Menos viagens mas mais longas será uma das tendências em 2024, segundo a ForwardKeys

Embora tudo indique que 2024 será um ano de estabilidade na indústria das viagens e turismo, dados analisados pela Forwardkeys apontam para algumas alterações nas preferências dos viajantes em termos globais. A preferência por viagens mais longas, pelo luxo e pelas viagens em grupo são apenas algumas das sete mudanças apontadas pelo estudo.
Viajar menos vezes mas fazer viagens mais longas
Segundo o estudo, o elevado preço das viagens, uma maior consciência do impacto das viagens aéreas e a tendência para viagens domésticas que surgiram durante a pandemia estão a mudar a preferência dos viajantes de múltiplas escapadas curtas para experiências de viagem mais longas e significativas.
Comparativamente a 2019, as viagens curtas (1-3 noites) perderam 4 pontos percentuais globalmente, em comparação com viagens médias (4-13 noites) e longas (14+ noites).
Para a ForwardKeys estas são notícias encorajadoras para os destinos que procuram atrair visitantes mais “impactantes” e promover viagens menos intensivas em carbono.
Viagens em grupo
As experiências partilhadas são importantes para muitos viajantes, o que se reflete na resiliência das viagens em grupo familiar, ou seja, com três a cinco passageiros a viajarem juntos.
Comparado com 2019, este segmento recuperou mais rapidamente em todas os regiões do globo, mas especialmente nas Américas, onde já ultrapassou os níveis de 2019.
Embora a recuperação seja mais lenta, as viagens em casal são o segundo segmento mais resiliente em todas as regiões, e apenas ligeiramente atrás das viagens em grupo familiar.
Procura por experiências de luxo
O estudo aponta que a recuperação da procura por experiências de luxo tem ultrapassado a das viagens ditas “normais”, o que inicialmente foi atribuído ao efeito “viagem de vingança”. No entanto, nas Américas, Médio Oriente e África, onde esta fase já passou, a recuperação da procura por produtos premium continua a ter melhor desempenho do que as viagens económicas – “uma indicação de que mesmo durante um tempo que é de preocupações generalizadas com o custo de vida, os consumidores permanecem resilientes à pressão sobre os preços.
Trabalho flexível permite viagens fora de época
Tradicionalmente, além do clima, a sazonalidade das viagens está mais intimamente ligado aos calendários de trabalho ou escolares, levando a altos e baixos previsíveis. No entanto, com o aumento da popularidade de dispositivos remotos ou do trabalho híbrido, certos grupos têm a liberdade de viajar durante todo o ano, permitindo-lhes aproveitar de preços mais baixos fora de temporada e beneficiar de destinos menos lotados.
A propósito, o estudo refere que “em 2023, o segmento de casais norte-americanos, por exemplo, apresentou melhor desempenho entre janeiro e maio e entre setembro e dezembro, do que na temporada de verão.
Padrões das reservas retornam à pré-pandemia
Com as reservas a não estarem já condicionadas pelas restrições de viagens e com a confiança dos consumidores a estar já restaurada, os padrões de reserva estão a voltar aos tempos da pré-pandemia, especialmente nos destinos do Médio Oriente e África. Já na Ásia-Pacífico a recuperação foi menor devido à pressão dos preços.
Recuperação das agências de viagens face às reservas diretas
Durante a pandemia da COVID-19, houve uma mudança significativa do comportamento dos viajantes, com uma maior opção pelas reservas diretas com companhias aéreas. No entanto, segundo a ForwardKeys, apesar de as reservas diretas continuarem a ser populares, as reservas feitas através das agências de viagens estão em franco crescimento face a 2022.
“Embora isto seja encorajador, nesta fase não é ainda está claro até que ponto as agências de viagens continuarão a recuperar a sua participação de mercado. O que está claro é que online”, frisa o estudo que adianta que as reservas realizadas em agências online travel agencies (OTAs) estão a recuperar melhor do que as lojas de rua”.
De olhos nas Alterações Climáticas
Embora o verão de 2023 tenha registado temperaturas extremas, incêndios florestais e inundações no Hemisfério Norte, o efeito dos eventos provocados pelas alterações climáticas nas viagens tem até agora tem sido limitado, refere a ForwardKeys.
O estudo assegura, no entanto, que a longo prazo, espera-se que as alterações climáticas remodelem significativamente as preferências de viagem, ou seja, “à medida que as temperaturas aumentam, reduz-se a procura de verão em destinos mais quentes ao mesmo tempo que regiões tradicionalmente mais frias têm a sua atratividade reforçada”.
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