O Viajar Tours oferece destinos que são uma “experiência única que não se vive em outra parte do mundo” afirma Nuno Anjos
Para o verão de 2025, o Viajar Tours vai manter os mesmos destinos que já tinha o ano passado, em termos de operações charter. Ainda assim, há algumas novidades resultantes da utilização de novos aeroportos e do reforço de algumas operações, como explicou ao Turisver o diretor comercial do operador, Nuno Anjos.
Nuno, quais são as diferenças fundamentais da vossa programação para 2025 em relação a 2024?
Para 2025 mantemos os mesmos destinos que tínhamos em 2024, com algumas alterações, seja ao nível dos aeroportos para onde vamos voar, seja ao nível do reforço de programação.
Começando pela Tunísia, vamos voar para mais um aeroporto, o de Enfidha-Hammamet e vamos ampliar a operação de Lisboa para Djerba, que começará na Páscoa e vai ser contínua até ao final de setembro. A operação do Porto continua idêntica.
Já no caso de Creta alteramos o aeroporto de chegada que deixa de ser o de Heraklion para passar a ser o de Chania. De resto, mantém-se tudo em termos dos destinos operados.
Comecemos então por Creta, que é onde vocês vão fazer a maior mudança face a 2024, já que vão mudar de aeroporto.
Estávamos a aterrar no centro da ilha, em Heraklion, e no próximo verão vamos passar a aterrar no oeste da ilha, na zona de Chania que, pelo que são os comentários não só dos agentes de viagens e dos próprios clientes que também ouvimos, é mais apetecível para visitas. É uma zona onde existem as praias mais emblemáticas, como as de Balos, Elafonisi e Falassarna, e também é uma zona que, a nível cultural, tem uma oferta interessante. O último ponto deixado pelo Império Otomano na ilha de Creta foi na zona de Chania, pelo que existem ali muitas influências.
É claro que, no centro da ilha, é a Civilização Minóica que está muito presente e de que é exemplo o Palácio de Knossos, que é extraordinário e de visita imperdível, mas para conhecer e mesmo para ter uma melhor acessibilidade ao sul da ilha, por exemplo para conhecer Frango Kastello, ou mesmo para ir até Mátala, torna-se mais fácil ir de Chania, alugando um carro.
E para as opcionais que vocês costumavam oferecer está mais fácil? Fica mais longe?
Existem excursões que se tornam mais fáceis de fazer como, por exemplo, a visita à Praia de Balos ou à Praia de Elafonisi, ou mesmo para ir até ao sul, até Mátala.
Já para ir até ao oeste da ilha, até às zonas de Ágios Nikolaos e Spinalonga, que era das excursões mais vendidas que nós tínhamos, fica bastante longe para se fazer com partida entre Chania e Panormos, que é onde estão as duas unidades da cadeia Iberostar, e fica também o Creta Panorama um hotel de 4 estrelas, e temos um 5 estrelas renovadíssimo, que é o Creta Marino. Vai ser esta a nossa zona de ação a nível de oferta hoteleira.
Há uma redução significativa do número de hotéis, dentro daquela lógica que o Viajar Tours tem de concentrar a sua operação em alguns hotéis?
Nós tentamos sempre reduzir a oferta hoteleira, mas em destinos como Creta torna-se por vezes mais difícil fazer uma redução significativa porque a procura da ilha por outros mercados faz com que existam muitos ‘stop sales’ e a oferta vai ter obrigatoriamente de ser alargada para conseguirmos continuar a dar alternativas de alojamento.
O mercado português, dentro das reservas antecipadas, continua a crescer e continua a aproveitar as campanhas e, acima de tudo, a disponibilidade que existe, muito embora haja sempre um mercado mais de ‘last minute’ ou que aproveita alturas de compra mais de campanha, como seja a BTL, e aí temos de continuar a dar oferta hoteleira.
Qual é o período da operação para Creta e que companhia aérea vão utilizar?
A operação vai ser de junho ao princípio de setembro, em voos da Aegean, o que nos vai garantir a saída desta operação de Lisboa. É daquelas operações que o mercado no Norte também nos pedia um voo, mas enquanto houver esta oportunidade de fazer as partidas de Lisboa, tenho a certeza que não iremos mudar.
“(…) complementamos a oferta da Tunísia com a parte continental, com voos apenas à partida do Porto mas para dois aeroportos, o de Monastir e o de Enfidha, ou seja, introduzimos mais um aeroporto no destino”
No início da nossa conversa falou-se da Tunísia, que também vai ter algumas novidades, nomeadamente a ampliação da operação de Lisboa para Djerba, desde a Páscoa.
Para a Tunísia, temos oferta à partida de Lisboa apenas para Djerba. Depois complementamos com as partidas do Porto para Djerba e também para a Tunísia continental. Ou seja, para Djerba há dois voos charters, um de Lisboa e um do Porto, sendo que o de Lisboa começa na Páscoa e o do Porto inicia a 31 de maio – é mais tarde do que o de Lisboa mas mesmo assim começa mais cedo do que o ano passado. Em ambos os casos, a última partida é a 21 de setembro.
Depois, complementamos a oferta da Tunísia com a parte continental, com voos apenas à partida do Porto mas para dois aeroportos, o de Monastir e o de Enfidha, ou seja, introduzimos mais um aeroporto no destino.
O aeroporto de Monastir, mais ao sul da parte continental, serve muito as zonas de Monastir e de Mahdia, por exemplo, ou de Sousse e Port El Kantaoui. E depois, um pouco mais a norte, temos também ainda um aeroporto que já tínhamos operado em outros anos, que é o aeroporto de Enfidha-Hammamet, em que se abrem outras hipóteses de alojamento e, acima de tudo, uma maior acessibilidade a essa parte do continente tunisino.
Para o continente tunisino são dois charters a partir do Porto. Em que épocas e que tipo de opcionais são possíveis em cada caso?
O voo de Monastir começa a partir de junho e o de Enfidha a partir de julho.
As excursões na parte continental são várias. De Monastir, por exemplo, a parte de Kairouan e de El Djem ficam muito mais perto. Mas depois temos a parte mais a norte, junto a Tunes, e aí pode visitar-se a parte de Cartago e de Sidi Bou Said. Seja de um ponto ou de outro, embora o transfere de Monastir se torne um pouco mais longo, estas continuam a ser zonas de visita imperdível e os portugueses fazem muito essas excursões.
Viajar Tours volta a apostar em Itália programando voos charter para Puglia e Sardenha
Passando para Itália, voltam a ter Puglia, pelo segundo ano consecutivo?
Exato, vamos começar em junho e vai até ao princípio de setembro, com a companhia aérea Air Horizont. É uma operação que estamos a consolidar mais no mercado.
Relativamente ao ano passado, há diferenças em termos do alojamento, tínhamos dois hotéis da cadeia Voi, mais a sul, ao pé de Otranto, que retirámos para colocar mais duas unidades, mais a norte, uma junto a Monopoli e Polignano a Mare, e uma outra na costa do Mar Jónico, perto de Taranto. Tirámos essas duas unidades da cadeia Voi e uma outra na Reserva Natural de Etra, que substituímos por outro hotel mais junto à Reserva Natural de Ethra, e colocámos ainda um outro que fica na área da reserva mas não está lá dentro.
Estas alterações nas unidades hoteleiras foram feitas para facilitar as visitas que são efetuadas dentro do Valle d’Itria até Matera, e para quem se quer deslocar da costa do Adriático até à costa do Mar Jónico. Para aqueles que gostam de alugar carro, dá perfeitamente para ir até à parte mais a sul do “tacão” Italiano ou até Santa Maria di Leuca, ou um pouco mais acima até Marina di Pescoluse ou até Gallipoli ou mesmo até Otranto, na costa do Mar Adriático, mas o grosso dos pontos de maior visibilidade estão mais a norte.
É claro que há outros locais imperdíveis como a cidade de Lecce, que está mais a sul, mas basta fazer uma excursão de um dia. Tendo carro, torna-se bastante fácil ir até Lecce porque existem algumas vias rápidas que dão acesso direto.
Quanto à Sardenha, como vai ser a operação?
A Sardenha já é um clássico dentro da nossa programação e vamos operar o destino de junho a setembro, à partida do Porto. A nível de hotelaria, entram duas novas unidades, deixámos de ter o Voi Collona e temos uma unidade mais a sul, na zona de Budoni, que dá uma maior acessibilidade para os clientes que querem também conhecer a parte da reserva natural de Tavolara.
E mais a norte, temos um outro hotel, perto de Santa Teresa Gallura e já muito perto daquilo que é considerado a Costa Esmeralda, que é também da cadeia Mangia’s, o Mangia’s Sardinia Resort, um 4 estrelas completamente renovado – está renovado para ser um hotel de 5 estrelas e irá sê-lo em 2026, mas nós ainda vamos aproveitar o Mangia’s Sardinia como 4 estrelas, o que nos dá uma ótima relação qualidade-preço.
Ainda em charter, vão ter novamente operação para Saidia, na costa Norte de Marrocos?
Continuamos a voar para Saidia, mas este ano vamos ter apenas partidas do Porto porque as possibilidades que existiam de Lisboa não eram as mais corretas a nível de horário. Portanto, preferimos ter apenas a operação a partir do Porto para um destino que fomos nós que abrimos e que continua a ter a atenção de outros operadores, o que quer dizer que abrimos bem o destino.
Saidia aparece sempre um bocado como o preço mais barato do mercado. Continua a ser assim?
Saidia tem vindo a aumentar o preço médio, porque também já é procurada por outros mercados e porque os preços têm vindo a aumentar de uma forma geral e Saidia não foge à regra. Ou seja, antigamente ia-se para Saidia por 500 ou 600 euros mas nestes últimos tempos não se tem verificado isso. No entanto, continua a ser um destino com uma ótima relação qualidade-preço.
Em termos de voos regulares, têm alguma coisa em firme ou só têm acordos sem garantias?
No inverno, para Cancun com a TAP temos algum produto em firme aos sábados, mas durante o verão preferimos não entrar em garantias nesses destinos porque existe uma grande oferta a nível dos charters e a competitividade do destino a nível regular é totalmente diferente.
No entanto, continuamos a ter acordos quer com a TAP, para o Brasil e o Caribe, e com a Turkish Airlines para a Turquia e para as Ásias, à semelhança do que temos também com a Emirates, e com a Aegean para a Grécia continental e para ligações a outras ilhas, o que representa ainda uma parte significativa da nossa produção.
O Viajar Tours programa destinos em que o preço médio não é tão competitivo (…). Tanto a Grécia como a Itália são destinos de médio curso em que o custo médio é superior, mas aquilo que têm para oferecer, nomeadamente em termos culturais, proporciona uma experiência única que não se vive em outra parte do mundo.
Em alguns destinos, como Puglia, Creta e Sardenha, o Viajar Tours está praticamente, sozinho no mercado em termos de charters e tem-se tornado especialistas. Têm moldado a operação de forma a estarem cada vez mais atentos ao cliente que vai para lá? Por exemplo, têm pessoas no local para dar assistência aos clientes?
Sim, sim. Por exemplo, em Puglia, o ano passado tivemos um italiano que falava o português de forma clara, e foi uma grande ajuda. Na Sardenha, era uma senhora brasileira que estava a receber os clientes, uma pessoa local que conhece bem o destino, e em Creta era o Pedro, o nosso comercial do Norte, que recebia os portugueses.
Vai sempre continuar a ser essa a nossa forma de estar, muito embora, quer na Sardenha, quer em Puglia, nós tentamos que sejam portugueses a receber os portugueses. Se vamos ou não conseguir, nesta altura ainda é uma incógnita, mas estamos a trabalhar para isso, porque é totalmente diferente para aqueles que vão lá pela primeira vez e que não conhecem o destino, ouvirem as dicas de um compatriota que também lhes dá alguma ajuda de que necessitem.
Se tivesse que deixar uma mensagem, um highlight para os agentes de viagem que nos estão a ler, diria que pôr clientes a viajar convosco para estes destinos é uma garantia de que tudo vai correr bem?
Eu diria, acima de tudo, que estes destinos, e falamos da Sardenha, de Puglia e de Creta, poderão não ser tão fáceis de vender como, por exemplo, o Caribe. São destinos que requerem mais alguma preparação na escolha da zona onde ficar e daquilo que se propõe ao cliente para visitar ou fazer. Uma das notas que deixo é de que deem aos clientes os manuais do destino que estão no nosso site, porque aí têm muitas dicas daquilo que se pode fazer e de orientação. Não queremos que seja um guia detalhado até ao ínfimo, mas já existem ali boas dicas.
Depois, ao nível das opções de alojamento, deem sempre aos clientes a ficha técnica do hotel, porque muitas das vezes existem – e temos sentido isso -, clientes a chegar aos hotéis que pensam que têm alguns serviços incluídos e que não o estão e isso cria logo aquele sentimento de expectativas não cumpridas.
Além disso, muitos agentes dizem que estes três destinos são muito para viajantes e não para turistas. Eu acho que existe espaço para tudo e quando eu falo em turistas, falo nos clientes que não estão tão virados para conhecer a fundo a região, mas que gostam de fazer uma ou outra excursão e aproveitar também as boas praias que existem nos destinos. O viajante já é aquele que gosta de alugar carro e fazer alguns quilómetros para ir conhecendo.
O Viajar Tours programa destinos em que o preço médio não é tão competitivo como, por exemplo, nas Caraíbas ou em África, principalmente por serem destinos europeus, onde os preços são sempre superiores. Tanto a Grécia como a Itália são destinos de médio curso em que o custo médio é superior, mas aquilo que têm para oferecer constitui uma experiência única que não se vive em outra parte do mundo.