OMT revê em alta perspetivas de recuperação do turismo

De acordo com os peritos da OMT, as chegadas internacionais e as receitas turísticas estão a recuperar-se a um nível mais rápido do que era expectável, pelo que a instituição reviu em alta a suas perspetivas.
O último Índice de Confiança da Organização Mundial do Turismo mostrou uma recuperação acentuada. Pela primeira vez desde o início da pandemia, o índice voltou aos níveis de 2019, refletindo o aumento do otimismo entre os especialistas em turismo de todo o mundo, capitalizando uma procura que estava a ser reprimida, particularmente no que toca às viagens intraeuropeias e dos Estados Unidos para a Europa.
Na última pesquisa efetuada pelo Grupo de Especialistas da OMT, a esmagadora maioria dos profissionais de turismo (83%) vê melhores perspetivas para 2022 em comparação com 2021, desde que o vírus seja contido e os destinos continuem a aliviar ou suspender as restrições de viagem. Alertam no entanto que o facto de alguns dos principais mercados emissores de turistas continuarem encerrados, especialmente na Ásia e no Pacífico, bem como a incerteza decorrente do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, poderem atrasar a efetiva recuperação do turismo internacional.
Segundo os resultados do último Barómetro Mundial do Turismo, agora divulgados, 48% dos especialistas considera possível o regresso das chegadas internacionais aos níveis de 2019 já em 2023 (acima de 32% na pesquisa de janeiro), enquanto a percentagem que indica que isso pode acontecer em 2024 ou mais tarde (44%) diminuiu em relação à pesquisa de janeiro (64%). Enquanto isso, no final de abril, a capacidade aérea internacional nas Américas, África, Europa, Atlântico Norte e Médio Oriente, atingiu ou está perto de 80% dos níveis pré-crise, com a procura a seguir o mesmo caminho.
Com os resultados do primeiro trimestre deste ano a ficarem acima das expectativas, a OMT reviu agora em alta as suas perspetivas para 2022. Para isso contribuiu não apenas o aumento significativo das reservas de voos mas também as estimativas traçadas pelo último Índice de Confiança da OMT.
Assim, espera-se agora que as chegadas de turistas internacionais atinjam entre 55% e 70% dos níveis de 2019 já em 2022, dependendo de várias circunstâncias. Entre estas conta-se o ritmo a que os destinos continuem a suspender as restrições de viagem, a evolução da guerra na Ucrânia, possíveis novos surtos de coronavírus e as condições económicas globais, em particular no que toca à inflação e aos preços da energia.
Gastos com viagens estão a subir
A última edição do Barómetro de Turismo da OMT também mostra que, em 2021, o mundo perdeu mil milhões de dólares em receitas de exportação do turismo internacional, que acrescem ao montante semelhante que havia já sido perdido em 2020.
As receitas totais de exportação do turismo (incluindo receitas de transporte de passageiros) atingiram cerca de 713 mil milhões de dólares em 2021, um aumento de 4% em termos reais em relação a 2020, mas ainda assim 61% abaixo dos níveis de 2019.
As receitas do turismo internacional atingiram 602 mil milhões de dólares, também em alta 4 % em termos reais, face a 2020. Europa e Oriente Médio apresentaram os melhores resultados, com um aumento de quase 50% nas receitas face aos níveis da pré-pandemia.
O que está acima de 2019 são os gastos com as viagens, que em 2021 se situaram numa média de 1.400 dólares, mais 400 dólares em comparação com o período anterior à pandemia.