Orçamento da ATA deve ser em função de objetivos, defende Luís Rego
A Associação de Turismo dos Açores (ATA) está à beira de iniciar um novo ciclo de vida, dado que a atual direção está em fim de mandato. A situação da entidade a que cabe a promoção dos Açores não tem sido pacífica, pelo que o Turisver abordou a questão com Luís Rego, diretor do Grupo Ilha Verde.
O Grupo Ilha Verde tem pergaminhos no turismo açoriano e o seu diretor, Luís Rego, tem tido um grande envolvimento no movimento associativo pelo que o seu desejo, enquanto empresário do setor do turismo, o seu maior desejo é que a situação da ATA se resolva rapidamente e que esta entidade seja dotada de verbas que lhe permitam fazer uma promoção eficiente do destino Açores.
“Os Açores não crescem e não se desenvolvem sem promoção”, começou por afirmar Luís Rego, sublinhando que “depois de dois anos praticamente sem turismo, muitos destinos e muitos países estão a aumentar os seus orçamentos para promoção e os Açores não podem deixar de atender a isso, embora à medida das suas possibilidades”.
Como empresário, o diretor do Grupo Ilha Verde considera que “a ATA tem feito o seu trabalho dentro daquilo que são as suas possibilidades e o seu orçamento e das verbas que o Governo disponibiliza para a promoção”, mas tal não significa que se esteja a fazer o suficiente. “Se me perguntar se é suficiente, diria que daquilo que é o meu conhecimento e dos valores que são levados à Assembleia da ATA, não é suficiente”, adiantou o nosso entrevistado.
Isto significa que para o futuro há que fazer outras opções e ter como base do trabalho de promoção “outras orientações”. Luís Rego recorda, a propósito, que “a própria instituição tem passado por fases, na primeira havia uma participação direta do Governo, depois o Governo entendeu sair e entregou a gestão da ATA aos privados mas sempre limitada ao orçamento que o Governo disponibiliza”.
Para o diretor do Grupo Ilha Verde, todas estas decisões “são discutíveis” e avança que “muitos empresários pensam que o Governo devia retomar a sua participação, a bem da transparência, da imparcialidade e de tudo o que compete ao Governo em termos de relações institucionais”. Reforça mesmo que “esta é uma competência do Governo em que os empresários não podem substituí-lo”.
Se tal vier a acontecer, Luís Rego é de opinião que “para o futuro, deveríamos exigir um orçamento adequado à nossa necessidade, quantificando essas verbas em função daquilo que se pretende para os Açores e que ficará determinado no Plano de Desenvolvimento Turístico da região a médio e longo prazo”. E acrescenta: “definidos esses objetivos e essas metas, naturalmente que o orçamento para a promoção não será em função da opinião de ninguém mas sim em função dos objetivos previamente definidos”.