.
O contexto político e os riscos de segurança e saúde são cada vez mais ponderados pelos portugueses na escolha de destinos. Em Portugal os conflitos armados e preocupações com a saúde (surto epidémico), 77% e 73%, respetivamente, são considerados fatores de preocupação na hora de decidir para onde viajar — valor superior à média europeia (57% e 44%). 4 em cada 10 europeus afirma que tem receio de enfrentar um desastre natural durante a viagem.
Os portugueses estão a planear as suas férias de verão com uma maior antecedência: apenas 7% ainda não planearam as férias, e 29% já o fizeram com mais de dois meses de antecedência, uma tendência que se justifica por motivos económicos e de procura por melhores ofertas.
Com julho e agosto a continuarem a ser os meses preferidos para as férias de verão, os portugueses mantêm também a preferência por viajar dentro do país (46%), ainda assim com uma recuperação das viagens internacionais, que passaram de 39% em 2024 para 43% em 2025. Espanha (18%), França (10%) e Itália (7%) continuam a ser os destinos internacionais preferidos.
Com a recuperação das viagens internacionais, o avião passa a ser, ao contrário do ano passado, o meio de transporte mais utilizado para as férias, representando 55% das preferências, mais 12 pontos percentuais. O automóvel também continua no topo das preferências, sendo a escolha de 46% dos inquiridos. Outra tendência foi o aumento da preferência pelo comboio, que subiu 6 pontos percentuais para 16%.
A praia continua a ser a opção mais popular para as férias de verão em Portugal, apesar de ter diminuído para 59%, face aos 64% do ano passado. Já a preferência pela cidade aumentou 3 pontos percentuais, sendo agora a escolha de 30% dos inquiridos.
Portugueses continuam empenhados na sustentabilidade
Os portugueses são dos mais empenhados, a nível europeu, em continuar a contribuir para a diminuição dos impactos ambientais, económicos e sociais das suas viagens, com 90% dos inquiridos a revelar maior intenção de adotar comportamentos responsáveis para não desperdiçar recursos locais. Os portugueses indicam que os preços mais acessíveis para opções ecológicas e acesso a ofertas especiais para viagens sustentáveis seriam os principais incentivos para alterar os seus comportamentos.
Alinhada essa tendência, Portugal mantém-se na linha da frente no que diz respeito ao “Slow Tourism”, com 72% dos portugueses a demonstrar interesse pelo conceito de “turismo lento”, mais focado em conhecer os destinos de forma lenta, imersiva e aproveitar para explorar a história e conhecer a cultura local.
Outra tendência que está a emergir é a escolha de destinos menos turísticos (66%) e o aumento do número de viagens para assistir a eventos como concertos e festivais (45%).
De referir ainda que 16% dos portugueses afirma utilizar ferramentas de Inteligência Artificial (IA) para preparar ou reservar férias enquanto 23% afirma que planeiam usá-las no futuro.
As ferramentas de IA são especialmente procuradas para: informações e recomendações de destinos (57%), recomendações de alojamento (53%), dicas de planeamento personalizado (48%) e atividades locais (42%). Estas tendências são particularmente visíveis entre os viajantes mais jovens, que lideram na adoção destas ferramentas.
Intenção dos portugueses subscreverem seguro de viagem diminui
Em matéria de proteção, os portugueses continuam a valorizar a segurança durante as viagens, com 50% a planear subscrever um seguro de viagem, apesar deste valor ser mais baixo que em 2024 (58%). Apesar disso, é um valor que se mantém em linha com média europeia (50%).
Despesas médicas (79%), bagagem (78%), cancelamento e interrupção de viagem (78%), são as principais coberturas referidas pelos portugueses na subscrição de um seguro de viagem, feita, sobretudo, através de uma agência de viagem ou por intermédio de um corretor de seguros, sendo que o preço é apontado como o factor mais determinante para a escolha do seguro.


