OMT quer tornar o turismo “mais acessível para todos”
Com aproximadamente 1,3 mil milhões de pessoas em todo o mundo a serem portadoras de deficiências significativas, a Organização Mundial do Turismo uniu mais uma vez forças com parceiros-chave para tornar o turismo mais acessível para todos.
A Conferência Europeia da OMT sobre Turismo Acessível foi realizada pela segunda vez em San Marino (16 e 17 de novembro de 2023) e dela saiu a Agenda de São Marino, um plano de ação claro para a inclusão das deficiências em todas as áreas do sector do turismo.
Durante dois dias, mais de 200 delegados analisaram desenvolvimentos regulamentares que abordam as necessidades das comunidades anfitriãs e dos visitantes e abrange toda a cadeia de valor do turismo, com as discussões a centrarem-se-, também, na importância da inclusão social e da acessibilidade para o turismo sustentável, e nos imensos benefícios económicos que melhores medidas de acesso podem trazer ao sector.
Apesar de existir um mercado de 1,3 mil milhões de pessoas com deficiências significativas, e de se esperar que uma em cada seis pessoas atinjam os 65 anos de idade em 2050, muitos destinos ainda não consideram que a acessibilidade pode trazer benefícios.
Refira-se que só na Europa, os baby boomers já representam mais de um terço da população da UE e 70% dos cidadãos da UE com deficiência têm recursos financeiros para viajar.
Os participantes da conferência concordaram em produzir resultados concretos, o que inclui medidas para promover a formação, desenvolver sistemas de medição e aumentar a sensibilização para os benefícios de um local de trabalho diversificado.
Os compromissos da Agenda
Os signatários da Agenda (sector público e privado, instituições europeias e OMT) concordaram em assumir os diversos compromissos, a começar pela sensibilização para as vantagens sociais e económicas do turismo acessível que gera uma oportunidade de negócios para os destinos.
Priorizar intervenções de acessibilidade; incentivar o empreendedorismo e um ecossistema empresarial que ofereça serviços acessíveis; abraçar a acessibilidade como uma oportunidade em vez de um desafio; adaptar leis, políticas e normas; implementar estratégias que garantam novos fluxos de receita e fidelização de clientes; e garantir critérios de acessibilidade entre as empresas turísticas que concorrem a concursos públicos ou financiamento, são algumas das medidas acordadas.
Quanto ao setor privado, os signatários entendem que há que atualizar produtos acessíveis e alinhar os principais players em marketing, estratégias comerciais e plataformas; diversificar ofertas de acessibilidade; e inovar em transporte, tecnologias de informação e comunicação e digital.
Por seu turno, a OMT irá publicar, em 2024, um Compêndio de melhores práticas demonstradas em São Marino em 2004 , em colaboração com AccessibleEU e ENAT. Ao mesmo tempo, nos próximos anos, serão realizados novos estudos sobre acessibilidade no turismo cultural e de natureza, soluções digitais e outras boas práticas.