O que os agentes de viagens precisam saber sobre São Tomé para informarem os seus clientes – Parte II

Na segunda parte do artigo que dedicamos à apresentação feita pelo operador turístico Sonhando do destino São Tomé em exclusivo para agências da Viagens El Corte Inglês, pode ficar a saber o que há para fazer e o muito que há para fazer naquela ilha, através das opcionais disponíveis.
Na apresentação feita na passada quarta feira, Fernando Bandrés, diretor comercial da Sonhando, deixou claro que os agentes de viagens devem informar os seus clientes de que “São Tomé é um destino de natureza e de praias incríveis, de florestas, algumas delas primárias e onde nunca houve intervenção do ser humano, mas não é um destino de sol abundante – provavelmente, o que verão quase sempre é o céu cinzento apesar da boa temperatura, em terra e no mar”. O mar, no entanto, é sempre uma delícia, já que a temperatura da água ronda os 25ºC. Ou seja “podemos desfrutar de um bom banho em qualquer altura do ano, mas quem espera vir bronzeado de São Tomé, pode ter uma desilusão” já que “é raro apanhar um dia com o céu completamente azul”.

Assistir à desova de tartarugas ou observar baleias são duas atividades disponíveis. Para quem quer ver tartarugas – e há quatro espécies diferentes em São Tomé -, a melhor altura é a que vai novembro a abril, quando muito facilmente se assiste à desova. Para quem quiser assistir a este espetáculo da natureza, Fernando Bandrés alerta que devem levar uma “lanterna de luz vermelha” para não desorientar as mães nem as pequenas crias.
Já para ver baleias, outra atividade possível, a melhor época é entre os meses de julho a setembro.
Conhecedor do destino, adianta que São Tomé é um “destino fantástico” para a observação de aves e também se encontram alguns anfíbios. Quanto a animais perigosos “só há um, a cobra preta que é endémica do país”


Porque muitos clientes gostam de alugar um carro e explorar os destinos, Fernando Bandrés referiu-se às estradas, dizendo que “existem algumas estradas razoáveis” mas “a estrada que liga o norte ao sul do país, é puro lamaçal”. Por isso, “se algum cliente quiser alugar um carro, deverá ser sempre um 4×4” ou então “ir com um local que conheça a estrada”.
Já na ilha do Príncipe, ainda há menos asfalto do que em São Tomé, mas também não há empresas de rent-a-car, pelo que este é um problema que não se coloca.
Com um nível de preços semelhante a Portugal, comer fora das unidades hoteleiras é possível e há sempre “peixe muito fresco de qualidade e excelentes frutas”. Por lá “come-se praticamente de tudo” apesar de a carne “ser escassa”. Marisco encontra-se mas não faz parte da gastronomia normal dos são-tomenses. O que abunda, claro, é o café e o cacau.
“Para ter uma noção mais precisa do destino, o cliente pode adquirir várias excursões opcionais, a começar por um tradicional city tour à cidade de São Tomé. Para ir ao Norte há uma excursão que passa por todas as localidades até Santa Catarina; a excursão do Centro, do Sul e do “extremo Sul”, sendo que esta última é a única que percorre os últimos 20Km da Estrada do Sul. Outra possibilidade é visitar o Ilhéu das Rolas, para o que há que ir de barco”
O diretor comercial da Sonhando levou os agentes de viagens da Viagens El Corte Inglês presentes na formação a “viajar” pelo destino. Começando por São Tomé, informou que “a ilha tem três estradas principais, asfaltadas”, sendo que “as restantes são de terra batida”. A Estrada do Norte, que dizem ser a estrada mais bonita do mundo, termina em Santa Catarina, num passeio ladeado de palmeiras e proporciona paisagens de cortar a respiração. A Estrada do Centro vai da capital até praticamente à entrada do Parque Natural do Obô que ocupa 30% do território da ilha de São Tomé. Por fim, a Estrada do Sul que vai até Porto Alegre e que nos seus últimos 20Km “muito complicados de fazer”, passa, por exemplo, por São João dos Angolares e pela praia do Inhame.

Para ter uma noção mais precisa do destino, o cliente pode adquirir várias excursões opcionais, a começar por um tradicional city tour à cidade de São Tomé. Para ir ao Norte há uma excursão que passa por todas as localidades até Santa Catarina; a excursão do Centro, do Sul e do “extremo Sul”, sendo que esta última é a única que percorre os últimos 20Km da Estrada do Sul. Outra possibilidade é visitar o Ilhéu das Rolas, para o que há que ir de barco.
Sobre o que ver na cidade de São Tomé, Fernando Bandrés vincou que se tivesse que escolher apenas um local para visitar, seria o mercado, por ser a zona mais característica. Mas há também a Catedral da Nossa Senhora da Graça que “já não tem nada a ver com a original”, apesar de “ainda conseguirmos encontrar alguns azulejos portugueses no seu interior”; o Forte de São Sebastião que alberga no seu interior o Museu Nacional de São Tomé e Príncipe (a entrada custa 2€); e ainda o Mercado Novo.


Depois, há ainda a possibilidade de ter uma experiência de chocolate, ou não fosse São Tomé o país do cacau. Isso pode ser feito em duas fábricas: uma mais moderna, outra mais antiga que o diretor comercial da Sonhando escolheu como a mais interessante, por nela os visitantes poderem acompanhar o ciclo do cacau até ao chocolate, provar as favas de cacau e fazer uma degustação de vários chocolates.
Ainda a merecer visita, embora não esteja incluída em nenhuma opcional, está a Casa Cacau, uma antiga oficina de caminhos de ferro já desativada e que hoje é utilizada como Casa das Artes, Cultura, Criação, Ambiente, Utopias. Por ali encontra-se artesanato local, pinturas, e às quintas feiras há um buffet de comida são-tomense.
Por falar em restauração, Fernando Bandrés, deu algumas “dicas” de restaurantes na capital, como a Casa Teté “um bom restaurante, quase obrigatório” onde nem sequer falta o marisco ou, para quem quiser uma experiência mais “goumet”, o restaurante do Hotel Omali.
Saindo da cidade de São Tomé duas opcionais percorrem o norte e da ilha e a região centro
À partida da cidade de São Tomé, a excursão de dia inteiro ao norte da ilha passa por lugares como a Roça Agostinho Neto – uma roça em tempos muito importante que tinha mesmo um hospital, cujo edifício ainda lá “mora” – e por uma aldeia piscatória que fica na praia de Morro Peixe, onde se pode assistir à atividade dos locais em saída para a pesca ainda feita com meios artesanais.




Durante o percurso são obrigatórias e muitas as paragens em praias, como a dos Tamarindo, por exemplo, e passa-se também pela Lagoa Azul. Outra atração do passeio são os gigantescos baobás que, ao secarem, podem albergar milhares de litros de água da chuva nos seus troncos ocos.
Neste passeio, que vai até ao túnel de Santa Catarina, há um restaurante a não perder: Fica em Neves, chama-se Santola e deve o nome à especialidade da casa.
Como o nome indica, a excursão ao centro da ilha percorre as zonas mais interiores de São Tomé e leva os visitantes até ao Parque Natural de Obô, num itinerário em que podem ser apreciadas inúmeras cascatas – e até tomar banho em algumas. É o caso da Cascata de São Nicolau, uma queda de água de cerca de 30m até uma pequena lagoa, informou o diretor comercial da Sonhando.

Roça de São Nicolau, habitada ainda por uma pequena comunidade apesar de se encontrar bastante degradada; Roça Monte Café, onde ainda se faz a exploração de café e há um museu com maquinaria antiga e é explicado o dia-a-dia dos escravos nas plantações, são outros dos atractivos da excursão.
Pelo centro, há dois restaurantes para almoçar, um dentro da roça, o restaurante Efraim, e outro na Casa Museu Almada Negreiros, onde se pode optar por um menu de degustação de especialidades locais.
Aparte a excursão há ainda a visitar o Jardim Botânico, nas proximidades da Roça Monte Café, de onde saem os trilhos para o Parque Natural, um deles de quatro horas (duas para ir e duas para regresso) a terminar “numa antiga cratera de um vulcão que já foi uma lagoa mas agora está seca”. Porque “a cratera tem areias movediças”, Fernando Bandrés alerta que este passeio apenas deve ser feito com guia local.
“Dali segue-se para a Roça de São João, em São João dos Angolares, do Chefe João Carlos Silva que fez o programa “Na Roça com os Tachos”, uma roça “completamente recuperada”, com “um pequeno hotel” e espaço de exposição de pinturas e esculturas. E porque a Roça é do Chefe, é por ali que se almoça uma refeição degustação só confecionada com produtos locais”
Partir à descoberta da zona sul da ilha de São Tomé é outra das opcionais à disposição dos clientes portugueses. É a excursão que leva os turistas até São João dos Angolares, por uma estrada de asfalto que está em muito boas condições.


A opcional visita a antiga Roça Água Izé que também ainda é habitada por uma comunidade local, e a Boca do Inferno, onde se pode apreciar um espetacular “géiser” natural e até há espaço para uma lenda que diz que “se alguém entrar na Boca do Inferno em São Tomé vai sair na Boca do Inferno em Cascais”, contou Fernando Bandrés.



Dali segue-se para a Roça de São João, em São João dos Angolares, do Chefe João Carlos Silva que fez o programa “Na Roça com os Tachos”, uma roça “completamente recuperada”, com “um pequeno hotel” e espaço de exposição de pinturas e esculturas. E porque a Roça é do Chefe, é por ali que se almoça, sendo o almoço uma refeição de degustação confecionada apenas com produtos locais. A refeição tem um custo de 25€ por pessoa mas segundo Fernando Bandrés, vale muito a pena.
Pelo caminho há sempre praias espetaculares e como “os guias são muito flexíveis”, haverá sempre tempo para as apreciar bem de perto.


Já na excursão ao Extremo Sul da Ilha, que é uma “jornada ao Equador”, pode ver-se a formação rochosa vulcânica denominada “Cão Grande”, um dos ex-libris da ilha e visita-se a pequena vila de Malanza onde se poderá efetuar um passeio de piroga tradicional. Visita-se igualmente a Roça de Porto Alegre e belíssimas praias como a Praia Inhame e a Praia Jalé, santuário ecológico, onde se pode aproveitar para tomar um banho. Entre as duas praias, o caminho é de terra batida, informou o diretor comercial da Sonhando.
Em Ponta Baleia pode apanhar-se o barco e estar, em 30 minutos, no Ilhéu das Rolas, onde se sobe até ao marco do Equador e se almoça com a comunidade local.
E a ilha do Príncipe? Não nos esquecemos e dela falou também Fernando Bandrés, mas ficará para um próximo artigo.

Ilustrações gentilmente cedidas pelo operador turístico Sonhando.
Para ler a “Parte I”, clique aqui.