Oferta da Soltrópico cresce em 2025 e Egotravel vai ter “a maior operação de sempre” para Djerba, afirma Gonçalo Palma
Por força da reestruturação que está a ser feita pelo Grupo Newtour, no verão de 2025 a Egotravel vai estar no mercado apenas com a operação charter para Djerba. Já a Soltrópico acumula todos os outros destinos charter: Cabo Verde (Sal e Boavista), Porto Santo, Tunísia Continental, Marrocos (Saidia) e a novidade Palma de Maiorca, explicou ao Turisver Gonçalo Palma, diretor-geral dos operadores do Grupo.
Nesta segunda parte da nossa conversa, vamos começar pela Soltrópico e pela operação que está preparada para Cabo Verde para o próximo ano. É idêntica à de 2024?
É muito idêntica, sim. Para a Ilha do Sal, vamos ter os três charters com a SATA à partida de Lisboa, que já são históricos, com saídas às segundas, sextas e sábados, e temos lugares com a TAP, em part charter, também em voos à partida de Lisboa, às sextas, sábados e domingos. Depois, ainda para a ilha do Sal, vamos ter dois voos do Porto, um com a TAP e um com a CVA – Cabo Verde Airlines. Estamos, portanto, a falar de cinco operações charter, a que se somam os lugares com a TAP. Grosso modo, o número de lugares é muito idêntico ao de 2024.
Relativamente à Ilha da Boavista, temos novidades. Embora já fizéssemos a Boavista, há aqui uma alteração na forma e no compromisso que temos, porque vamos ter lugares garantidos nos voos da TAP à partida de Lisboa. O que tínhamos eram os allotments que a TAP nos dava, mas em 2025 vamos ter lugares garantidos às terças e sábados, e vamos entrar na pool do voo do Porto, onde estava originalmente a Solférias e agora vamos estar também nós, a Solférias e a Abreu. Portanto, também vamos ter um charter à saída do Porto, com saídas às sextas-feiras.
Dentro da passagem de produto da Ego para a Sotrópico, inclui-se Marrocos?
Inclui, aliás, incluímos tudo na Soltrópico exceto Djerba porque Djerba é um produto muito grande dentro da Egotravel – temos cinco voos por semana e é uma operação muito grande para fazermos o trabalho sozinhos. Temos que falar com os hoteleiros, temos que falar com as pessoas que nos prestam o apoio lá. E há o próprio mercado aqui.
Voltando a Marrocos, como é que vai ser a operação?
Marrocos foi uma grande aposta que nós fizemos em 2024, acertámos em algumas coisas, noutras nem por isso.
A operação de Saidia correu normalmente, como sempre ocorre, é um produto que já tem algum histórico no mercado, é um produto de preço, de proximidade, e as pessoas que procuram esse tipo de produto já sabem o que querem, e nesse sentido, é mais fácil.
Depois tínhamos Agadir, que foi um produto que trabalhámos muito no passado, mas Agadir sofreu uma transformação naquilo que é a sua oferta turística. O Agadir que operávamos há cinco ou seis anos, já não existe, os preços subiram muito porque estão a dedicar-se muito a um turismo mais de qualidade, tanto que há uma zona nova, a norte da Agadir, que é Taghazout onde só há hotéis de 5 estrelas.
Essa troca de posicionamento criou-nos algumas dificuldades. No mercado e nas agências, as pessoas estão habituadas a ter um Agadir de produto barato, e aquilo que compravam por 500 ou 600 euros há uns anos, já não existe. Estamos a falar de produtos de 900, 1.000, 1.200 euros que já se colocam ao nível de Cabo Verde.
Depois, tivemos a operação de Al Hoceima no norte de Marrocos, que também não vamos repetir, pelas razões que já expliquei. (ler aqui)
Então, a operação charter para Marrocos em 2025 vai ser apenas para Saidia?
Sim, com dois voos, um do Porto, às sextas-feiras, e um de Lisboa, aos domingos.
Tudo o resto que possam fazer, será em voo regular?
Tudo o resto será em regular, sim, sem ser em firme, até porque, entretanto, a TAP também vai cancelar Agadir, pelo menos essa é a informação que temos, portanto vamos ter só Saidia. Isto em termos de produto de praia porque depois temos os produtos culturais como Marraquexe e Casablanca, mas a Soltrópico não entra muito nesse segmento.
De Djerba falaremos quando falarmos da Ego mas a Soltrópico vai ter alguma operação charter para a Tunísia?
Vamos ter uma operação para Enfidha, à partida de Lisboa, às quintas-feiras, com a TAP, em que vamos trabalhar a zona de Hammamet e Sousse-Monastir. Naturalmente a Tunísia estaria no âmbito dos produtos de Egotravel, mas dentro da nova lógica passou para a Soltrópico, onde é uma novidade, embora não o seja para a equipa que vinha da Egotravel, que já estava habituada a fazer esse tipo de trabalho.
“Vamos ter Palma de Maiorca, à saída do Porto. Aqui, obviamente, era uma operação que já estava no mercado, era uma operação com a cntravel, um operador da Galiza, e nós decidimos entrar a convite dos próprios e vamos partilhar a operação”
Anunciaram há poucos dias que também vão ter Palma de Maiorca…
Vamos ter Palma de Maiorca, á saída do Porto. Aqui, obviamente, era uma operação que já estava no mercado, era uma operação com a cntravel, um operador da Galiza, e nós decidimos entrar a convite dos próprios e vamos partilhar a operação.
A operação é à segunda-feira e vai de 7 de julho até 8 de setembro, com a Air Nostrum. Aqui também é realmente uma novidade, nós nunca o tínhamos feito na Soltrópico nem na Egotravel. Tínhamos o produto com a TAP, mas não em charter. Sabemos que é um mercado muito competitivo, mas é um produto com muita saída.
Em termos da Soltrópico, falta falar da operação charter para o Porto Santo?
O Porto Santo também é uma operação histórica na Soltrópico. Vamos ter dois charters do Porto ao domingo, com a companhia Air Horizont, e o equivalente a dois charters à partida de Lisboa, aos sábados e domingos, com a TAP. Embora seja em voos regulares, temos uma grande quota de lugares em firme.
Na operação do Porto estamos com a Abreu, aliás, a maior parte das operações temos são apenas com a Abreu. Em algumas, pontualmente, no Cabo Verde temos com a Solférias e com a Abreu.
Depois têm algumas apostas em voo regular?
Temos São Tomé, Brasil, mesmo para Cabo Verde também temos uma grande produção de voos regulares, talvez semelhante à dos charters em número de passageiros.
Cabo Verde, Tunísia, Portugal com Madeira, Porto Santo e Açores, Marrocos, e depois temos o Brasil e o São Tomé, são o Top 6 dos nossos destinos, mas atenção que este Top 6 representa quase 93% da nossa produção total. Portanto nós somos um operador de especialização e não de generalização.
São Tomé fazem só com a TAP?
Com a TAP e com a STP Airways, mas não há charters. O Brasil, maioritariamente, é com a TAP. Alguns programas podem ir com a Azul, mas é maioritariamente com a TAP.
“A Soltrópico é que comunica com as agências do mercado nacional porque como estava era confuso: às vezes era um produto de Turangra, outras vezes era da Soltrópico. Então, decidimos que os Açores ficavam na Soltrópico e tem funcionado bem”
Em relação aos Açores, que são um produto muito estimado aqui na “casa”. Vocês têm uma programação com várias propostas que vão para além da reserva de avião e de estadia na ilha “A” ou na ilha “B”. Como é que estão a pensar fazer as coisas? Têm lugares em firme? Trabalham com mais do que uma companhia aérea?
Nós trabalhamos com todas as companhias regulares que estiverem a operar no mercado, mas neste caso estamos a falar da TAP e da SATA, basicamente. Nós temos lugares em firme, neste momento, em épocas especiais, nomeadamente agora no fim de ano, em que temos uma operação para São Miguel e outra para a Terceira, com lugares comprados em firme.
Em termos de grupo, no caso dos Açores, temos andado aqui a oscilar entre Turangra e Soltrópico e decidimos recentemente que seria feito pela Soltrópico que está instalada dentro do mercado nacional. Portanto, a Soltrópico é que comunica com as agências do mercado nacional porque como estava era confuso: às vezes era um produto de Turangra, outras vezes era da Soltrópico. Então, decidimos que os Açores ficavam na Soltrópico e tem funcionado bem.
Nós prevemos aumentar a nossa produção dos Açores, não só por ser estimado por algumas pessoas aqui dentro, mas temos uma equipa própria lá que também temos que alimentar e achamos que é um destino espetacular. É um destino que toda a gente deveria visitar uma vez na vida, além de ser um território português. Tem uma beleza, em termos naturais, espetacular.
Nós temos uma equipa local que trabalha lindamente todas as ilhas dos Açores e o que queremos é voltar a um formato que já tivemos no passado, de circuitos próprios. Hoje estamos a falar muito de voo mais hotel, que é um produto para combater a entrada das low costs, mas, na nossa opinião, aquele produto mais completo de voo, hotel, circuito, com excursões incluídas, é mais à medida dos Açores. Uma pessoa compra esse produto e sai mais satisfeita e é essa a ideia que tentamos acrescentar. Um voo mais hotel, se for um cliente repetente de Açores, talvez possa fazer, mas para uma primeira vez, convinha fazer um circuito.
O operador Egotravel fica no mercado em 2025 a operar apenas o destino Djerba
Quanto à Egotravel vamos começar por Djerba, como não podia deixar de ser…
Em 2025, a Egotravel vai ter apenas Djerba, mas ainda assim a operação é muito grande. Vai ser a maior operação de sempre em termos de lugares e vai ser a maior em termos de duração, porque vamos ter um voo que vai começar em abril, no dia 12, portanto antes da Páscoa, e o último regresso vai ser a 1 de novembro. É um charter à partida de Lisboa, com saídas aos sábados, com a TAP, numa operação partilhada com a Abreu em 50%.
Depois, vamos ter o reforço da operação a começar no dia 28 de maio, neste caso sozinhos, em voo da Nouvelair, com o último regresso a ser a 1 de outubro. E ainda temos um terceiro voo, à sexta-feira, com a TAP também, que começa no dia 6 de junho e vai até 19 de setembro, data do último regresso, e que será também partilhado com a Abreu. Todas estas operações são à partida de Lisboa.
Do Porto vamos ter um voo a começar no dia 23 de maio, com a Nouvelair, que se prolongará até 3 de outubro, último regresso. O reforço vai começar a 6 de Junho e terminar a 19 de setembro, com a Air Horizont, à sexta-feira, em que contamos com a parceria da Abreu.
Como referi, a operação é maior do que este ano, estamos a falar de cerca de mais de 2.000 lugares a mais do que em 2024. Mais de 1.000 lugares é porque vamos operar durante todo o mês de outubro e vamos voltar a operar desde abril, o que em 2024 não aconteceu. Até 2023 operávamos, mas com as trocas da Tunisair para a Nouvelair, os aparelhos eram maiores e em época baixa não dá para usar aparelhos tão grandes.