Marcelo otimista em ver lançadas “algumas pedras” do novo aeroporto antes do final do mandato

O Presidente da República mostrou-se esta quarta feira otimista sobre o avanço do novo aeroporto. Marcelo Rebelo de Sousa falava na conferência com que a CTP assinalou o Dia Mundial do Turismo, onde deixou rasgados elogios ao setor e seus empresários, à Confederação e ao seu presidente, pela forma com que esta atividade económica conseguiu reagir no pós-pandemia.
“Estou otimista porque temia chegar ao fim do mandato sem ver a primeira pedra do aeroporto. Agora espero ver algumas pedras consoante aquilo que for anunciado no final do ano”, afirmou o Presidente da República no encerramento da conferência “Turismo fator de coesão nacional” que decorreu no Palácio de Congressos do Algarve.
Assumindo que “pela primeira vez sinto que há razão de ser otimista”, o Chefe de Estado afirma que “não qualifico os otimismos” e apesar de apenas faltarem três meses para o final do ano, data em que a Comissão Técnica Independente se comprometeu a apresentar uma decisão sobre a localização do no aeroporto, e esperar ver “algumas pedras” do novo aeroporto a serem colocadas antes de terminar o seu mandato, mantém uma dúvida. “A minha dúvida é saber quais de nós ainda seremos vivos no momento em que é completado todo o processo (…) porque implica alterações noutras realidades desde as aeroportuárias até militares e outras na sociedade portuguesa”, afirmou, com alguma ironia.
De acordo com o Presidente, a construção do novo aeroporto “é um tema recorrente” com o qual tem sido “fustigado a um ritmo verdadeiramente assustador há vários anos a esta parte”.
Sobre a actividade económica do Turismo, Marcelo Rebelo de Sousa destacou o papel do setor em momentos cruciais e de maiores dificuldades. “O turismo tem sido um fator de coesão nacional e, em momentos dramáticos, um dos principais motores da nossa economia”, afirmou, exemplificando: “Aconteceu isso no período da troika e nas várias vagas da pandemia, mas voltou a acontecer quando começou a guerra. O turismo não falhou enquanto capacidade dos empresários e trabalhadores e enquanto resposta rápida na recuperação da economia portuguesa”.
A propósito destacou que, no comportamento que o turismo e os seus agentes têm tido “há um grande mérito da CTP, que garantiu segurança, capacidade de negociação com os outros parceiros e diálogo com o governo”.
A sustentabilidade foi outro dos temas abordados pelo Presidente que, no entanto deixou claro que ela não se limita à ação climática, abrangendo áreas como o digital, a transição energética, a governança e a qualificação dos recursos humanos.
O Presidente deixou ainda uma palavra para o momento que a economia e a sociedade portuguesa estão a viver: “Não é apenas a aproximação de um ciclo de dois mandatos presenciais, mas também do fim de um ciclo de uma legislatura. Há aqui um momento que coincide com a guerra que não terminou e uma crise internacional económica que não está solucionada”, alertou.