Metaverse em Turismo e Hotelaria – PARTE I, por João Pronto
O metaverse e a sua aplicabilidade ao turismo e à hotelaria é o tema deste artigo em que João Pronto reconhece que ainda se sabe muito pouco sobre este “cocktail tecnológico que pretende fornecer aos seus utilizadores um ambiente imersivo, mesclando o ambiente real com o ambiente virtual”.

João Pronto
Título de Especialista em Hotelaria e Restauração
Professor Adjunto – Ciências da Informação e Informática
Coordenador de Estágios
O que é Metaverse?
Há sensivelmente um ano, começámos a ler e a ouvir amiudamente a expressão metaverse, mas quase sempre associada a companhas de marketing, a experiências tecnológicas imersivas, e quando nos é apresentada uma definição, a mesma é vaga, e o que dela deriva, é difícil de entender…
Neste sentido, comecei a estudar a temática, mais assiduamente, nos últimos meses, e, sempre que penso nesta temática, vem à memória a plataforma secondlife, uma plataforma a que acedi algures no início da década de 2000, em que os utilizadores geriam um avatar[1] que lhes permita interagir com outros utilizadores, que também geriam os seus avatares.
Fui investigar um pouco mais e notei que este ambiente virtual, secondlife https://www.lindenlab.com/about, https://secondlife.com/ foi lançado em 2003, e, apesar de ainda existir, nunca conseguiu obter o impacte nas nossas vidas como outras plataformas digitais imersivas, como o Pokemon Go, o Facebook, entre outras, a razão pela qual, me recordo, na altura ter lido um artigo de opinião sobre secondlife, que versava sobre a componente tecnológica, que não era assim tão evoluída, e que as pessoas em geral, normalmente não tinham tempo para gerir a sua vida, quando mais uma vida 2.0…
Recordo que na época, mesmo com o deslumbramento da nova plataforma, não me consumiu assim tanto tempo, e o desinteresse foi crescendo até que deixei mesmo de utilizar, e as duas razões foram: 1) a tecnologia não era assim tão disruptiva e, 2) a vida social que levava, há sensivelmente 20 anos atrás, não me permitia gerir uma segunda vida.
Será que o metaverse vai ser uma secondlife 2.0?, ou irá ter um impacto na nossa vida, tão vincado quanto as redes sociais como o Facebook, Instagram, Tiktok, entre outros?
O problema é que ainda nem sequer sabemos muito bem o que é o metaverse, quanto mais quais as evoluções que terá, mas, facilmente descobrimos entre artigos de opinião como este artigo que está a ler, ou mesmo artigos científicos, que descrevem que o metaverse é a próxima grande inovação tecnológica, logo atrás dos dispositivos móveis (telemóveis, tablets e iPads e mesmo os portáteis e os relógios inteligentes).
Vamos então tentar definir Metaverse:
Metaverse é um Cocktail tecnológico que pretende fornecer aos seus utilizadores um ambiente imersivo, mesclando o ambiente real, com o ambiente virtual, mas recorrendo não só à inevitável Realidade Aumentada, onde cai que nem uma luva esta definição, mas também à componente Virtual, como é a Realidade Virtual, e ainda a finalmente famosa Inteligência Artificial, com umas “pitadas” de IdC – Internet das Coisas, NFT, Clockchain, a denominada de Web 3.0., e suportadas pelas tecnologias de acesso a alta velocidade como serão/são o 5G e a Computação Quântica, e ainda outras tecnologias emergentes que ainda não conhecemos sequer…
No esquema infra podemos de forma gráfica melhor entender a combinação de tecnologias que irão/estão a suportar Metaverse:
[1] Utilizador virtual gerido por um utilizador humano, ou… utilizador virtual.
Vamos então tentar definir Metaverse:
Metaverse é um Cocktail tecnológico que pretende fornecer aos seus utilizadores um ambiente imersivo, mesclando o ambiente real, com o ambiente virtual, mas recorrendo não só à inevitável Realidade Aumentada, onde cai que nem uma luva esta definição, mas também à componente Virtual, como é a Realidade Virtual, e ainda a finalmente famosa Inteligência Artificial, com umas “pitadas” de IdC – Internet das Coisas, NFT, Clockchain, a denominada de Web 3.0., e suportadas pelas tecnologias de acesso a alta velocidade como serão/são o 5G e a Computação Quântica, e ainda outras tecnologias emergentes que ainda não conhecemos sequer…
No esquema infra podemos de forma gráfica melhor entender a combinação de tecnologias que irão/estão a suportar Metaverse:

Edição própria.
E qual a aplicabilidade na Hotelaria e no Turismo?
Já temos Hotéis que informaram que adquiriram “espaço virtual” em plataformas Metaverse, por forma a complementarem a experiência Hoteleira real, com experiências hoteleiras virtuais e híbridas, proporcionando os seus hóspedes interagirem antes, durante e após o consumo turístico, com a componente real e virtual, sempre que o pretendam.
Vamos tentar ser um pouco mais claros:
Um potencial hóspede, antes de adquirir o quarto no Hotel, pode, numa plataforma imersiva, aceder a conteúdos virtuais do Hotel, que podem ser geridos por hoteleiros, mas também, por hóspedes reais que decidiram partilhar parcial ou completamente, a experiência hoteleira que estão a desfrutar.
Estranho? Sim!, mas, com este cocktail tecnológico é possível, senão vejamos:
Um hospede, já “in-house”, durante a sua experiência hoteleira, pode, se assim entender, combinar a componente hoteleira real, com a componente hoteleira virtual, obtendo desta forma uma combinação real/virtual, no domínio de experiências de F&B, de Alojamento, SPA, Eventos…,
E qual o primeiro hotel a apresentar aos seus hóspedes uma experiência imersiva em metaverse?
Consultando vários motores de pesquisa, e muitos artigos de opinião, como este… as informações são como esperava: desde grupos hoteleiros escandinavos que dizem que são os primeiros, até hotéis em Singapura, até grandes cadeias internacionais como a Marriott.
Em próximos artigos irei aceder a estas plataformas (as que já estiverem efetivamente em utilização, e não as que referem que vão estar) e tentar partilhar experiências…
Em conclusão: estamos ainda no domínio das meta-intenções, i.e., das intenções que pretendem gerir intenções… vamos aguardar o que a eHotelaria e o eTurismo nos reservam…