Mercado dos cruzeiros de expedição cresce nos Açores
“O mercado dos cruzeiros de expedição tem vindo a crescer nos últimos tempos na região autónoma dos Açores”, quem o afirma é André Velho Cabral, responsável do departamento de cruzeiros da Porto dos Açores, acrescentando que este já representa cerca de metade das escalas na região.
Das mais de 100 escalas de navios de cruzeiros contabilizadas já este ano, quase 50% foram de navios de expedição, que, segundo o mesmo responsável em declarações à Lusa, “apesar de mais pequenos, têm uma taxa de ocupação interessante e visitam mais ilhas”.
André Velho Cabral relembrou ainda que na primeira década dos anos 2000, “éramos uma região de passagem de navios que faziam as rotas transatlânticas”, mas neste momento para estes cruzeiros de expedição, “os Açores não são passagem, são destino por si, vêm cá de propósito para visitarem todas as ilhas”.
O responsável do departamento de cruzeiros da Portos dos Açores, empresa que gere as infraestruturas portuárias na região, acredita que o arquipélago “tem sido uma grande surpresa” para este tipo de cruzeiros, que habitualmente só procuravam destinos como a Antártida e o Ártico.
E se durante muitos anos foram os mercados americano e britânico quem mais procurava esta região autónoma, neste momento, é o mercado alemão que domina os navios de expedição.
A título de curiosidade André Velho Cabral dá mesmo como exemplo o navio Hanseatic Spirit, da empresa alemã Hapag Lloyd, que fez três cruzeiros nos Açores, em 2022, passando por quase todas as ilhas, com taxas de ocupação a rondar os 75%: “Numa das viagens, em 200 lugares disponíveis, o navio trazia 152 preenchidos”, revela, acrescentando que o cruzeiro de expedição traz um cliente com “grande poder de compra e respeitador da natureza”.
“Os cruzeiros de expedição são navios mais pequenos, que vão a locais onde os maiores não passam. Vão com uma especificidade muito interessante, porque querem observação da natureza, ‘birdwatching’ [observação de aves], observação de cetáceos…Vão para zonas onde se preserva e se valoriza a natureza, onde se procura analisar mais de perto a vida animal”, sublinhou ainda o responsável da Portos dos Açores, garantindo que este segmento foi “fundamental” para a “retoma” do turismo de cruzeiros na região, após a quebra provocada pela pandemia de covid-19.