Nortravel tem milhares de lugares para as ilhas portuguesas e aposta em charters para a Madeira

A Madeira em charter é uma das novidades que apresenta a programação de verão da Nortravel. O Turisver falou com Nuno Aleixo, diretor-geral do operador para saber como estão as vendas para esta operação, mas também para os Açores, destino para onde a Nortravel apresenta também uma vasta oferta.

A Nortravel apresenta este ano uma novidade em matéria de voos charter que é a ilha da Madeira. Como é que esta operação está delineada?

É verdade, um dos destinos em charter que é novidade na Nortravel, é a ilha da Madeira. Temos os voos com a Enter Air à saída do Porto, a partir do dia 12 de julho, duas vezes por semana, às quartas feiras e aos domingos, o que nos permite dar aos clientes a possibilidade de fazerem estadas de três, quatro ou sete noites. Isto possibilita uma grande flexibilidade para a escolha dos clientes.

As dificuldades desta operação não residem tanto na procura pelo destino, mas na parte da hotelaria da ilha.

Quando fala em dificuldades com a hotelaria, está a referir-se à garantia de camas ou ao aumento dos preços?

Às duas situações, primeiramente aos preços mas também temos situações em que os hoteleiros não querem dar garantia de alojamento porque as operações internacionais estão a ser muito alargadas chegando aos 12 meses do ano, enquanto nós temos uma operação charter com alguma dimensão mas apenas de dois meses. Isto leva a que os hoteleiros estejam a privilegiar estas operações internacionais.

Mesmo a Nortravel fazendo parte de um grande grupo de distribuição como é o grupo Ávoris, que até tem unidades hoteleiras na Madeira [Hotéis Barceló], temos tido um problema muito grande e fizemos um esforço para que tudo corra bem.

É verdade que já conseguimos garantir os quartos necessários para os clientes que viajem no nosso charter durante o próximo verão, mas foi de facto muito difícil. Depois, claro, há a questão do preço do alojamento que vai inflacionar o preço do pacote e estamos com algum receio que, mais próximo das datas de partida, as vendas possam quebrar um pouco.

A operação charter para a Madeira é constituída dando várias opções aos clientes. Como é exatamente a programação?

Na Madeira propomos três tipos de produtos, em função dos períodos de estadia distintos dos clientes: períodos de três noites, saindo ao domingo e regressando à quarta feira; períodos de quatro noites, partindo à quarta e regressando ao domingo; e períodos de sete noites, saindo à quarta feira e regressando à quarta, ou partindo ao domingo e regressando ao domingo.

Em termos do produto circuitos, que é aquele que mais nos caracteriza na ilha da Madeira, nós propomos dois. Temos um circuito para um pacote de alojamento de três noites, que sai ao domingo e regressa à quarta feira e temos um de quatro noites que vai à quarta feira e regressa no domingo.

Para além desses produtos temos as estadas normais que estão a ter muita procura e temos um produto inovador este ano que é o ‘fly and drive’, em que o cliente reserva um pacote com o número de noites que pretende e tem o carro garantido, mas porque o preço é fixo o cliente não poderá escolher a viatura. O cliente chega ao aeroporto é-lhe atribuído o carro e começa a sua visita à ilha.

Como é que estão estes voos especiais para a Madeira em termos de ocupação?

As vendas têm sido lentas, nada que não prevíssemos porque na rota Porto-Funchal existem os voos da TAP, da Ryanair e da easyJet, o que significa que enquanto estas companhias não tiverem tarifas médias mais elevadas com bagagem incluída nós estamos “fora” do mercado. Ainda assim, já ultrapassámos neste momento os 25% de ocupação média por voo.

A comprovar o que disse está o facto de, neste mês de abril, termos já crescido bastante em vendas e acreditamos que daqui para a frente a procura vai continuar a crescer.

Aumento de preço dos serviços turísticos e alojamento nos Açores ultrapassou os 15% num ano

Não sendo em voos charter a Nortravel tem uma ampla oferta de circuitos para as ilhas dos Açores. A procura está ao nível de outros anos?

Para os Açores, temos uma programação que passa por apresentarmos ao mercado sete circuitos semanais. A nossa aposta é a de este ano ultrapassarmos os 12.000 clientes a fazerem circuitos nos Açores, no entanto também estamos a sentir que a região, que já apresentou alguma escassez de alojamento em anos anteriores na época alta, está a inflacionar os preços.

O preço do alojamento está muito elevado. Para que se tenha uma ideia, de 2019 para 2023 estamos a falar de aumentos na ordem dos 30%, que se refletem no preço do pacote que turístico que colocamos no mercado. Só do ano passado para este ano, os aumentos nos preços da hotelaria e dos serviços turísticos no arquipélago são superiores a 15%.

O que tememos é que esta situação de grandes aumentos preços em pouco espaço de tempo possa ditar uma perda de competitividade do destino Açores em Portugal Continental e que possa influenciar a procura pelo nosso produto, em especial nas primeiras semanas e no fim das operações.

Sabemos que o destino está com uma grande procura por parte dos mercados internacionais, e por isso os players locais estão muito tranquilos com o nível de preço médio que estão a aplicar, mas isso está a levar a que os preços sejam proibitivos para alguns continentais que gostariam de passar as suas férias nos Açores.

 A operação aérea para os Açores é feita à partida de Lisboa e do Porto, maioritariamente em voos da SATA, mas também com a TAP desde Lisboa, até porque como é conhecido a TAP deixou de voar entre o Porto e Ponta Delgada, o que nos levou a reforçar os voos na companhia açoriana.  

Na segunda parte da entrevista com Nuno Aleixo, diretor-geral da Nortravel, poderá ler entre outros temas:

• As novidades da programação charter da Nortravel
• A retoma dos circuitos Europeus
• Os cruzeiros Nortravel