Mercado das Viagens pode vir a ter uma nova agência em Sines: “É uma ideia que está em estudo”, adianta João Custódio

João Custódio é gerente da Mercado das Viagens Sines, agência que abriu em 2018 e que tem no aéreo a maior fatia da sua faturação. O Turisver falou com ele para saber o que o levou a decidir entrar na área das viagens, qual o percurso que a agência tem feito e quais as perspetivas para este ano de 2025.
O João Custodio disse-me há pouco que tem a agência desde 2018, portanto viveu o período da pandemia?
Vivi e foi bastante difícil, até porque a agência era muito nova, tinha aberto em 2018 e como toda a gente sabe, numa empresa nova os capitais próprios nunca podem ser positivos devido ao investimento feito, e no que se refere a ajudas do Estado, tirando uma ajuda ao nível da remuneração da funcionária, para tudo o resto tinha que se ter capitais próprios positivos, e aí não tive ajuda nenhuma.
O que é que o fez entrar para a área das agências de viagens?
O que me fez entrar neste setor foi o facto de a minha mulher tero curso de gestão de hotelaria e turismo, e então optámos por abrir uma agência de viagens.
Como é que surgiu a ideia de se juntarem ao Mercado das Viagens?
Nós andávamos à procura de empresas de franchising de agências de viagens, e foi-nos indicado o Mercado das Viagens que era uma empresa nova e com dinamismo. Nós fizemos o contacto, chegámos a acordo e estamos muito satisfeitos. Para quem não era da área, estar com um franchising é sempre um grande apoio e uma mais-valia, porque dão-nos o know-how que é necessário, seja na contratação, como na formação e em tudo o resto.
Ouvi dizer que a sua agência vende muito transporte aéreo. É assim?
Nós em Sines vendemos muito aéreo, sim. Provavelmente, mais de 60% da nossa faturação é transporte aéreo. Nós temos lá uma comunidade grande de indonésios, de cabo-verdianos, de senegaleses, e claro, também portugueses, mas essas comunidades acabam por fazer a grande fatia do nosso aéreo.
E em termos de viagens de lazer?
Sim, também vendemos muito lazer, sejam pacotes ou viagens à medida.
“Este ano já está um bocadinho melhor do que o ano passado, devido às vendas antecipadas, vamos ver se se mantém assim, se daqui para a frente temos produto para vender”
Como é que vos correu o ano de 2024?
O ano passado foi mais ou menos na linha do que tinha acontecido há dois anos. Ou seja, os anos têm sido mais ou menos, não têm oscilado muito. Este ano já está um bocadinho melhor do que o ano passado, devido às vendas antecipadas, vamos ver se se mantém assim, se daqui para a frente temos produto para vender. Se continuarmos com o ritmo a que estamos até ao momento, poderemos fazer a nossa maior faturação de sempre mas sabemos que isto tem altos e baixos, por isso, vamos ver…
O que é que estão a vender mais na agência? Vendem produto nacional?
Além da aviação, que continuamos a vender muito, o que estamos a vender mais são as Caraíbas e Cabo Verde. Produto nacional também vendemos, essencialmente hotelaria e viagens para os Açores e para a Madeira.
Quando vê surgir muitas promoções no mercado, fica preocupado com a rentabilidade?
Cada vez mais porque, como foi dito na Convenção do Mercado das Viagens, muitas empresas estão a matar-se a elas próprias e quase que nos obrigam a matar. Estão a baixar comissões, não estão a dar valor ao trabalho, ou não dão assistência como nós damos e aí nós baixamos até onde achamos que é sustentável, mas não mais do que isso. Preferimos, às vezes, não vender a desvalorizar o nosso trabalho, porque o nosso trabalho também tem que ser pago.
“ … possivelmente, poderei abrir mais uma agência, sim. Mas é uma ideia que está ainda numa fase muito embrionária, ainda está em estudo”
Já pensou em expandir a sua atividade, abrir mais alguma agência?
Já pensei nisso e, possivelmente, poderei abrir mais uma agência, sim. Mas é uma ideia que está ainda numa fase muito embrionária, ainda está em estudo. Se este ano correr um bocadinho melhor, pode ser…
Mas a população daquela zona tem aumentado por causa da indústria?
Tem aumentado muito, mesmo. Mas não são residentes, são principalmente aquelas pessoas que vão, trabalham e ao fim de semana vão para casa – é muito volátil.
Como estão numa área de indústria, contactam empresas? Pensam vir a desenvolver esse ramo?
Contactamos e temos algumas empresas, sim, mas é uma área complicada em que tem que se ter cuidado, porque o pagamento normalmente é sempre complicado, demora.
A nível da aviação, principalmente, nós compramos hoje e temos que pagar amanhã, mas as empresas pagam a 30 dias, às vezes mais, e temos que aguentar.