Ministério do Turismo só interessa se integrar outras áreas vitais para o setor, considera o presidente da AHP
A ideia de um Ministério para o Turismo tem vindo a ser defendida pela Confederação do Turismo de Portugal em que se integra a Associação da Hotelaria de Portugal, ainda assim o presidente da AHP, Bernardo Trindade, considera que a existência de um Ministério do Turismo só será importante se o mesmo integrar outras áreas de importância para o setor.
Como é conhecido, o presidente da Associação da Hotelaria de Portugal, Bernardo Trindade, foi secretário de Estado do Turismo entre 2005 e 2011. Foi pela sua experiencia governativa que lhe foi pedido que desse a sua opinião sobre a importância, ou não, de ter um Ministério do Turismo e se o simples fato de ele existir na orgânica governativa poderia ajudar a resolver problemas como o do novo aeroporto de Lisboa. Um tema sobre o qual o presidente da AHP foi categórico ao afirmar que “ministro do turismo só, tem interesse no dia da tomada de posse, não tem rigorosamente mais nenhum interesse”.
No entanto, acrescentou, “se, juntamente com o turismo, nós podermos integrar áreas que são absolutamente vitais para a consolidação do setor – do ponto de vista da procura, a questão dos transportes, do ponto de vista da oferta, por exemplo, a área da cultura”, sendo que esta conjugação poderá “ser interessante”.
Questionado sobre os temas que considera fundamentais que o novo governo trate, Bernardo Trindade começou por dizer que “instabilidade política não rima com confiança para viajar. Ainda assim uma das causas que de alguma maneira caracterizam o turismo é ter conseguido, ao longo da história em democracia, nunca ter havido ninguém com a responsabilidade de tutelar o setor que fosse totalmente disruptivo”, ou seja, “tem havido uma continuidade de políticas e isso tem sido muito positivo”. A propósito disse que nos almoços promovidos pela CTP com os dois líderes partidários com possibilidade de serem primeiro-ministro, isso foi reforçado
Sobre os temas, em concreto, enunciou “a continuidade de politicas” em termos de questões como os encargos financeiros”, nomeadamente o papel das instituições públicas no apoio ao setor; a questão da imigração e, claro, a urgência de uma decisão relativamente ao aeroporto, questão que impacta todo o país e não apenas Lisboa.
A este nível sublinhou o “lamento” devido ao facto de a Comissão Técnica Independente “não ter tratado com a mesma dignidade as opções de curto e médio prazo relativamente às necessidades que temos”, uma vez que, segundo a ANA Aeroportos, “o Aeroporto de Lisboa recusou em 2023 o equivalente a 1,3 milhões de lugares de companhias aéreas de países com alto poder aquisitivo por falta de slots”.