Na Gomes Alves Viagens já se vende bem para o fim de ano “principalmente para Maceió e Natal à partida do Porto”
Alberta Gomes Alves é sócia-gerente da Agência Gomes Alves Viagens em Guimarães e Vizela, juntamente com o marido Gilberto Martins. O Turisver.pt esteve à conversa com ambos para um balanço do primeiro semestre de 2024 nas suas agências, num ano em que as ilhas espanholas tiveram uma “grande quebra”, essencialmente pelos preços apresentados.
O período de pré-vendas foi considerado muito bom para a maioria das agências de viagens. Mas, entretanto, algumas agências sentiram uma quebra nas vendas com o aproximar do verão. Também sentiram isso?
Sim, também. As pessoas já estão habituadas a comprar nas vendas antecipadas. Primeiro pelo preço que é mais apetecível, depois pela disponibilidade que existe em termos de oferta de hotéis melhores, com os melhores preços. Em janeiro nós já começámos a vender, até março, abril. Depois a partir de finais de maio começou a abrandar, tivemos uma quebra mas pensamos ser normal, porque há pessoas que ainda não conseguem ter datas marcadas para as férias, e outras ainda não têm dinheiro disponível para as comprar.
Mas depois chegou o mês de junho, que foi muito bom para nós, aliás quando começa a aparecer o sol as pessoas começam a pensar em férias e voltam por isso tivemos muitas marcações.
O problema é que nessa altura a disponibilidade de hotéis é menor e só existem alojamentos mais caros e nem sempre tão bons. Ou seja, o produto começa a ser escasso, o que é normal e ainda bem para os operadores. E então quando chega a julho não há produto para vender, tem de ser pacotes à medida e aí é tudo muito caro.
Mas ainda assim os clientes compram ou desistem?
Compram sim, mas se calhar vão por menos dias, porque se torna mais caro. Temos de ajustar consoante o “budget” disponível de cada cliente.
“Estamos acima do ano passado. Talvez uns 15%”
Em relação às vendas até agora, estão acima ou abaixo das do ano passado?
Estamos acima do ano passado. Talvez uns 15%. Mas também temos de ter em atenção que os preços subiram muito este ano. Portanto, eu diria que aumentámos o volume de vendas.
Nas viagens de produto charter, a procura por destinos de longo curso, como as Caraíbas, teve mais procura este ano?
Sim, principalmente os Cayos, que nas vendas antecipadas estavam com um preço muito bom. Por exemplo, tínhamos pacotes com o preço de 1.400 euros por pessoa em agosto.
E nas viagens de curta distância quais foram os destinos que se destacaram?
Antigamente vendíamos muito bem Maiorca, mas este ano os preços estavam muito altos. Vendemos sempre qualquer coisa para as ilhas espanholas em especial Palma de Maiorca que até tinha um charter, mas os valores eram altíssimos. Depois, Tenerife as pessoas não gostam muito, porque querem ir à praia e nós sabemos como são as praias por lá.
Vendemos muito bem Itália, em especial Puglia, Creta (Grécia), aqueles destinos que os clientes sabem que vão apanhar bom tempo.
E Tunísia e Marrocos, venderam?
Não, muito pouco. Os nossos clientes são de classe média-alta, não procuram destinos como Saïdia ou Agadir
Ilhas espanholas com menos procura devido ao preço alto
E houve assim algum destino que sentisse uma queda este ano em relação ao ano passado?
Bem, penso que as ilhas espanholas. Tirando Ibiza, que manteve um preço não muito alto. Sentimos uma quebra muito grande. Antigamente as pessoas optavam muito por aquele destino, porque a praia e o preço eram bons, mas agora é muito caro e, portanto, optam por conhecer Puglia, Sardenha, que embora não seja barato são destinos diferentes.
Nas viagens em voos regulares, quais foram os destinos com maior procura?
Vendemos alguma coisa no Brasil, Havaí, Estados Unidos da América, por exemplo, alguma procura para fazerem um combinado de Bahamas com Miami, ou um cruzeiro, irem até Miami e apanharem um cruzeiro da Royal Caribbean ou outra companhia.
Tivemos muitas pessoas a optarem pela Ásia, como o Vietname. Estes são aqueles clientes que pedem destinos diferentes, que já conhecem bem o mundo e, portanto, querem conhecer outros países.
“Penso que as pessoas não veem o Brasil como um destino de verão, mas sim como de inverno”
Por falar em Brasil… é um destino que já teve os seus tempos áureos no mercado português, mas que acabou por cair. Pensa que poderá recuperar?
Penso que as pessoas não veem o Brasil como um destino de verão, mas sim como destino de inverno. Portanto, já vendi bastante para o final de ano. Para Salvador não tanto, porque é à partida de Lisboa, mas para Maceió e Natal à partida do Porto. Aliás, eu acho que o charter para Maceió já está a esgotar.
Quando os pacotes de fim de ano começaram a sair, enviámos logos aos nossos clientes habituais, que escolhem sempre o Brasil para a passagem do ano. E já vendemos bastante, principalmente para Maceió e Natal, que é um destino muito procurado aqui no Norte.
E “dores de cabeça” este verão tiveram muitas?
Penso que os clientes estão um bocadinho mais exigentes e depois a outra dor de cabeça são as agências de viagens que fazem descontos tão grandes que quase oferecem as férias.
Já estão a vender viagens para o próximo ano?
Sim, temos clientes habituais que já estão à procura, por exemplo para Salvador (Brasil), na altura da Páscoa e como são viagens em voos regulares convém marcar com bastante antecedência.