Nuno Aleixo: “A Nortravel vai voltar a ter praticamente a oferta de que dispusemos em 2019 nos circuitos na Europa”

A retoma, em força, dos circuitos europeus e a operação charter para Dubrovnik à partida do Porto assegurando um shuttle à partida de Lisboa para a Invicta, são as grandes novidades da Nortravel para o verão de 2024. Mas há outras, fruto da parceria com outros operadores do Grupo Ávoris, como salientou Nuno Aleixo, diretor-geral da Nortravel, em conversa com o Turisver.
Começava por perguntar quais vão ser as grandes novidades que a Nortravel vai apresentar no próximo ano?
No próximo ano, e dando continuidade àquilo que temos feito em 2023, voltamos a reforçar o posicionamento nos circuitos europeus, tanto em produtos que não lançámos este ano, como a região do Benelux e do Vale do Reno – vamos excluir Paris porque em 2024 temos a dificuldade dos Jogos Olímpicos que torna tudo mais complexo – voltamos à Escandinávia com os Fiordes da Noruega, iremos fazer também alguns reaparecimentos com reestruturação do produto no Reino Unido, com Inglaterra e Gales e com o circuito da Escócia, e iremos manter toda a zona do Mediterrâneo com a Grécia e a Itália, ou seja, a Nortravel vai voltar a ter praticamente a oferta de que dispusemos em 2019 nos circuitos na Europa, que tanto nos caracterizam.
Obviamente que até 2019, principalmente de 2016 a 2019, um dos nossos destinos principais era a Croácia mas a falta de voos diretos de Portugal para este país e a situação de este ano a TAP ter deixado de voar para Zagreb, colocou-nos numa situação bastante complicada em termos da oferta de produto nesta zona da Europa, que é uma região com muita apetência para o mercado português na vertente cultural. Neste âmbito, a grande novidade para 2024, será o voo direto Porto-Dubrovnik que nos vai permitir fazer duas operações de circuitos, além de outros produtos, que será o Croácia-Eslovénia, através do qual conseguiremos cobrir praticamente toda a Croácia, incluindo Plitvice com o parque natural e vamos incluir Liubliana e o lago Bled, na Eslovénia. Este voo permite-nos voltar a ter um produto que sempre tivemos e que sempre foi um grande sucesso de vendas na Nortravel.
Nesse mesmo voo iremos oferecer um novo circuito que irá fazer a Bósnia-Herzegovina, o Montenegro e a Albânia, uma vez que o aeroporto de Dubrovnik situa-se praticamente colado tanto à Bósnia como ao Montenegro e como temos visto no mercado português, desde o ano passado a Albânia começou a ser um destino bastante procurado.
Estas são duas das novidades da Nortravel para 2024: a retoma em força dos circuitos europeus e o charter para Dubrovnik.
Já há datas para esta operação charter?
Sim, nós iremos começar a nossa operação de Dubrovnik a 23 de Junho e terminaremos na segunda semana de setembro, com voos aos domingos. O voo, devido às dificuldades operacionais de slots no aeroporto de Lisboa, será feito com partida do Porto. O que vamos garantir, para dar aos passageiros do sul a possibilidade de virem posicionar-se ao Porto, é um shuttle Lisboa-Porto, exclusivamente para este voo de Dubrovnik.
Uma das novidades da programação da Nortravel para 2024 é o circuito da Roménia com a Bulgária com chegada e partida de Burgas
Dentro da Europa há mais novidades?
Dentro da Europa, outra das novidades é que iremos ter, em parceira com a Travelplan, um operador do nosso grupo, é o destino Burgas, na Bulgária. Iremos ter 50 lugares por semana para podermos propor ao mercado um circuito da Roménia com a Bulgária, a começar e terminar em Burgas, onde visitaremos os principais atrativos da Bulgária, como a sua capital, Sofia, e também da Roménia, incluindo igualmente a capital, Bucareste.
Este é um circuito que vai retomar um pouco o que já tivemos em 2018, e estamos a falar de regiões que têm dificuldade em ter voos diretos de Portugal, pelo que esta mais-valia de a Travelplan apostar na costa búlgara, permite-nos propor uma viagem cultural através deste voo. A Travelplan vai propor essencialmente praias, enquanto a proposta da Nortravel é o circuito, com todas as características do produto que costumamos oferecer e em que estamos muito à vontade.
Fora da Europa, a Nortravel vai voltar a ter o produto Cabo Verde…
Vamos ter Cabo Verde, voltamos a ter os três voos do Porto. Mais uma vez, as dificuldades operacionais do aeroporto de Lisboa não nos permitem colocar oferta à partida de Lisboa para a ilha do Sal, mas iremos ter voos à partida do Porto para a ilha do Sal duas vezes por semana, e para a Boavista uma vez por semana. Vamos ter um voo para o Sal de 31 de maio até final 20 de setembro, às sextas-feiras, e para a Boavista desde 20 de junho a 12 de setembro, às quintas-feiras, e vamos reforçar a operação para o Sal com mais um voo nos meses de julho, agosto e setembro, com partidas às quintas-feiras à noite.
O circuito de Cabo Verde, que fazemos em voos TAP, vai ser reformulado porque mais de 90% dos passageiros que vão fazer férias a Cabo Verde vão para a ilha do Sal e para a ilha da Boavista mas nós vamos inovar e se este ano fizemos São Vicente e Santiago, em 2024 vamos introduzir a ilha do Fogo. Portanto, num circuito de oito dias vamos colocar quatro ilhas, com voos internos e algumas ligações de barco, e com uma noite passada na ilha do Fogo. Este é um tipo de circuito em que a Nortravel está também muito à vontade, até pela experiência que temos nas ilhas portuguesas, nomeadamente ao nível dos combinados nos Açores.
Este circuito será para a época de verão?
Vamos começar na Páscoa, vamos ter a primeira saída na primeira semana de abril. Aproveitando os feriados do 25 de abril e do 1 de maio, voltaremos a ter voos e iremos ter algumas partidas na primavera e seguimos até ao outono, porque o clima permite que nós possamos estender as operações para além do verão.
“Vamos continuar com a solução da TAP para a Madeira e vamos também posicionar-nos com a TAP para os Açores para onde habitualmente só tínhamos em exclusivo com a SATA mas consideramos que enquanto houver uma grande procura por outros mercados que têm tarifas médias de alojamento superiores à nossa, não é o timing para posicionarmos um produto em versão charter”
E o que é que está previsto para a Madeira e para os Açores 2024?
Vamos continuar com a solução da TAP para a Madeira e vamos também posicionar-nos com a TAP para os Açores para onde habitualmente só tínhamos em exclusivo com a SATA mas consideramos que enquanto houver uma grande procura por outros mercados que têm tarifas médias de alojamento superiores à nossa, não é o timing para posicionarmos um produto em versão charter.
Portanto, Madeira é com a TAP e Açores é também com a TAP?
E com a SATA, maioritariamente com a SATA.
Ainda no que se refere à Nortravel, vão ter ainda o Egito?
Correto. O Egito já sofreu algumas alterações devido às contingências do destino nos últimos tempos. Nós tínhamos a previsão de fazer em conjunto com várias cidades espanholas um avião com saída de Espanha e também complementar com turistas do Porto e de Lisboa e podermos fazer toda a primavera porque há uma grande procura por programas na área cultural. No entanto, devido à guerra no Médio Oriente adiámos para a época do outono, portanto, a operação está suspensa, a exemplo do que se passou com a Jordânia que também tínhamos previsto retomar na primavera de 2024 e tanto num caso como noutro os projetos estão adiados para o outono. Outro projeto que teve que ser adiado para o outono de 2024 devido à conjuntura mundial, foi o das operações em voo direto que tínhamos previsto lançar na primavera para a Turquia (Istambul, com possibilidade de fazer também Capadócia).
Circuito de oito dias em Cuba visitando Havana, Pinar del Rio, Cienfuegos, Trinidad, Santa Clara e Varadero
Em termos dos voos especiais, a Nortravel vai ficar por aqui?
A nível de voos especiais ficaremos por aqui, obviamente que também temos uma parceria forte com a Travelplan, aproveitando as sinergias dentro do grupo Ávoris e temos também uma parceria para Cuba com a Jolidey, onde fazemos um produto exclusivamente Nortravel utilizando o voo de Varadero que nos ajuda bastante a poder divulgar um pouco a característica cultural de um destino que, regra geral, as pessoas conhecem mais pelas praias.
Trata-se de um circuito de oito dias em que fazemos seis dias de visitas, fazendo Havana, Pinar del Rio, Cienfuegos, Trinidad, Santa Clara e Varadero e depois temos dois dias para as pessoas poderem descansar na praia antes de virem para Portugal. Damos também a oportunidade de fazer Cayo Largo no último dia, a partir de Varadero, mas regra geral as pessoas aproveitam esse dia para ficarem a descansar.
O circuito é com guia português?
É um circuito exclusivo com um guia cubano que fala português, e vamos fazê-lo a partir de dia 1 junho, coincidindo com a primeira operação para Varadero.
Circuitos que aproveitam a sinergia com a Travelplan e a Jolidey, há mais?
Para já temos a parceria com a Travelplan para Burgas e com a Jolidey para Varadero mas está nos nossos planos apresentar uma solução para o México mas a breve trecho. Usando a sinergia com a Jolidey para Cancun, teremos a possibilidade de apresentar uma solução para o México que tem uma vertente cultural muito forte e acreditamos que as pessoas vão ao México não só pela praia mas também pela cultura e isso estará brevemente no mercado, possivelmente não já para o verão de 2024 mas até 2025 será um produto que iremos lançar.
Há outra operação de que ainda não falei porque estamos à espera da confirmação do slot de Lisboa, ou da oportunidade de a companhia aérea voar para o Porto, que será Malta. Aliás há uma grande alteração na estrutura da Air Malta, como é conhecido a Air Malta vai ser encerrada no final de março e vai abrir como KM Malta Airlines
Com estas propostas, a oferta que vão colocar no mercado, nomeadamente a oferta com risco, é maior do que a deste ano?
É maior, principalmente a operação da Croácia que é a mais arrojada, a de maior dimensão de passageiros e de operação.
Há outra operação de que ainda não falei porque estamos à espera da confirmação do slot de Lisboa ou da oportunidade de a companhia aérea voar para o Porto, que será Malta. Há uma grande alteração na estrutura da Air Malta, como é conhecido a Air Malta vai ser encerrada no final de março e vai abrir como KM Malta Airlines e como se trata de uma companhia estatal não sabemos ainda se a nova companhia será lançada numa vertente charter ou numa vertente regular para Lisboa. Em 2023 tiveram dois voos para Lisboa em horários intermitentes devido à questão dos slots e estamos a aguardar.
Nós lançámos o charter para Malta no verão de 2023, tivemos uma taxa de operação um pouco superior a 80% mas lançámos bem as bases e estamos convictos de que 2024 poderá ser uma continuidade para melhorar esta operação e passarmos a uma linha positiva porque notámos que quando a operação acabou tivemos logo uma grande procura para 2024.
Agora que já falámos de 2024, perguntava se em 2023 a Nortravel atingiu os objetivos que estavam previstos?
Os objetivos a que nos propusemos, que eram de voltar a 2019, foram bastante ambiciosos e tenho que dizer que não atingimos esses objetivos mas o ano de 2023 foi bastante positivo. Propusemo-nos voltar aos números de 2019 mas em cenários completamente diferentes – apercebemo-nos disso logo na altura da contratação -, com muitos hotéis a não quererem ceder quartos para grupos. Nós sempre privilegiámos os hotéis de quatro estrelas mais centrais e hoje esses hotéis têm uma postura diferente. Por outro lado, o número de lugares que as companhias aéreas disponibilizam para a Europa já não é o mesmo que era em 2019, portanto, mudou tudo e voltar a ser um ano como 2019 ou 2018 será impossível.
A nossa previsão foi muito arrojada mas ficámos muito felizes por termos conseguido atingir as rentabilidades a que nos tínhamos proposto e dar resultados à casa-mãe que é o mais importante.