O objetivo do Mercado das Viagens é ter um grupo coeso de agências
Crescer de forma sustentada é o objetivo da rede Mercado das Viagens. Com quase 11 anos de existência e 17 lojas, a rede quer expandir-se e aumentar o seu peso no sul do país, mas quer fazer tudo com os “pés assentes no chão”.
Os portugueses estão a retomar a sua procura por viagens e a rede Mercado das Viagens sente esse processo, “desde o início do ano”, como disse ao Turisver Nuno Pereira, um dos administradores da rede. “O ano estava a correr excecionalmente bem até esta fase mais atribulada provocada pela guerra na Ucrânia”, acrescentou, fazendo notar que, mesmo assim, “a retoma está a acontecer”.
Com quase 11 anos de existência e um volume de faturação que ronda os três milhões de euros, a rede de franchising Mercado das Viagens conta atualmente com 17 lojas, estando representada de norte a sul do país, já que, embora esteja ainda centrada mais a norte “estamos a expandir para o sul do país”. A rede está disponível para receber novas agências, e o responsável faz notar que “temos tido muitos pedidos de informação, o que quer dizer que há interesse pela nossa marca e que o mercado está a mexer”.
Para entrar na rede são feitas “avaliações criteriosas”, sendo dada primazia a “agências que tenham à frente pessoas já com experiência no turismo”. Fora isso, não há restrições e, à exceção de Lisboa e Porto, pela dimensão, a rede abre uma agência por cada concelho. Isto porque “o objetivo do Mercado das Viagens não é ter a maior rede em termos do número de agências mas sim ter um grupo coeso, com crescimento e, acima de tudo sustentável”.
Ao entrarem na rede, as agências de viagens passam a operar sob a marca Mercado das Viagens, com “um layout escolhido por nós”, explica Carlos Silva, outro dos administradores da rede, acrescentando que “tudo o resto, em termos de funcionamento, é independente, a gestão da empresa é completamente livre” cabendo ao master franchising fazer o aconselhamento, mostrar o caminho a seguir e fornecer o know-how, além de lhe pertencer a gestão da rede a contratação de grupo, para que todos possam beneficiar de preços competitivos.
Foi para assegurar o crescimento da rede e aprofundar a proximidade entre o master e as agências da marca que a Mercado das Viagens contratou, em finais de fevereiro, Adriano Portugal para diretor-geral da rede. A ele cabe, frisou Carlos Silva “dar um apoio direto e sempre presente às agências da rede” e, ao mesmo tempo, “estar em contacto direto com os operadores turísticos, que são os nossos parceiros”.
Com o “caos que estava instalado, a APAVT esteve muito bem”
Durante a pandemia “fizemos um esforço para manter as agências” muito embora o seu número tenha descido um pouco e Carlos Silva explica: “algumas agências tinham dois balcões e nós próprios aconselhámos que encerrassem o segundo balcão para conter os custos”. Agora, antecipa, “poderá acontecer um crescimento de dentro para fora, ou seja, que as nossas agências abram novos balcões”.
Ainda no que se refere a esses tempos mais duros, Nuno Pereira e Carlos Silva assumem ter sentido o apoio da associação do setor. “A APAVT fez um trabalho notável durante a pandemia”, afirmam. “Se me perguntar se era possível fazer mais, eventualmente sim porque para nós, associados, nunca chega”, diz Carlos Silva, com Nuno Pereira a acrescentar que “tendo em conta todas as dificuldades e o caos que estava instalado, a APAVT esteve muito bem”.
Para este ano o objetivo passa por “perceber as necessidades do mercado, ir ao encontro dessas necessidades e, acima de tudo, crescer sustentadamente. Não queremos crescer de forma rápida mas inconstante”, sublinhou Adriano Portugal, o novo diretor-geral da rede. Isso passa pela formação, por uma maior aproximação aos players, que também estão enfraquecidos”.
Nuno Pereira enfatiza que “o nosso negócio não é abrir e fechar agências. Queremos abrir agências e torná-las sustentáveis para que continuem no grupo durante muito tempo”.