Mercado das Viagens quer superar em 2023 os 12M€ faturados em 2022 e abrir quatro a cinco agências

Após ter faturado 12,2 milhões de euros em 2022, o Mercado das Viagens quer superar este valor em 2023, ano em que pretende alargar a rede e criar um departamento de grupos, avançaram os responsáveis da rede em conferência de imprensa no final da IV Convenção, na Batalha.
No final da IV Convenção da rede Mercado das Viagens, que teve lugar na Batalha durante o fim de semana de 3 a 5 de fevereiro, Adriano Portugal, diretor-geral da rede estava muito satisfeito com os resultados.
“Foi uma Convenção excelente, dentro daquilo que estava perspetivado”, afirmou em conferência de imprensa com os jornalistas do trade, na qual estiveram também presentes os administradores da rede, Carlos Silva e Nuno Pereira.
Para o diretor-geral da rede, a Convenção cumpriu os objetivos que estavam traçados e que eram “não só passar a nova estratégia que temos para o ano de 2023 como também o ativar um departamento que estava em stanby que era a parte aérea”.
Referindo-se aos parceiros oficiais que estiveram presentes na Convenção, fazendo a apresentação dos seus produtos aos agentes de viagens da rede, o responsável esclareceu que “foram aqueles com que tivemos melhor relação em 2022, pelo que fazia todo o sentido que estivessem aqui com um destaque diferenciado”. Frisou, no entanto, que tal “não significa que não possamos convidar outros parceiros oficiais no próximo ano”.

Atualmente a rede Mercado das Viagens é composta por 16 agências “quatro que são nossas e as restantes 12 que são franqueadas” explicou Carlos Silva, administrador, precisando que “o Mercado das Viagens é uma empresa que tem uma agência própria, que é de Vila Verde e os sócios são duas empresas que têm mais três agências”, aproveitando para frisar que, no que toca à faturação “50% é própria”, resultando daquelas quatro agências.
O que se perspetiva para o futuro, avançou o responsável “é tentar alargar as nossas agências próprias, em zonas geograficamente mais próximas da nossa área de influência, que é o Minho e tentar arranjar novas franquias em zonas que consideramos importantes”, deixando claro que essas zonas já estão identificadas e “já estamos a trabalhar nesse sentido”. Sublinhou, no entanto que “nunca será um crescimento desmesurado”.
Nos últimos tempos, fruto até da pandemia, a rede registou saídas e entradas de associados mas Adriano Portugal destacou que “a marca resolveu, e muito bem, fazer um crescimento consolidado e foi uma agradável surpresa ver que os franquiados que ficaram com a marca tiveram, em 2022, crescimentos muito acima daquilo que era expectável, o que é sinal que estão pujantes”.
De referir que antes da pandemia a rede Mercado das Viagens era composta por 26 agências mas integrava um outro sócio que entretanto saiu, conforme esclareceram os responsáveis.
Respondendo a uma pergunta do Turisver, Carlos Silva explicou que as saídas da rede foram basicamente de agências no sul do país. “Acabaram os contratos e decidiram sair da rede”, especificou, acrescentando que uma das localizações, Almada, continua ativa já que “o contrato com a anterior administração acabou mas o sócio que ficou continua com o Mercado das Viagens, embora a empresa seja outra”.
“O crescimento global do grupo foi de 125% face a 2021”
Relativamente a resultados, 2022 foi um ano muito bom para a rede, como se constata das palavras do administrador do Mercado das Viagens: “O ano de 2019 foi o melhor de sempre para o Mercado das Viagens que faturou 12,7 milhões de euros mas com 26 agências e em 2022, com 16 agências, faturámos 12,2 milhões de euros, o que é um crescimento muito grande e quase todas as agências duplicaram os resultados”. Traduzido em percentagem “o crescimento global do grupo foi de 125% face a 2021”.
Trata-se de resultados basicamente feitos com a venda do segmento de lazer: “90% é lazer e 10% é corporate porque são muito poucas as agências que vendem corporate”, o que é “uma lacuna que estamos a tentar colmatar”.


Caraíbas e Senegal terão sido dois dos destinos mais vendidos o ano passado, com o maior volume de vendas de pacotes a incidir em produtos da Newblue, Solférias, e Ávoris, enquanto ao nível dos bed banks o Top3 foi composto pela Tour10, a Veturis e a World2Meet, que representaram cerca de 90% do total.
Criar uma área de corporate, segmento em que o norte do país é muito forte é uma das possibilidades mas não para já. “Já pensámos muitas vezes nisso mas temos que fazer as coisas sustentadas e uma coisa de cada vez”, defende Nuno Pereira, outro dos administradores da rede, acrescentando que “primeiro queremos implementar o aéreo, o que irá demorar algum tempo porque temos que o testar e consolidar e a seguir poderemos pensar num programa de corporate como poderemos pensar num departamento de incoming ou num departamento de grupos para toda a rede – são tudo pastas que estão em cima da mesa”.
Objetivo este ano é pôr o aéreo em funcionamento e abrir quatro ou cinco agências
Para 2023, o foco vai estar colocado no aéreo e na criação de um departamento de grupos, que está sob a responsabilidade de Adriano Portugal e que já tem “algumas coisas em cima da mesa”.
“O nosso objetivo para este ano é pôr o aéreo a funcionar em pleno, ter mais quatro ou cinco agências e colocar também o departamento de grupos a funcionar em pleno”, garantiu Carlos Silva.
“Enquanto marca e enquanto Mercado das Viagens, o nosso objetivo é abrir agências próprias, criar estrutura e criar músculo na própria empresa”, afirmou Carlos Silva. Ainda assim, entre as agências que o Mercado das Viagens pretende abrir este ano, apenas uma deverá ser própria, com as restantes a serem franchisadas.
De referir que o Mercado das Viagens tem sido contactado por algumas agências que já estão no mercado para integrarem a rede, no entanto, segundo o administrador da rede, o que acontece é que “muitas vezes as nossas reservas territoriais já estão muitas vezes preenchidas e não queremos abrir exceções. Temos contratos para cumprir e vamos cumpri-los até ao fim”, garantiu.
A nível de faturação, o objetivo para este ano é bater os números de 2022, apesar de os responsáveis da rede considerarem que 2023 vai ser “um ano complicado”.
O ano de 2023 “começou de uma forma excelente”, com as vendas a estarem “acima do ano passado”, mas não está isento de preocupações e uma delas, segundo Adriano Portugal “é o excesso de oferta ao nível de produtos iguais no mercado”. Outra tem a ver com o comportamento dos consumidores num ano que vai ser marcado pela inflação, pela subida das taxas de juros e pelo preço dos combustíveis. Ainda assim, o responsável acredita que as pessoas vão continuar a viajar: “Podem não ir para as Caraíbas mas vão fazer férias, nem que seja em Portugal”.