Operação da Ryanair nos Açores vai continuar e terá mais de 350 voos no inverno
A garantia foi dada ao final da tarde de dia 1 de setembro, através de um comunicado conjunto do Governo dos Açores / Visit Azores. Segundo a informação veiculada, no inverno IATA as ilhas de São Miguel e da Terceira terão quatro ligações aéreas com o continente (duas para Lisboa e duas para o Porto, em cada um dos casos).
“A Ryanair mantém-se nos Açores e dará continuidade à operação que tem vindo a desenvolver para a Terceira e São Miguel, com voos domésticos e internacionais, ajustando-a à procura e mitigando o risco da operação”, lê-se no comunicado difundido.
Durante o inverno IATA, “para já”, estão previstas duas ligações semanais entre Ponta Delgada e Lisboa a que se somam outras duas de Ponta Delgada para o Porto. Também a ilha Terceira vai ter duas ligações por semana ao Porto e outras duas para Lisboa. Em ambos os casos, de acordo com o comunicado, as ligações estarão “sujeitas a evolução consoante a procura”.
De acordo com o comunicado, para além das ligações de Ponta Delgada e da Terceira a Lisboa e ao Porto, o próximo verão IATA irá trazer ligações a Stansted (Londres, Reino Unido) e Nuremberga (Alemanha), “que já apresentam perspetivas de reforço em 2025 face à operação prevista para 2024”.
Para o verão, estão programadas 13 ligações por semana entre Ponta Delgada e Terceira com Lisboa, sete com o Porto, uma com Stansted e outra com Nuremberga. Acrescem quatro ligações entre a Lisboa e a ilha Terceira e duas do Porto.
“Cada uma destas frequências representa dois voos (ida e volta), perfazendo, assim, 352 voos no Inverno IATA e 1.680 voos no Verão IATA”, adianta o comunicado que acrescenta ainda que “a operação da Ryanair para os Açores contará, pelo menos, cerca de 2.032 voos anualmente”.
Falta de slots no aeroporto de Lisboa considerada um “obstáculo”
Assinado conjuntamente pelo Governo dos Açores e pelo Conselho de Administração da Visit Azores, o comunicado afirma ser “com natural satisfação” que “após longas e difíceis conversações entre a Região, a companhia aérea, o Turismo de Portugal e a ANA Aeroportos de Portugal”, o processo chegou ao fim de forma favorável, tendo ido assegurada “a continuidade da operação de voos domésticos, bem como ligações internacionais a mercados estratégicos”.
“As difíceis conversações com a Ryanair estiveram sistematicamente sujeitas a vários obstáculos estruturais, completamente alheios à Região, mas que condicionaram todo o trabalho e que condicionarão a própria operação agora anunciada”, refere o mesmo comunicado.
De acordo com o Governo dos Açores, entre os vários obstáculos que condicionaram as negociações e a operação da Ryanair na região, contaram-se “os atuais constrangimentos e a falta de capacidade no aeroporto de Lisboa, com a consequente limitação de slots”.
A propósito, o governo açoriano considera que “o impasse na decisão da localização e construção do novo aeroporto internacional de Lisboa é, cada vez mais, um motivo de grande preocupação” que “já está a afetar gravemente a possibilidade de desenvolvimento da conetividade aérea para os Açores”, sendo “um penalizador entrave ao desenvolvimento socioeconómico da Região”.
O executivo açoriano aponta ainda outros obstáculos como “a decisão da ANA Aeroportos de Portugal em aumentar as taxas aeroportuárias, em Ponta Delgada (…) entretanto minimizada”, os preços dos combustíveis e as taxas ETS (taxas ambientais aplicadas na União Europeia).
“Com a disponibilização dos voos no sistema de vendas da Ryanair a partir de hoje e durante a próxima semana, chega a bom porto um longo e difícil processo que assegura a conectividade externa da Região e a manutenção dos Açores na gigantesca rede promocional e de distribuição da Ryanair”, frisa ainda o comunicado.