Nos circuitos europeus “a Nortravel está a consolidar toda a programação que tinha até à pandemia”, afirma Nuno Aleixo

Os circuitos europeus sempre foram uma forte aposta da Nortravel e assim vai continuar a ser em 2025, ano em que o operador volta a programar mais alguns itinerários que tinha até 2019 e que foram interrompidos pela pandemia, como avançou ao Turisver o diretor-geral da Nortravel, Nuno Aleixo, numa entrevista que dividimos em várias partes.
Em relação aos circuitos que têm por base lugares em firme, ou seja, que têm voos garantidos, qual vai ser a oferta da Nortravel?
Fruto de uma relação de mais de 20 anos, nos voos para a Europa temos tido sempre uma posição com a TAP, muito vantajosa para ambas as empresas, que tem sido a questão dos allotments. Já antes da pandemia a TAP estava a encaminhar-nos para os allotments, ou seja, para assumirmos responsabilidades nos lugares que nos são atribuídos. Isso tem vindo a aumentar, e em 2025 o aumento será ainda maior. É o que se passa, por exemplo, nos voos para o Funchal na época da Festa da Flor, onde a responsabilidade é muito grande para a tour operação e também em períodos muito fortes do Brasil e de Cabo Verde também, onde essa responsabilização é muito grande.
Para a Europa existem algumas rotas onde temos que assumir responsabilidade imediata, como é o caso de Itália que celebra em 2025 o Ano Jubileu, e que por isso é um dos destinos onde há uma procura muito grande e há uma pressão muito grande nas rotas da TAP, fruto também de outros mercados que a TAP alimenta, e obviamente que a tour operação tem que assumir aqui várias responsabilidades.
Portanto, para toda a Europa, nós continuamos a sustentar muito a nossa programação na TAP, mas tivemos que assumir também responsabilidades para o Báltico com a Air Baltic. Portanto, há uma série de situações em que nós passámos a ter, nos últimos anos, mais responsabilidade na tour operação. Ou seja, globalmente, temos responsabilidade em todos os nossos destinos da Europa, nuns maiores, noutros menores, mas todos eles têm responsabilização de lugares.
Nortravel volta a programar “França História e Tradição” e “Floresta Negra”
Falando dos circuitos europeus quais são as novidades para este ano?
Em relação à Europa, nós temos hoje programação de 4 dias, que são os minicircuitos e temos a Europa de 7 ou 8 dias. Temos vindo a reforçar muito a nossa posição na Europa com programas de 4 dias, porque os clientes começam a querer fazer viagens mais curtas, para poderem conhecer uma região de forma mais aprofundada mas as viagens de 7 ou 8 dias continuam a ser uma forte aposta.
Para 2025, retomamos dois circuitos que sempre tivemos até 2019 e que ainda não tínhamos retomado, que é o “França História e Tradição”, onde fazemos toda a região de Mont Saint-Michel, a região norte de França que é muito atrativa. Voltamos também a programar a região da Floresta Negra, que depois percorre a região sul da Alemanha e a zona da Áustria, com o Tirol e com Viena.
Estes dois produtos já os tínhamos no passado, portanto, a Nortravel está a consolidar toda a programação que tinha até à pandemia.
No caso do “França História e Tradição” entram e saem por onde?
Nós entramos e saímos por Paris, mas nunca dormimos na região de Paris. Vamos voar com a TAP para Orly – um dos destinos que tem uma pressão muito grande no voo da TAP – e seguimos logo para a região que iremos visitar.
E isto é um “one shot” ou tem rotação?
Vai ser “one shot”, não vai ser rotativo, vamos fazer datas isoladas. Temos alguns produtos, como a Croácia, as 4 Capitais da Europa Central, a Côte d’Azur, que são rotativos mas neste caso, como se trata da retoma de um produto, optamos por fazer menos saídas e datas mais fixas, onde o guia vai e vem com os passageiros no avião.
Vai acontecer o mesmo com a Áustria?
Correto. Nós temos cerca de seis partidas para 2025 e vai ser continuado. Isto tem que amadurecer mais e em 2026, possivelmente, entraremos mais nesse ritmo.
Também há duas novidades em relação aos minicircuitos, que são o Salzburgo e o Gales e Liverpool…
No Gales e Liverpool voaremos para Manchester no voo da TAP, que é um dos voos que mais usamos para fazer o nosso circuito da Escócia, e agora também optamos por fazer apenas três noites na região de Liverpool, a partir de onde visitaremos Gales que tem as suas características. Em termos de Reino Unido, as pessoas pensam sempre mais em Londres e a verdade é que há muito mais atrativos e nós vemos isso pelo sucesso que tem feito o nosso circuito da Escócia e quando nós tínhamos o Inglaterra, Escócia e País de Gales. Portanto, agora as pessoas podem fazer só três noites num minicircuito nessa região.
O Salzburgo, a partir do momento em que temos os voos para Munique, a temos a possibilidade de fazer o Tirol.
“(…I iremos voar com a Ibéria e vamos utilizar quatro aeroportos nessa região dos Balcãs, pelo que vamos conseguir entrar pelo Norte e sair pelo Sul. No caso da Croácia com a Eslovénia vamos voar via Madrid para Zagreb e, no regresso, sairemos de Dubrovnik, também via Madrid e sempre com a possibilidade de sair do Porto ou de Lisboa”
Aparte as novidades, o que é que destacava mais na vossa programação para este ano na Europa?
Uma das coisas que nós queríamos destacar e que vem consolidar aquilo que nós fizemos em 2024, tem a ver com a região dos Balcãs. Em 2024 a Nortravel fez o charter para Dubrovnik e a partir de Dubrovnik tínhamos dois produtos: o Croácia com a Eslovénia que foi sempre um best-seller, e um produto que lançámos que foi o Bósnia, Montenegro e Albânia, que foi um sucesso muito grande. Houve alguns problemas estruturais devido às estradas e ao facto de serem três países fora da União Europeia e houve algumas contingências que nós ultrapassámos.
Embora este ano não tenhamos o charter para Dubrovnik, vamos consolidar a posição que tinhamos, porque iremos voar com a Iberia e vamos utilizar quatro aeroportos nessa região dos Balcãs, pelo que vamos conseguir entrar pelo Norte e sair pelo Sul. No caso da Croácia com a Eslovénia vamos voar via Madrid para Zagreb e, no regresso, sairemos de Dubrovnik, também via Madrid e sempre com a possibilidade de sair do Porto ou de Lisboa porque a Iberia nos dá as duas possibilidades. Portanto, vamos melhorar em muito o produto, com menos quilómetros na estrada e a possibilidade de sair das duas cidades portuguesas.
Em relação à Albânia, Bósnia e Montenegro, iremos voar para Split e, a partir dali vamos dormir a Mostar que já era o que tínhamos previsto para depois começamos a descer. Depois de visitarmos Sarajevo começamos a baixar para Montenegro até terminarmos em Tirana, com a vantagem de fazermos um voo direto de Tirana a Madrid e Madrid-Portugal. Vamos melhorar em muito produto, não vamos aumentar a disponibilidade de lugares porque uma coisa é ter um charter outra coisa é ter voos regulares onde as companhias muitas vezes não nos conseguem dar mais que 40 lugares por cada operação, mas vamos melhorar o produto e vamos estar muito mais seguros na operação.
Uma das grandes mensagens que queremos passar tem precisamente a ver com esta região dos Balcãs em que vamos continuar a aposta que sempre tivemos.
Outra coisa a que queremos também dar um destaque para 2025 em relação à Europa é a Itália. A Itália está com uma pressão turística muito elevada, com o Ano Jubileu, com as dificuldades que existem para circular autocarros dentro das cidades. Nós vamos ter uma operação mais curta em Itália, fruto também das várias dificuldades que existem, a começar nos alojamentos. Estamos a reforçar noutras posições da Europa porque na Itália não vamos conseguir ter a oferta que gostaríamos de ter em 2025.