Nuno Moreira dos ‘Montes de Charme’ olha para Avis como “um local cheio de coisas para descobrir”

Montes de Charme foi uma das unidades de alojamento que tivemos a oportunidade de visitar durante o périplo que fizemos pelo concelho de Avis, a convite da Câmara Municipal. Ali, falámos com um dos proprietários, Nuno Moreira, que nos contou como aconteceu este investimento e nos deu pormenores sobre as valências da unidade.
O Nuno não é do Alentejo mas foi a esta região que foi procurar uma casa para férias, preferencialmente um “monte” alentejano mas acabou por ser proprietário de uma unidade de turismo rural… Como é que aconteceu?
Nós encontrámos este monte por acaso e quando chegámos aqui apaixonámo-nos pelo sítio. Como no passado já aqui tinha existido uma unidade de alojamento turístico, decidimos que o iriamos manter aberto ao turismo até porque pensámos que era importante continuar a partilhar este local, que tem uma vista excecional e única, mantendo-o de portas abertas a todas as pessoas. Ao mesmo tempo, também conseguimos estar aqui a partilhar este local único.
Teve que fazer muitas alterações?
Felizmente não. Como o antigo proprietário já tinha feito algumas alterações para turismo, nós fizemos algumas melhorias mas não foram obras estruturais, o que foi uma mais-valia. Entre a compra e a abertura foi uma questão de meses em que se fizeram alguns trabalhos.


Como é que foi passar de turista para proprietário de uma unidade de turismo rural e como tal, oferecer produto ao turista?
Como nós gostamos muito de estar aqui, estamos a conhecer cada vez mais de Avis, que é um local de cheio de coisas para descobrir, desde os restaurantes de gastronomia regional aos pontos turísticos, isso faz com que passar de turista a promotor do turismo acabe por ser uma coisa natural.
Quando estamos aqui a conversar com as pessoas que nos visitam e a indicar o que devem visitar ou o que devem comer, fazemo-lo com muita sinceridade, do coração mesmo e acaba por ser uma experiência semelhante à que se tem quando se partilha uma experiência com amigos.
“Por outro lado, o inverno é uma época que pode ser aproveitada aqui no Alentejo para fazer o que não se consegue fazer no verão, especialmente quando está muito calor”
Qual é a oferta que têm em termos de acomodações?
Temos seis quartos, sendo que alguns podem levar três pessoas, portanto, podemos acomodar entre 12 a 16 pessoas. Para além disso, temos piscina, um jaccuzzi localizado por baixo de uma oliveira e como temos acesso direto à linha de água, à barragem, temos pranchas de sup, caiaques e canoas, para as pessoas poderem aproveitar estes desportos. Também temos bicicletas para passeios e oferecemos ainda passeios de barco e aulas de ski e de bakebord. As pessoas que estão connosco podem aproveitar simplesmente para descansar mas se quiseram um fim de semana mais ativo têm muito por onde escolher.
Também oferecemos pequeno almoço, que está sempre incluído no preço da estadia e temos também uma ementa de snaks para a hora de almoço ou para ir desfrutando durante o dia, à base de saladas, omeletas, tostas, pizas…. Além disso, também servimos jantar, temos sempre um prato por noite, que vai variando, por isso quem quiser jantar connosco pode fazê-lo mas para quem quiser jantar fora há uns restaurantes muito bons aqui na região, que recomendamos.


Qual é a ocupação que têm?
Nos meses de julho e agosto a ocupação é bastante elevada, estamos quase sempre cheios, pelo que convém reservar com alguma antecedência. Fora isso, de um modo geral, temos sempre capacidade disponível. Obviamente, as pessoas vêm mais durante as épocas das férias escolares, mas maio, junho, setembro e outubro são meses fantásticos, aliás temos dias muito bons nessas alturas, que dão para aproveitar a piscina e a barragem.
De inverno, a ocupação é bastante menor mas a verdade é que mesmo no inverno é muito agradável estar aqui no Alentejo, embora seja um registo diferente: temos uma sala com uma belíssima lareira onde se está muito bem e um firepit que colocamos no exterior nos finais da tarde, tornando muito agradável esses momentos. Por outro lado, o inverno é uma época que pode ser aproveitada aqui no Alentejo para fazer o que não se consegue fazer no verão, especialmente quando está muito calor.

Já vive aqui ou ainda está a viver fora?
Ainda vivo em Lisboa, ando muito para lá e para cá. Temos a nossa equipa que está cá em permanência e nós estamos cá sempre que podemos.
Entidades do concelho tem desenvolvido um trabalho de construção de produto
Qual é a sua opinião sobre o trabalho que a Câmara Municipal de Avis está a tentar fazer em termos de criar um produto turístico que integre as várias componentes do turismo, desde a hotelaria e a restauração até outros serviços?
Trata-se de um trabalho importante e agregador que, antes de tudo, permite que nos conheçamos uns aos outros e estabeleçamos parcerias. Através desta iniciativa da Câmara já conseguimos conhecer algumas empresas locais com que trabalhamos muito e, ao mesmo tempo, é um trabalho que também nos ajuda a divulgar o nosso produto. Avis é ainda pouco conhecido mesmo entre os portugueses, apesar de ser uma região muito bonita e o facto de haver mais divulgação ajuda a trazer mais pessoas.
O Nuno dizia há pouco que não vê os outros alojamentos como concorrência mas sim como um complemento da oferta que pode trazer mais turistas…
As unidades de alojamento turístico que existem aqui são todas relativamente pequenas, o que faz com que se estabeleçam sinergias – às vezes no verão ligam para mim e se eu não tenho alojamento indico outra unidade. Por outro lado, cada unidade tem o seu conceito e isso leva a que faça todo o sentido trabalharmos em conjunto.