Ministro da Economia fez “radiografia” às vantagens e desafios do setor na VII Cimeira do Turismo
“O turismo é um ativo enorme da economia portuguesa”, afirmou o ministro da Economia, Pedro Reis, na VII Cimeira do Turismo Português, que decorreu em Mafra na sexta-feira, 27 de setembro, Dia Mundial do Turismo, onde falou das vantagens e dos desafios específicos que se colocam ao setor.
O governante considerou o turismo “fundamental” para a economia, uma vez que os seus resultados vão além da própria atividade turística, impactando, pela transversalidade que o caracteriza, em várias atividades económicas.
É também, disse, uma atividade com vantagens específicas que passam pela qualidade sua proposta de valor integrada, mas também porque atrai talento, integra o Valor Acrescentado nacional quase em pleno, tem um impacto transversal na economia e faz “a ponte” entre o nacional e o internacional.
Mas o turismo tem também desafios específicos, principalmente num momento em que a massificação dos destinos turísticos está na ordem do dia, particularmente na Europa. A situação não foi escamoteada pelo ministro da Economia que considerou que a questão “está aí” e além de ter que ser ponderada tem que ser trabalhada para que aquilo que hoje é uma reação não venha a transformar-se em rejeição: “Estamos na fase da reação e a maneira como o setor o souber comunicar, ditará se passamos à rejeição ou à normalização”, afirmou.
Outro desafio tem a ver com a qualificação e requalificação da oferta, bem como a qualificação do património – pontos que considerou essenciais para a descentralização do turismo e a debelação da sazonalidade.
Para conseguir tais desideratos é também necessária a construção de novos destinos e a aposta na qualidade e na diferenciação, o que só é possível apostando, por um lado, na formação e qualificação profissional e na retenção de talento, para o que considerou primordial que o setor pague melhores salários; e, por outro, através da aposta e novas rotas e ligações aéreas para mercados de maior valor acrescentado: “Não é possível construir uma política de qualificação para o sector sem o oxigénio trazido pelas rotas aéreas”, defendeu o governante.
Outro dos desafios específicos enumerados foi o da criação de uma plataforma de eventos internacionais, para o que o caminho está já meio andado: “Já temos infraestruturas, já temos competências, no entanto, precisamos de continuar a desenvolver recursos para tal”, afirmou. Somam-se, ainda, os desafios da sustentabilidade, da transição digital e da cultura.
Para Pedro Reis, o crescimento económico faz-se através das empresas privadas e para isso é necessário apostar numa fiscalidade mais baixa e na agilização de processos como o licenciamento, essencial para atrair mais investimento estrangeiro.