Ministro da Economia está “muito sensibilizado para a importância do turismo”, garante Rita Marques
Em declarações à margem do Congresso da ADHP, Rita Marques reafirmou que na sua nova pasta vai multiplicar-se e não dividir-se e esclareceu que o turismo continua a ser encarado como vital para a economia, tanto no âmbito da nova Secretaria de Estado como no do novo Ministério.
O documento que serviu de base ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), elaborado pelo atual ministro da Economia e do Mar, António Costa e Silva, praticamente omite o turismo. Na abertura do congresso da ADHP, o presidente da Associação, Raúl Ribeiro Ferreira fez notar isso mesmo e mostrou-se preocupado. À margem do evento, o Turisver quis saber da secretária de Estado se uma das suas incumbências seria a sensibilização do ministro para uma área tão importante como é o turismo e que neste momento ainda está necessitada de apoios. Respondendo a esta questão, Rita Marques começou por admitir que “de facto, o PRR teria outras áreas mais desenvolvidas mas ainda assim tentámos ultrapassar isso criando o Plano “Reativar Turismo”. A propósito lembrou que “fomos um dos poucos países da União Europeia a criar um plano específico para o turismo, de seis mil milhões de euros, que é hoje importante executar e uma das minhas missões passa pela execução desse plano”.
Deixou ainda uma segunda nota, ao dizer que “creio que o senhor ministro da Economia estará muito sensibilizado para a importância do turismo, até porque tem uma Secretaria de Estado que é do Turismo, do Comércio e dos Serviços”.
Respondendo aos jornalistas, Rita Marques deixou claro que “não nos podemos esquecer que o turismo é um motor fundamental da nossa economia e nessa perspetiva não conseguirei dividir-me, tenho que multiplicar-me e dar toda a atenção que o setor merece e que me mereceu durante estes dois anos, e tenho que abraçar também os sectores do Comércio e dos serviços, trabalhando com as respetivas Confederações, com as Associação e também com os sindicatos”.
A importância do turismo está no seu peso na economia e no trabalho
Questionada sobre a ideia de que, com a nova Secretaria de Estado tripartida, teria havido uma tentativa de desvalorizar o turismo, Rita Marques afirma que não o entende assim. “Tendo sido titular de uma pasta importante como é a do Turismo que representa 9% do VAB e representava 400 mil trabalhadores antes da pandemia e que tinha uma dinâmica bem conhecida e ajudava a atrair investimento estrangeiro – é preciso não esquecer que o turismo alavanca a Marca Portugal – não posso entender assim”, assegurou.
Afirmando não lhe competir comentar as opções políticas do primeiro-ministro mas apenas executá-las, assumiu que tudo irá fazer de forma a “assegurar que dentro em breve, para além do Turismo, teremos também o Comércio e o Turismo como motores da nossa economia”.
Quando à possibilidade de existirem sinergias entre o turismo, o comércio e os serviços, a governante começou por recordar que “o setor do turismo representava 50% das prestações de serviços em Portugal em 2019”, pelo que “já tinha um contributo muito relevante para as exportações dos serviços”. Por isso, acrescentou que “há sinergias” e que estas têm que ser exploradas.
“Estou confiante que a boa dinâmica que encontrávamos quer no setor do turismo, quer no comércio e serviços serão úteis para os setores. Há aqui um cruzamento de saberes que só pode ser multiplicador. É justamente esse o objetivo que tenho, multiplicar e não dividir”, assegurou.
Sobre as metas para este ano de Portugal conseguir 85% das receitas turísticas de 2019, a governante esclareceu que “quando lançamos o Programa “Reativar Turismo”, com uma dotação de seis mil milhões de euros, fixámos esse objetivo e, a esta data, continuamos a acreditar que essa meta é materialmente possível e estamos a apostar para 80% a 85% das receitas turísticas de 2019 no final de 2022”, até porque, sublinhou, “o primeiro trimestre deste ano fechou com resultados interessantes”.


