Natal: Onde entre o naturalmente belo nasceu o Brasil
Não tem apenas um mar cheio de vários tons de azul, praias que aparecem no topo de qualquer lista das mais belas do mundo, e um constante sol. Tem também intermináveis e desafiantes dunas, mangais e coqueirais, lagoas e cidades que contam histórias da História e da cultura brasileira, o cheiro doce das mangas, do açaí e da goiaba… E muita diversão. Com ou sem “emoção”.
Texto e fotos Fernando Borges
Fica no “calcanhar do Brasil”, o ponto mais próximo de África. E diz a NASA que aqui existe o ar mais puro das Américas. Também se diz que goza do maior número de dias de sol ao ano de todo o mundo, que tem as águas mais limpas e temperadas do hemisfério sul e as praias mais extensas que se podem imaginar. E foi para confirmar tudo isto que aceitámos o convite da Soltrópico para ir com um grupo de agentes de viagens ao encontro de um dos mais desejados destinos turísticos do Brasil, ao Rio Grande do Norte, onde Natal e Pipa aparecem como os seus principais e mais apelativos postais ilustrados.
E não foram necessários muitos minutos para descobrir nesta terra também conhecida por terra dos “potiguaris”, que na língua nativa significa “comedores de camarão” – que também é o lugar onde os historiadores dizem ter nascido a nação brasileira, um nascimento apadrinhado pelo navegador, cartógrafo, escritor e comerciante florentino Américo Vespúcio e pelo português André Gonçalves, que ali chegaram à frente de uma frota de naus enviadas pela coroa portuguesa de D. Manuel I -, que tudo o que dela dizem é uma pura verdade.
Como testemunho histórico da chegada dos portugueses, na boca do rio Potanguí, lá está a fortaleza em formato de estrela mandada erguer pelo rei de Espanha e de Portugal, Filipe II, no século XV, para depois se abrir a uma orla marítima onde nasceu e foi crescendo a cidade de Natal sobre um leito de areia. E lá estão, também, velhas igrejas, outros testemunhos históricos dessa chegada e do povoamento desta região de “Terras de Vera Cruz” onde Pedro Álvares Cabral já tinha chegado em 1500. Mas isto é parte da História…
Prazeres entre dunas e mais uma praia
Passaram-se desde então muitos séculos. E com eles foram chegando outros “descobridores” para se encontrarem com o mesmo azul do mar, com as dunas de areias finas e brancas que se juntam para se moverem ao sabor de ventos misteriosos num jogo vivo e palpitante, por vezes protegidas por uma luxuriante selva que se entrega ao Atlântico, outras vezes para se estenderem por intermináveis praias ou para caírem dramaticamente nas águas desse mesmo Atlântico, como acontece em Garipabú, a “duna que beija o mar” como muitos “potiguari” lhe chamam carinhosamente.
É neste litoral que se ergue a cidade de Natal, a capital de um estado que continua na sua imparável caminhada como destino turístico, mas que virou as costas ao centro histórico, marcado pelos edifícios do Teatro Alberto Maranhão, da capitania das Artes e pela Catedral Antiga, ou da Nossa Senhora da Apresentação, e por um ou outro edifício da era colonial.
Na realidade, Natal nasceu e cresceu para oferecer outros encantos e outras experiências, quase todas elas vividas ao longo da Avenida Via Costeira, o “calçadão” da cidade sempre com vista para o Morro do Careca, o mais conhecido postal ilustrado da cidade, para seguir à beira mar e pelas praias por onde se perfilam restaurantes, esplanadas de praia, “botecos” e hotéis para todos os gostos. Como o Majestic Natal, um dos mais clássicos e elegantes da cidade, o Ocean Palace, o Praia Mar Convention, o Wish Natal ou o Serhs Natal Grand Hotel, com a sua Imperial Suite, idealizada e moldada para os hóspedes que procuram uma experiência realmente exclusiva, diferenciada e única. Para esse “excecional” conta com uma ampla varanda com infinity pool, cascata, hidromassagem, solarium e um infinity garden, proporcionando uma vista exclusiva sobre o mar, a praia de Ponta Negra e o Morro Careca, a sua mais dourada coroa.
Mas Natal é, sobretudo, o que se vive ao longo das areias da Via Costeira, dos quilómetros e quilómetros de ininterruptas praias que vão desde a Praia do Artista à de Ponta Negra. Ou o que num jeep 4×4, ou num omnipresente buggy, vai sendo descoberto entre passeios tranquilos e outros em que a adrenalina é uma companhia, como Genipabú, uma paisagem cheia de magia feita de dunas, também elas cenário para “surfistas” que vertiginosamente as percorrem sentados nas suas tábuas, no melhor estilo “esquibunda”, ou em estilo “aerobunda”, enquanto um pouco mais abaixo há sempre mais uma praia, como a de Maracajaú, o lugar preferido para os amantes do mergulho entre recifes de coral.
Descobertas e encontros com ou sem “emoção”
Ali ao lado, há mais uma praia, bem perto do Marco 0 da BR101, uma estrada também conhecida por Litorânea, que sempre seguindo o litoral brasileiro liga, ao longo de quase 5.000 quilómetros, Touros, no Rio Grande do Norte, a São José do Norte no Rio Grande do Sul, passando por João Pessoa, Recife, Maceió, Maracaju, Salvador da Baía, Rio de Janeiro e São Paulo. É a praia da Ponta do Calcanhar, marcada pelo mais alto farol da América, nos seus 65 metros, para logo a seguir aparecer a praia de Touros, o lugar exato onde dizem ter nascido o Brasil. E foi este o lugar escolhido pelo grupo hoteleiro português Vila Galé para ter um dos seus 11 resorts em terras brasileiras, um all inclusive inserido na natureza que oferece 514 quartos, entre standard, familiares, suítes e bungalows, piscinas, o obrigatório Satsanga Spa, um Clube Nep, o espaço dedicado às crianças, seis restaurantes e dois bares, para além de toda as referências de qualidade que são reconhecidas como sendo uma das imagens de marca do grupo.
E o Vila Galé Touros pode ser igualmente o ponto de partida para se continuar à descoberta de muitos outros lugares fascinantes desta região do Rio Grande do Norte, assim como para se vivenciar muitas outras experiências que marcarão a nossa memória, como refrescar o corpo nas águas da Lagoa de Jacumã ou conhecer a bonita vila de São Miguel do Gostoso, até nos encontramos em Pirangí com o maior cajueiro do mundo, cuja copa se estende por cerca de nove mil metros quadrados, o equivalente a um campo de futebol, um fenómeno genético que se percorre entre ramos velhos e retorcidos pelo passar dos seus 136 anos e que chegam a dar 70.000 frutos por ano, ou se preferirem cerca de 2.000 toneladas de caju.
Mas há sempre algo mais que nos espera para nos surpreender, como os passeios de jangada pelas águas da lagoa dos Coqueiros de Maracajaú e pelos “parrachos”, piscinas naturais que são um constante convite a um mergulho, para mais alguns momentos de adrenalina quando a opção é voltar a praticar “esquibunda”, desta vez pelas dunas que cercam a Lagoa de Jacumã, ou ainda ficar sentado nas areias da Praia de Tourinhos à espera que o pôr-do-sol chegue nas suas tonalidades laranja, lilás e vermelho.
Sim, tudo isto pode parecer fazer parte do roteiro de um filme onde a fantasia se mistura com os mais belos predicados da natureza. Mas não, esta é uma realidade que espera para ser sentida. Assim como o é o que nos espera ali ao lado, em Pipa.
O Turisver viajou para Natal e Pipa a convite da Soltrópico