Nuno Sousa: Introdução do Dynamic Pricing da TAP em 2025 vai criar “uma flutuação de preços diferente daquilo que é hoje”

No painel “E a TAP, qual a estratégia para 2025?”, durante a 20ª Convenção da GEA Portugal, Nuno Sousa, Sales Director Portugal e África na TAP Air Portugal, falou dos critérios em que assenta a estratégia da companhia para 2025 e do NDC, tendo também recordado a composição da oferta da transportadora durante este inverno.
Tema da maior premência para as agências de viagens, tantas vezes apontado como um dos grandes desafios que se colocam a este setor em 2025, é a introdução do NDC da TAP. Relativamente a este tema, Nuno Sousa explicou que a estratégia da companhia, em relação ao NDC, tal como acontece com as outras, assenta em “ter um processo de distribuição dos seus serviços, em que a experiência seja mais rica para todos nós, para os agentes de viagens, e também para os seus clientes” porque o NDC também estará no site, onde o cliente “vai ter acesso a melhores produtos, a melhores preços, etc.”.
Para “descomplicar o acesso das agências de viagens ao NDC da TAP, recordou que a empresa já firmou acordos com os GDS Sabre, onde a solução já está montada e com a Travelport, sistema em que deverá estar operacional até ao segundo semestre de 2025. Com isso, o conteúdo NDC da TAP ficará acessível aos agentes de viagens nos sistemas de reservas tradicionais.
Além da solução via GDS, os agentes de viagens vão ter mais três formas de se ligarem ao NDC da TAP, como explicou Nuno Sousa: “uma delas é via agregador e neste momento já temos mais de10 agregadores, com quem é fácil fazer uma conexão. A outra opção, muito a pensar nas agências mais pequenas, é via o online portal, que também tem as funcionalidades todas do NDC. A terceira opção é via uma conexão direta”, opção que, no entanto, considerou não ser muito fácil porque “nós não temos ainda uma estrutura para poder atender ao número de pedidos que o mercado possa ter, porque envolve muito desenvolvimento interno e a equipe de distribuição é pequena”, E claro a outra opção, como assinalado acima, é através dos GDS.
A propósito, adiantou ainda que “o Private Channel, está previsto terminar em junho de 2025, que é a altura em que nós achamos que vamos ter mais um GDS preparado com a solução tecnológica já montada em termos de NDC”.
“…o Dynamic Pricing da TAP” trará consigo “uma flutuação de preços diferente daquilo que é hoje”, sendo “perfeitamente normal, a uma hora, haver um preço que está mais barato do que o outro, para um destino que horas antes estava mais caro”
O responsável assinalou, também, que “ao longo de 2025 está previsto entrar o Dynamic Pricing da TAP”, que trará consigo “uma flutuação de preços diferente daquilo que é hoje”, sendo “perfeitamente normal, a uma hora, haver um preço que está mais barato do que o outro, para um destino que horas antes estava mais caro” e, explicou, “a ideia é mesmo essa, é ser extremamente dinâmico em função daquilo que é a procura que está a acontecer nesse mesmo momento”.
A TAP, disse, está a tentar fazer a introdução do NDC em 2025, de forma “gradual” e “juntamente com as agências”, através da APAVT, porque aprendeu com erros cometidos no passado por outras companhias. “Nós viemos mais tarde, e não temos, como outras companhias, a solução já toda montada, mas também aprendemos com os erros dos outros, ou seja, vamos alinhando a nossa estratégia de NDC com base naquilo que foram erros que houve no passado”, aproveitando para reforçar a importância que as agências de viagens têm para a transportadora aérea nacional: “As agências para nós são extremamente importantes, estamos a falar de 50% das vendas da TAP, em termos globais e, portanto, vamos tentar garantir essa transição o mais simples possível”.
Sustentabilidade financeira e ambiental foco de uma estratégia que assenta em “5 Pês”
Tendo como pilares fundamentais a sustentabilidade financeira da companhia, que está lincada à operação, a sustentabilidade ambiental, a estratégia da TAP para 2025 vai continua a assentar naquilo que a empresa denomina de “5 Pês”, ou seja, 5 pilares fundamentais: pessoas (atrair, recrutar, desenvolver, integrar, e depois acompanhar a saída do colaborador); passageiros (dar o melhor preço, o melhor serviço e que seja fácil de comprar); pontualidade (segundo o responsável a companhia tem feito um grande esforço nesse sentido, apesar das condições do aeroporto de Lisboa); plano (atingir a rentabilidade financeira e transformar a TAP numa companhia “apetecível num mercado global”) e planeta (objetivo de emissões zero até 2050).
Enquanto isso, a companhia continua a implementar o seu plano de restruturação, tendo como objetivo consolidar a sua posição no mercado europeu e internacional e conseguir um equilíbrio e uma operação robustos, que possa gerar a rentabilidade. Dito por outras palavras: “Tornar a TAP mais competitiva, num cenário global que é altamente competitivo”.
No plano da sustentabilidade ambiental a companhia está comprometida com o plano de “emissões zero” até 2050, o que passa, também, pela renovação da frota para substituir os aviões que são mais poluentes por aviões que são menos potentes. Hoje, a frota da TAP é composta por 99 aeronaves, sendo que “quase 100% da nossa frota de longo curso é operada por Neo” e “só os 3 aviões A330 200 é que não são Neo”, disse o diretor de vendas da TAP para Portugal e África.
“Quando olhamos para a frota de médio e longo curso, estamos a falar que quase 70% já é operada por aviões da família Neo. O objetivo é ter máximo conforto a bordo, com eficiência energética e reduzindo as emissões de CO2, portanto, gradualmente, vamos reduzindo as aeronaves mais antigas”.